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Motor a diesel? Não aqui! Brasil cria 1º motor de navio movido a etanol do mundo

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 29/07/2025 às 13:07
Motor Caterpillar amarelo convertido para etanol a bordo de embarcação industrial brasileira
Primeiro motor naval do mundo convertido para etanol, desenvolvido pela Sotreq em parceria com a CBO e Caterpillar
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Em parceria com a CBO, a Sotreq adapta motor Caterpillar para operar com etanol e posiciona o Brasil como pioneiro em tecnologia limpa no setor marítimo

Uma inovação inédita no setor marítimo foi anunciada em junho de 2025, e, por isso, já vem provocando reações positivas no mercado de energia sustentável.

Como resultado desse avanço, a Sotreq, maior distribuidora de soluções Caterpillar no Brasil, apresentou a primeira conversão do mundo de um motor marítimo para operar com etanol, em parceria com a CBO.

Por esse motivo, o Brasil avança na transição energética, consolidando-se como referência global no desenvolvimento de tecnologias limpas para embarcações de médio e grande porte.

Projeto técnico inaugura nova era na navegação verde

Nesse contexto, o motor convertido pertence à linha MaK, desenvolvida pela Caterpillar, e foi adaptado para funcionar com um sistema dual-fuel (etanol e diesel).

Segundo Rodrigo Feria, gerente de motores da Sotreq, o processo de conversão exigiu intervenções mínimas na estrutura original, o que facilita sua replicação em outros modelos.

Portanto, Feria destaca: “O etanol é eficiente, acessível e nacional. Com essa solução, aceleramos a descarbonização em setores de alta demanda, como o marítimo”.

Além disso, a expectativa é de que o motor convertido entre em operação até 2026, fortalecendo o compromisso com a adoção de combustíveis limpos.

Etanol do Brasil se destaca por eficiência e viabilidade

Como o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar, ele apresenta baixo impacto ambiental e ainda conta com logística eficiente já estruturada em todo o território nacional.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o uso do etanol pode reduzir entre 80% e 90% das emissões de CO₂ durante seu ciclo de vida.

Além disso, o país possui ampla rede de produção, transporte e distribuição, o que torna sua adoção mais prática e financeiramente viável, inclusive no setor naval.

Por outro lado, alternativas como hidrogênio verde e metanol verde, embora promissoras, ainda enfrentam desafios técnicos, elevados custos e falta de escala operacional.

Tecnologia limpa impulsiona desenvolvimento industrial

Em virtude da busca global por descarbonização, a conversão para etanol está alinhada às metas da Organização Marítima Internacional (IMO), que preveem corte de 50% nas emissões até 2050.

Por essa razão, a iniciativa da Sotreq, com apoio da CBO e da Caterpillar, fortalece o papel do Brasil como líder global em biocombustíveis marítimos e inovação tecnológica.

Além disso, a Caterpillar já desenvolve motores fabricados nativamente para operar com etanol, o que abre espaço para novas embarcações sustentáveis de forma mais direta.

Consequentemente, esse avanço também pode atrair investimentos estrangeiros, fomentar a geração de empregos qualificados e aumentar a competitividade nacional no setor de energia.

Brasil assume liderança na transição verde naval

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Por esse motivo, o país possui uma base sólida para exportar soluções tecnológicas, além do próprio combustível, o que fortalece laços comerciais sustentáveis.

Assim, a iniciativa entre Sotreq, CBO e Caterpillar se apresenta como um modelo escalável, que pode ser adotado por outros países em transição energética.

Dessa forma, o Brasil não apenas inova, como também transforma um setor historicamente dependente do petróleo em referência global de eficiência ambiental e industrial.

O que o futuro reserva para os motores do mar?

Considerando o cenário atual, especialistas avaliam que a transição energética no setor naval depende de soluções viáveis, acessíveis e sustentáveis — como a desenvolvida neste projeto.

Já que adaptar motores existentes é possível, o retrofit representa um atalho estratégico para acelerar a mudança sem grandes investimentos em novas embarcações.

Contudo, será essencial garantir fiscalização rigorosa, além da criação de normas técnicas e ambientais claras, evitando impactos negativos no ecossistema e no mercado.

Enquanto isso, o exemplo brasileiro pode motivar novas parcerias internacionais e transformar o país em referência exportadora de inovação marítima sustentável.

E você? Acha que devemos expandir rapidamente o uso de etanol nos navios ou focar em uma transição mais cautelosa para proteger o meio ambiente?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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