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Motoristas da Uber poderão ganhar dinheiro extra com nova tarefa enquanto estão parados

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 17/10/2025 às 16:07
Uber lança tarefas digitais pagas no app, permitindo que motoristas ganhem renda extra com microtarefas de inteligência artificial.
Uber lança tarefas digitais pagas no app, permitindo que motoristas ganhem renda extra com microtarefas de inteligência artificial.
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Uber testa modelo que permite a motoristas e entregadores realizar tarefas digitais pagas pelo app, como enviar fotos e gravar áudios, enquanto aguardam novas corridas. Projeto-piloto começa nos Estados Unidos e envolve o grupo interno de IA da empresa.

A Uber vai começar a oferecer tarefas digitais pagas dentro do próprio aplicativo, permitindo que motoristas e entregadores ganhem uma renda adicional nos intervalos entre corridas e entregas.

O projeto, conduzido pelo grupo interno de Soluções de IA, estreia como piloto nos Estados Unidos e incorpora atividades rápidas voltadas ao treinamento de modelos de inteligência artificial, como gravar trechos de voz, enviar fotos e submeter documentos em idiomas específicos.

A iniciativa foi anunciada pelo CEO, Dara Khosrowshahi, como parte do plano de transformar a plataforma no “melhor ambiente para trabalho flexível”.

Como vai funcionar no app do motorista

Dentro do aplicativo de quem já dirige ou faz entregas, surgirá uma nova categoria chamada Digital Tasks.

Ali, o trabalhador poderá ver quais tarefas estão disponíveis, com pagamento atrelado ao tempo e à complexidade de cada atividade.

Segundo a empresa, são microtarefas que se concluem em poucos minutos e que podem ser realizadas no próprio celular.

Entre os exemplos divulgados estão gravação de áudios em determinados idiomas ou sotaques, captura e envio de imagens sob orientação e submissão de documentos em outros idiomas.

Em algumas instruções, o app pode pedir que o motorista registre a própria voz falando frases específicas, ou que fotografe objetos conforme descrições pré-definidas.

Há também pedidos de upload de cardápios ou materiais em outras línguas, que alimentam bases de dados linguísticas.

Um exemplo citado pela imprensa especializada é o envio de um menu em espanhol, remunerado em até US$ 1 por item.

Os valores variam conforme a tarefa, e a empresa não informa uma média de ganho por hora.

Objetivo e escopo do piloto

A Uber afirma que a proposta atende a uma demanda recorrente de quem usa a plataforma para trabalhar: mais maneiras de ganhar quando a demanda por corridas ou entregas está baixa.

O piloto nasce nos Estados Unidos e foi precedido por testes na Índia, onde motoristas já vinham respondendo a prompts no aplicativo para tarefas semelhantes.

O desenvolvimento e a operação das atividades ficam sob responsabilidade do Uber AI Solutions Group, a área que reúne processos de “humano no loop” para treinar modelos.

Ao abrir essa frente, a companhia se posiciona também no mercado de rotulagem e geração de dados para IA, hoje dominado por empresas como Scale AI e plataformas de microtarefas.

A aposta é usar a base de motoristas e entregadores já cadastrados para executar missões curtas e distribuídas, com verificação de identidade e mecanismos nativos do app.

Relatos publicados por veículos de tecnologia indicam que a estratégia coloca a Uber em rota de competição com serviços como o Amazon Mechanical Turk, porém com a vantagem de uma rede ativa e geograficamente ampla de trabalhadores.

O que a empresa diz sobre remuneração e proteção

Embora a Uber destaque que os pagamentos são transparentes antes da execução e proporcionais à complexidade da tarefa, não há divulgação de uma tabela pública de valores ou de uma estimativa de ganho por hora.

A companhia reforça que as Digital Tasks são opcionais e que o trabalhador poderá alternar entre corridas, entregas e tarefas conforme a sua rotina.

Em paralelo ao piloto, a empresa anunciou ajustes no cartão de oferta de viagens, novo heatmap para indicar áreas com menor tempo de espera e funções de segurança e controle adicionais, como preferências para corridas com passageiras mulheres e ajuste do rating mínimo de passageiros.

Essas mudanças aparecem no pacote “Only on Uber 2025”, divulgado em evento em Washington, e fazem parte do argumento de que a plataforma vem ampliando ferramentas de renda, transparência e proteção.

A companhia também vem revisando regras de desativação, prevendo instâncias em que o acesso do motorista não é bloqueado por completo e permitindo que ele apresente sua versão antes de uma decisão final.

Relação com a onda de IA e o futuro do trabalho por aplicativo

No anúncio, a Uber amarra o piloto a uma visão mais ampla de trabalho sob demanda, em que tarefas digitais convivem com atividades de mobilidade e entrega.

Ao usar a própria rede para gerar dados de treinamento, a empresa busca reduzir custos, escalar volume e oferecer renda complementar em períodos ociosos.

Essa movimentação acontece enquanto executivos do setor admitem que a automação deve avançar nos próximos anos e reconfigurar parte das oportunidades tradicionais de direção.

Por isso, a Uber alega estar expandindo novos tipos de trabalho dentro do seu ecossistema.

A imprensa especializada observa que, se a adesão for alta, a Uber pode disputar contratos com empresas que precisam de dados anotados e verificados para treinar modelos de IA generativa e de visão computacional.

O volume global da base de motoristas e entregadores, somado a instrumentos antifraude do app, é um ativo que a empresa explora para validar o conteúdo enviado.

Ainda assim, aspectos como quais clientes contratam as tarefas, como os dados são armazenados e quais salvaguardas de privacidade se aplicam não foram detalhados publicamente até o momento.

Diferenças em relação a outras plataformas de microtarefas

A comparação com serviços tradicionais de microtarefas é inevitável.

Plataformas como o Mechanical Turk conectam empresas a trabalhadores remotos que executam pequenos jobs de anotação e validação de dados.

No caso da Uber, a intermediação ocorre dentro do app do motorista, visível somente para quem já está cadastrado e ativo no ecossistema da companhia.

Essa barreira de entrada, segundo analistas, pode reduzir problemas clássicos de identidade, qualidade e pagamento que afetam mercados abertos, embora também limite o alcance a quem não integra a base da Uber.

O que falta saber

A Uber confirmou o início do piloto nos EUA, a origem do programa nos testes na Índia e a gestão pela área de Soluções de IA.

Também há exemplos de tarefas e indicativos de remuneração por item, como o envio de cardápio remunerado em até US$ 1.

Permanecem sem divulgação oficial a média de ganhos por hora, a política de direitos autorais para conteúdos enviados e a lista de setores atendidos pelos dados coletados.

Esses pontos serão centrais para avaliar a adesão dos motoristas, a qualidade do material gerado e o impacto na renda de quem depende do aplicativo no dia a dia.

Enquanto o piloto avança, motoristas e entregadores vão testar a novidade para ver se vale a pena ocupar os minutos de espera com tarefas digitais.

A pergunta que surge, diante desse novo arranjo de trabalho por aplicativo, é direta: você toparia transformar o tempo parado entre corridas em microtarefas de IA para reforçar a renda?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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