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Motorista da Uber denuncia: empresa encaminha a corrida para quem aceita receber menos e não para quem aceita primeiro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 29/03/2025 às 14:52
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Plataforma não prioriza mais quem aceita a corrida primeiro, mas sim quem aceita o menor valor! A política de tarifas dinâmicas deixou os ganhos imprevisíveis, frustrando os trabalhadores. Entenda como essa mudança está impactando a rotina e o bolso dos motoristas de aplicativo.

A política tarifária da Uber tem sido alvo de críticas de motoristas que se sentem prejudicados com as mudanças na forma de pagamento das corridas.

Segundo Cláudio Sena, motorista de aplicativo desde 2016, em artigo publicado no portal 55Content, a empresa prioriza aqueles que aceitam trabalhar por menos, e não os que aceitam primeiro.

Essa estratégia tem causado grande insatisfação entre os condutores, que relatam queda na previsibilidade dos ganhos e dificuldades em manter uma renda estável.

Uber e a política de preços variáveis

Nos últimos anos, a Uber alterou seu sistema de repasse para os motoristas. Antes, o condutor ficava com 75% do valor da corrida, e essa porcentagem era previsível.

Agora, o preço pode variar significativamente, tornando-se uma verdadeira loteria para quem depende do serviço para sustentar a família.

“Você pode fazer uma viagem do ponto A ao ponto B hoje e ganhar um valor X, mas amanhã essa mesma viagem pode render X² ou, na maioria das vezes, menos do que X”, explica Sena.

O problema se intensifica porque os motoristas entram na pista esperando um retorno justo pelo trabalho, mas acabam frustrados quando percebem que as tarifas são instáveis e muitas vezes não cobrem os custos do dia a dia.

Isso tem levado muitos a abandonarem o aplicativo ou a reduzirem suas jornadas, priorizando horários de maior demanda.

Como a Uber define os preços?

De acordo com a empresa, a variação das tarifas leva em conta fatores como a quantidade de passageiros solicitando viagens, o número de motoristas disponíveis e outros elementos que não são divulgados.

Na prática, isso significa que o motorista nunca sabe exatamente quanto vai ganhar em uma determinada viagem, tornando a previsibilidade quase impossível.

“É um jogo de sorte. Você pode sair para rodar e pegar boas tarifas ou passar o dia inteiro fazendo corridas de baixo valor”, afirma Sena.

Outro fator que influencia diretamente nos ganhos dos motoristas é o chamado “radar de viagens”. Esse sistema permite que diferentes condutores visualizem valores variados para a mesma corrida.

“No inDrive, por exemplo, o passageiro define um preço e todos os motoristas veem o mesmo valor. Mas, na Uber, cada motorista vê um preço diferente, e a corrida é encaminhada para quem aceita o menor valor primeiro“, denuncia Sena.

Estratégias para driblar o sistema

Diante desse cenário, os motoristas têm buscado alternativas para minimizar as perdas financeiras.

Alguns simplesmente desligam o aplicativo e procuram outras formas de renda quando os preços estão baixos.

Outros insistem na pista, mesmo com tarifas pouco atrativas, na esperança de conseguir corridas mais vantajosas ao longo do dia.

“Tem também aqueles que eu chamo de ‘aspiradores de pó’. Eles aceitam qualquer corrida que aparece, sem avaliar se realmente vale a pena. Mas, no final do dia, muitos percebem que rodaram muito e lucraram pouco”, diz Sena.

Segundo ele, a melhor estratégia é calcular antes de aceitar uma corrida, evitando prejuízos e desgaste desnecessário.

O impacto para os passageiros

As mudanças na precificação das corridas não afetam apenas os motoristas. Os passageiros também sentem os efeitos dessa política, especialmente em momentos de alta demanda.

Como muitos condutores recusam viagens de baixo valor, o tempo de espera aumenta e as tarifas podem subir devido à escassez de motoristas disponíveis.

Diante desse impasse, os motoristas seguem pressionando a Uber por mais transparência e melhores condições de trabalho.

Até o momento, porém, a empresa não demonstrou interesse em voltar ao modelo anterior, mais previsível e justo para os condutores.

Você já percebeu essas mudanças ao usar aplicativos de transporte? Como acha que isso afeta a qualidade do serviço? Deixe sua opinião nos comentários!

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Diani
Diani
01/04/2025 07:27

Está uma palhaçada!
Ficamos com o desgaste total do carro, colocamos nossa vida em risco o tempo todo, não temos ajuda de custo, o combustível aumentando e a Uber tirando o nosso lucro!
Infelizmente não tem como continuar!

Marcos Kashiwa
Marcos Kashiwa
31/03/2025 23:57

Uber também vem praticando certos abusos!!! Enviam solicitações de corridas que mal pagam R$1,00/km. Não aceitar reduz a taxa de aceitação e depois ainda somos ameaçados de banimento ou suspensão da plataforma

Júlio César
Júlio César
31/03/2025 22:12

Pior app para trabalhar por isso abandonei a uber. Só uso a 99, indiver e outro que tem na minha cidade ganhos por km muito mais atrativos. Uber é um LIXO.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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