O mistério em torno do Monstro do Lago Ness pode estar chegando ao fim, com especialistas apontando uma explicação simples para o fenômeno que intriga o mundo há décadas.
Após séculos de especulação, avistamentos controversos e teorias mirabolantes, o enigma do lendário Monstro do Lago Ness parece finalmente ter sido desvendado – e a resposta é tão simples quanto inesperada.
Um misterioso fenômeno natural pode explicar os famosos avistamentos do lendário monstro do Lago Ness, é o que diz Alan McKenna, fundador da Loch Ness Exploration (LNE). Ele acredita que as chamadas “ondas estacionárias” podem estar por trás de relatos que há décadas alimentaram o folclore em torno do mítico Nessie.
Ondas estacionárias e o mistério do lago
McKenna explica que essas ondas ocorrem quando duas ondas de barcos, com a mesma frequência e amplitude, se movem em alternativas opostas na superfície do lago.
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O encontro dessas ondas resulta em uma interferência que pode criar picos fixos na água, as chamadas ondas estacionárias. “Os picos se erguem sobre a superfície tranquila do lago, sendo facilmente confundidos com saliências de algo emergente das profundezas”, destacou.
Imagens capturadas por McKenna mostram a aparência na costa sul do lago, em Fort Augustus, onde um rio encontra o corpo d’água. No entanto, registrar uma onda estacionária em águas abertas continua sendo um desafio devido às variações envolvidas, como o tamanho e a velocidade do barco que originam as ondas.
Capturar o fenômeno no coração do lago
Apesar das dificuldades, McKenna busca evidências mais concretas no centro do Lago Ness. Relatos frequentes de ondas estacionárias vêm de locais como a marina dentro da Baía de Urquhart, mas o pesquisador acredita que filmar o aparecimento em movimento, em pleno lago, seria um marco importante. “Sabemos que as ondas estacionárias existem, mas ainda não temos imagens naturais delas em ação”, afirmou.
O pesquisador reforça que sua meta não é apenas desmistificar visões, mas entender o máximo possível sobre as características naturais do lago. Para ele, os moradores locais possuem um olhar mais aguçado para diferenciar eventos comuns das ilusões que podem confundir os turistas.
“Quem conhece o lago e seu comportamento natural é menos propenso a ser enganado pelas condições da água e efeitos visuais”, afirmou.
Uma visão científica e aberta ao inexplicável
Embora McKenna adote uma abordagem científica, ele não descartou completamente a possibilidade de existência de criaturas desconhecidas no Lago Ness. Com 37 quilômetros de extensão, águas profundas de até 238 metros e baixa visibilidade, o lago é, segundo ele, o habitat perfeito para um animal tímido. “A escuridão do lago é tão intensa que você poderia estar nadando ao lado de um submarino sem saber”, ressaltou.
O pesquisador também participou de sua evolução pessoal em relação ao mito. Durante a infância, ele acreditou na teoria do plesiossauro, mas, com o passar do tempo, atualmente essa ideia é menos provável. Ele apontou que a busca por Nessie já envolveu hipóteses como enguias gigantes, tubarões da Groenlândia, grandes esturjões e até bagres, mas nenhuma dessas teorias foi conclusiva.
História e curiosidades sobre Nessie
A lenda do monstro do Lago Ness data de séculos atrás. O primeiro registro conhecido remonta ao ano 565 dC, quando a missão São Columba teria encontrado uma criatura gigante no Rio Ness. No entanto, a febre moderna em torno de Nessie começou em 1933, quando o jornal Inverness Courier publicou a história de um casal local que viu um “enorme animal rolando e mergulhando na superfície”.
Um ano depois, em 1934, surgiu uma famosa fotografia do Coronel Robert Kenneth Wilson, que mostrava uma criatura de pescoço longo emergindo do lago. Décadas depois, essa imagem foi desmascarada como uma farsa por Chris Spurling, um dos responsáveis pela encenação.
Registros contemporâneos também atraem curiosidade. Em 2001, James Gray fotografou algo misterioso enquanto pescava no lago, e imagens borradas de 1933, feitas por Hugh Gray, continuaram sendo debatidas. Apesar disso, nenhuma evidência concreta foi apresentada para confirmar a existência de Nessie.
Hipóteses e explicações alternativas
Teorias científicas e céticas buscam explicar os avistamentos. Alguns apontam para peixes nativos, como os esturjões, que possuem características que poderiam ser confundidas com répteis. Outras sugerem que troncos submersos de pinheiros escoceses, ao emergirem à superfície com bolhas de gás, podem criar formas que se assemelham a criaturas vivas.
Há também a hipótese de que ilusões de ótica e efeitos naturais no lago, como ondas estacionárias, sejam responsáveis pela maioria dos avistamentos. Apesar disso, a falta de uma explicação definitiva mantém o fascínio pelo mistério.
A Exploração do lago além do mito
O LNE, fundado por McKenna, vai além da busca por Nessie. O grupo voluntário se dedica a estudar o Lago Ness em todas as suas dimensões, desde a ecologia até as características naturais. “Convidamos todos os detalhes no lago para se juntar a nós. O Lago Ness é muito mais do que o monstruoso”, enfatizou.
Para McKenna, o mistério é o que torna o Lago Ness tão especial. “O que nos atrai é justamente a ausência de respostas. Nessie representa a curiosidade humana e o desejo de descobrir o desconhecido.”
O debate sobre o monstro do Lago Ness pode não chegar a um fim definitivo, mas continua inspirando cientistas, turistas e sonhadores ao redor do mundo. Enquanto isso, as ondas estacionárias oferecem uma janela para compreender a complexidade desse lago lendário.