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Motoristas estão ‘esquecendo’ de pagar 1° pedágio free flow e isso pode levar a uma multa imperdoável

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 08/11/2024 às 17:17
O pedágio free flow desafia motoristas em São Paulo com multas pesadas para quem esquece o pagamento. A inadimplência atinge 8,4%.
O pedágio free flow desafia motoristas em São Paulo com multas pesadas para quem esquece o pagamento. A inadimplência atinge 8,4%.

Motoristas enfrentam um novo desafio com o pedágio free flow. Esquecer de pagar pode render multas graves e pontos na CNH, enquanto a inadimplência preocupa concessionárias.

Nas rodovias do estado de São Paulo, um novo sistema de cobrança eletrônica tem causado dor de cabeça para motoristas que esquecem de pagar o pedágio.

A novidade, conhecida como pedágio free flow, permite a passagem de veículos sem barreiras, mas exige atenção para a quitação da tarifa após a travessia.

O problema? Muitos condutores estão simplesmente ignorando o pagamento, o que, segundo estimativas recentes, tem levado a um crescente índice de inadimplência e à emissão de multas pesadas para os infratores.

Em um mês de operação, milhares de motoristas deixaram de pagar, trazendo novas discussões sobre a eficácia e os desafios deste modelo.

De acordo com dados da EcoNoroeste, concessionária que administra o pedágio no km 179 da rodovia SP-333 (rodovia Laurentino Mascari), em Itápolis, cerca de 12 mil evasões foram registradas apenas no primeiro mês de funcionamento do free flow.

Esse número representa 8,4% do tráfego total de aproximadamente 143 mil veículos que passaram pelo trecho entre os dias 4 de setembro e 4 de outubro de 2024.

O impacto financeiro também é significativo: a concessionária observou uma redução de 7% na receita, resultado direto do não pagamento das tarifas.

O jornal Folha de São Paulo aponta que esse modelo inovador trouxe novos desafios para o setor de pedágios, expondo lacunas na conscientização do público.

O sistema free flow e como ele funciona

O sistema free flow, implantado no trecho administrado pela EcoNoroeste, substitui as tradicionais praças de pedágio por pórticos eletrônicos com câmeras, que identificam as placas dos veículos e registram a passagem sem necessidade de paradas.

Esse modelo simplifica a cobrança, mas traz novos hábitos para motoristas, que precisam se adequar ao pagamento em até 30 dias após a travessia, caso não possuam tags eletrônicas.

Para os motoristas com tags válidas, a cobrança ocorre automaticamente, através da operadora de pedágio associada à tag.

Já aqueles sem o dispositivo devem realizar o pagamento manualmente, o que inclui diversas opções: sites, aplicativos, ou, em alguns casos, postos físicos de pagamento.

Segundo regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a partir de 14 de outubro, o prazo para quitação da tarifa foi ampliado de 15 para 30 dias, uma medida que visa reduzir os índices de inadimplência e facilitar o cumprimento da regra.

Multa e pontuação na CNH

O não pagamento da tarifa dentro do período regulamentado acarreta sérias penalidades para o motorista.

Conforme destacado pela Folha de São Paulo, os infratores recebem uma multa grave no valor de R$ 195,23 e têm adicionados 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Esse modelo, inspirado em exemplos internacionais, ainda está sendo adaptado à realidade brasileira, onde a conscientização sobre o pagamento é um desafio.

Além do pórtico em Itápolis, a concessionária EcoNoroeste iniciou uma operação semelhante na cidade de Jaboticabal, onde os motoristas também podem contar com um desconto de 5% para uso de tags.

Além disso, há uma redução progressiva no valor da tarifa de acordo com o número de viagens feitas pelo mesmo veículo durante o mês.

Comparações com outros estados

A taxa de evasão observada no sistema paulista é ligeiramente superior à média nacional, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Em junho de 2024, o percentual de inadimplência nas rodovias federais que operam com free flow, como a BR-101 no trecho Rio-Santos, foi de 6,1%.

Esse número é inferior ao observado na SP-333, mas segue a tendência de inadimplência inicial dos novos modelos de pedágio.

Folha de São Paulo também menciona a implantação recente do sistema em Minas Gerais, onde a concessionária EPR Sul de Minas registrou uma inadimplência de apenas 2,9% no pórtico localizado na rodovia MG-459, entre as cidades de Ouro Fino e Monte Sião.

Embora esse índice seja consideravelmente menor, especialistas apontam que a diferença está relacionada ao perfil das rodovias e ao grau de exposição dos motoristas ao novo sistema.

Expectativas e perspectivas futuras

Para Luiz Roberto Tavares, gerente de atendimento ao usuário da EcoNoroeste, a taxa de inadimplência de 8,4% está dentro das expectativas iniciais.

Ele acredita que, com o tempo, a conscientização dos motoristas ajudará a reduzir ainda mais os índices.

Segundo ele, “a chegada das autuações vai contribuir para aumentar a conscientização dos motoristas e diminuir a inadimplência”.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já anunciou que pretende implementar o sistema de pedágios free flow em todas as rodovias estaduais paulistas, visando expandir a cobertura do modelo pelo estado.

Além disso, o Ministério dos Transportes aposta que as concessionárias de pedágio tradicional irão migrar para o free flow, aproveitando a simplicidade das estruturas eletrônicas, que exigem menor investimento em infraestrutura e são mais baratas para manutenção.

O futuro do pedágio no Brasil

Com as novas praças de pedágio programadas para instalação em Caraguatatuba e São Sebastião, no litoral norte paulista, a partir de 17 de novembro, o modelo free flow ganha mais força em São Paulo.

Sem descontos previstos, essa expansão deve solidificar o modelo no estado e abrir caminho para a adoção em outras rodovias brasileiras.

Essa mudança na forma de cobrança impacta diretamente o cotidiano dos motoristas e levanta a discussão sobre a eficácia do modelo no combate à inadimplência.

Agora, resta saber se a inovação trará benefícios significativos ou se os motoristas continuarão a enfrentar dificuldades para cumprir com os novos requisitos de pagamento.

Você acredita que o modelo free flow realmente representa o futuro do pedágio no Brasil? Comente abaixo!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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