Modelo CJ-1000 avança nos testes e promete substituir os motores estrangeiros do jato C919. Com desempenho acima do previsto, o motor chinês para o jato C919 deve equipar aviões comerciais a partir de 2026. A meta é conquistar o mercado e reduzir a dependência de tecnologias dos EUA e Europa.
A corrida por independência tecnológica no setor aéreo ganhou um novo capítulo. O motor chinês para o jato C919, conhecido como CJ-1000, está surpreendendo especialistas e dando um salto estratégico na aviação mundial. Desenvolvido pela Aero Engine Corporation of China (AECC), o motor passou por uma série de testes recentes e já mostrou desempenho acima do esperado — algo que muitos achavam que levaria anos para acontecer.
Enquanto o C919 ainda voa com motores LEAP, fabricados por uma joint venture entre a americana General Electric (GE) e a francesa Safran, a China se aproxima rapidamente de produzir seu próprio sistema de propulsão. E isso muda tudo no jogo da aviação global.
Motor chinês CJ-1000 mostra força e desafia o domínio do Ocidente
O motor chinês para o jato C919 é um turbofan de alto índice de bypass, ou seja, usa uma tecnologia moderna que mistura potência, silêncio e economia. Ele foi projetado para substituir, gradualmente, os motores LEAP-1C — que hoje são os únicos homologados para o C919.
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Os testes mais recentes integraram o CJ-1000 ao cargueiro militar chinês Y-20. A ideia era avaliar o desempenho do motor em um avião de grande porte antes de avançar para os voos comerciais. O resultado animou os engenheiros chineses: estabilidade, potência e confiabilidade superiores às projeções iniciais.
Segundo fontes do setor, o motor já está pronto para iniciar voos de certificação com o próprio C919 nos próximos meses. A expectativa é que a versão final seja aprovada até 2026, marcando um divisor de águas para a indústria aeroespacial chinesa.
C919 já é realidade — e pode ganhar cara 100% chinesa
O Comac C919 é o jato comercial que a China colocou no mundo para brigar com o Boeing 737 e o Airbus A320. Com capacidade para 158 a 174 passageiros, ele voou pela primeira vez em 2017, mas foi só em maio de 2024 que fez seu primeiro voo comercial, operado pela companhia China Eastern Airlines.
O avião é moderno, feito para viagens domésticas e regionais, e já conta com mais de 1.000 encomendas, principalmente de empresas chinesas. Mas até agora, ele só decolava com peças e sistemas vindos do Ocidente — e isso incomoda Pequim.
Com o motor chinês CJ-1000 pronto para tomar o lugar dos motores LEAP, o plano é tornar o C919 totalmente nacional. É a estratégia da China para reduzir riscos geopolíticos e ganhar autonomia em uma das áreas mais sensíveis da economia global: a aviação.
Por que isso importa para o mundo?
Ter um motor chinês para o jato C919 funcional muda completamente o equilíbrio de poder no setor. Hoje, a GE, Safran, Rolls-Royce e Pratt & Whitney dominam o fornecimento de motores comerciais. Com o CJ-1000, a China entra de vez nesse jogo — e promete preços mais competitivos e entregas mais ágeis para seus clientes domésticos.
O projeto abre caminho para novos modelos de aeronaves 100% chinesas no futuro. A lógica é clara: se você controla o motor, controla o avião. E se controla o avião, controla o mercado.
Especialistas ainda apontam que o CJ-1000 é só o começo. Já existem rumores sobre um modelo ainda mais avançado — o CJ-2000, que poderá equipar aviões de longo alcance, como o CR929, projeto sino-russo que também está em desenvolvimento.