Tesouro perdido: moedas de prata romanas antigas, ocultadas durante ataque pirata há 2.000 anos, são descobertas em ilha remota
Recentemente, arqueólogos descobriram 27 moedas antigas romanas de prata, datadas entre 94 e 74 a.C., que haviam sido enterradas há cerca de 2.000 anos. Essa nova descoberta adiciona mais um capítulo ao passado rico dessa ilha isolada.
A descoberta aconteceu inesperadamente durante trabalhos de restauração na Acrópole de Santa Teresa e San Marco, um sítio arqueológico que há décadas é alvo de escavações. Liderada por Thomas Schäfer, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, a equipe já investigava o local há 25 anos.
Recentemente, chuvas fortes expuseram algo incomum: pequenas moedas surgiram no solo solto. Intrigados, os arqueólogos cavaram mais fundo e encontraram um tesouro escondido sob uma grande pedra.
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Essas moedas antigas, conhecidas como denários, eram a principal moeda de prata da Roma Antiga e apresentavam gravuras detalhadas, como o perfil de figuras romanas e uma carruagem puxada por três cavalos. A descoberta traz à tona o fato de que Pantelleria foi um importante ponto de comércio durante a era romana.
Ataques piratas e tesouros escondidos
Pantelleria já foi alvo de várias descobertas arqueológicas. Em 2010, por exemplo, um conjunto de 107 moedas de prata foi encontrado na mesma área. Além disso, escavações anteriores revelaram estátuas de imperadores romanos, como César e Agripina. Esses achados, hoje expostos em museus de Palermo e Londres, sugerem que a ilha teve um papel central no comércio e nas interações culturais da época.
A hipótese de que essas moedas foram enterradas durante um ataque pirata é amplamente aceita pelos arqueólogos. No primeiro século a.C., Pantelleria e outras regiões do Mediterrâneo eram constantemente atacadas por piratas, que saqueavam vilas costeiras e roubavam mercadorias. Acredita-se que as moedas recém-descobertas foram enterradas por seus proprietários, que, provavelmente, nunca retornaram para recuperá-las.
“Esses tesouros podem ter sido escondidos durante uma invasão, o que explicaria por que nunca foram resgatados”, explicou Schäfer. A localização estratégica da ilha e a constante ameaça de piratas fazem dessa teoria uma explicação plausível.
Ameaça pirata no Mediterrâneo antigo
A pirataria foi um grande problema no Mediterrâneo durante a era romana. Ilhas isoladas e costas de difícil acesso forneciam esconderijos ideais para os piratas, que atacavam cidades e vilarejos, capturando pessoas para vendê-las como escravos e saqueando mercadorias valiosas. No primeiro século a.C., a pirataria atingiu seu auge, desestabilizando o comércio e até ameaçando diretamente Roma.
Os piratas chegaram a capturar figuras importantes, como o jovem Júlio César, que foi raptado por piratas cilícios em 75 a.C. Segundo relatos históricos, César teria prometido que voltaria para crucificá-los, o que realmente aconteceu após sua libertação.
Mesmo com a expansão do Império Romano e o controle sobre as rotas marítimas, a pirataria continuou sendo um problema por muitos anos. A instabilidade política e as crises econômicas forneceram terreno fértil para que esses bandidos continuassem a prosperar.
Um tesouro arqueológico
À medida que as moedas de Pantelleria são estudadas mais profundamente, elas poderão fornecer informações valiosas sobre a vida e os acontecimentos daquele período. A ilha continua a ser uma verdadeira mina de ouro arqueológica, revelando, pouco a pouco, segredos de um passado remoto e fascinante.
Essa descoberta é mais um exemplo de como o estudo contínuo de sítios históricos pode trazer à tona novos detalhes sobre a complexa e turbulenta história do Mediterrâneo antigo.