Infrações de trânsito podem custar mais do que o valor de um carro popular. Entenda por que o Código de Trânsito Brasileiro prevê multas multiplicadas por até 60 vezes e o que isso pode causar no bolso de motoristas desatentos nas ruas brasileiras.
Motoristas que cometem infrações gravíssimas de trânsito podem enfrentar multas que ultrapassam os R$ 17 mil, graças ao fator multiplicador previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Em situações específicas, o valor da penalidade é multiplicado por até 60 vezes, o que transforma a multa original de R$ 293,47 em uma cobrança de R$ 17.608,20 — valor suficiente para comprometer financeiramente milhares de condutores no país.
Essa escalada nas penalidades não afeta a pontuação na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que permanece em sete pontos por infração gravíssima, conforme explica o advogado Marco Fabrício Vieira, membro do Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo (Cetran-SP).
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No entanto, o impacto financeiro pode ser devastador, especialmente quando somado a medidas administrativas, como suspensão do direito de dirigir, retenção do veículo ou recolhimento da habilitação.
Multas multiplicadas por 60 e os fatores do CTB
O CTB determina que infrações gravíssimas com potencial elevado de risco para a segurança no trânsito devem ser penalizadas com multas multiplicadas.
O fator varia conforme a gravidade da infração, podendo ser vezes dois, três, cinco, dez, vinte ou até sessenta.
Veja a seguir os principais casos:
Multa gravíssima com multiplicador por 2
Esse fator é aplicado, por exemplo, a quem dirige veículo com categoria de habilitação incompatível.
Também se aplica a quem entrega o volante a alguém não habilitado corretamente.
Além da multa de R$ 586,94, o veículo é retido até a chegada de um condutor habilitado.
Multa gravíssima com multiplicador por 3
Enquadra quem dirige sem possuir CNH ou com a habilitação suspensa, além de quem permite que outras pessoas nessas condições conduzam o veículo.
Também se aplica a condutores que transitam em locais proibidos, como calçadas, ciclovias e canteiros centrais.
O valor da multa é de R$ 880,41.
Multa gravíssima com multiplicador por 5
Aplica-se a situações de extremo risco à segurança viária, como ultrapassagens perigosas — pelo acostamento, em curvas, pontes ou faixas de pedestre.
Também penaliza condutores envolvidos em acidentes que não prestam socorro, não preservam o local ou se recusam a colaborar com a autoridade.
O valor da multa chega a R$ 1.467,35.
Multa gravíssima com multiplicador por 10
Usada em casos de embriaguez ao volante, recusa ao teste do bafômetro, rachas e manobras perigosas.
Além da multa de R$ 2.934,70, o infrator pode ter a CNH suspensa por um ano, além do veículo retido.
Em caso de reincidência em 12 meses, o valor da penalidade dobra e chega a R$ 5.869,40.
Multa gravíssima com multiplicador por 20
É aplicada a quem usa um veículo para bloquear ou atrapalhar o trânsito deliberadamente, sem autorização do órgão competente.
A sanção inclui suspensão da CNH e remoção do veículo.
A multa é de R$ 5.869,40.
Multa gravíssima com multiplicador por 60
Este é o valor máximo aplicado no sistema de multas multiplicadas por 60.
Enquadra os organizadores de atos que interrompam ou restrinjam a circulação de veículos, como protestos ou bloqueios em vias públicas sem autorização legal.
A penalidade chega a R$ 17.608,20.
Consequências das multas multiplicadas para o motorista
O objetivo dessas penalidades severas é desestimular comportamentos perigosos e promover maior responsabilidade nas vias públicas.
No entanto, os efeitos colaterais podem ser desproporcionais para muitos motoristas, que se veem diante de cobranças impagáveis, especialmente quando acumulam infrações com diferentes fatores multiplicadores.
Além do peso no bolso, o condutor ainda precisa lidar com penalidades administrativas como suspensão do direito de dirigir por 12 meses, retenção ou remoção do veículo e necessidade de refazer exames para reabilitação.
Como evitar multas gravíssimas e punições severas
Evitar as infrações mais graves é a maneira mais eficaz de não se deparar com as duras consequências das multas multiplicadas por 60.
Respeitar os limites de velocidade, não dirigir alcoolizado, realizar ultrapassagens com segurança e manter a habilitação em dia são atitudes básicas que podem poupar o motorista de enormes prejuízos.
As penalidades estão previstas em lei e são aplicadas de forma objetiva, o que torna a fiscalização ainda mais rigorosa.
Desde 2016, os valores base das multas estão fixados e seguem sendo multiplicados conforme os critérios do CTB.
Em junho de 2025, não há previsão de reajuste nos valores, mas as regras seguem em vigor em todo o território nacional.
Diante desse cenário, uma única infração pode se tornar um rombo no orçamento.
Por isso, conhecer as regras e adotar uma postura responsável ao volante é fundamental para evitar esse tipo de situação.
Você acha que essas multas altíssimas realmente ajudam a melhorar o trânsito ou acabam sendo punitivas em excesso? Participe da discussão e deixe sua opinião.