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Modelo mineiro de energia solar inspira a Argentina e promete transformar o cooperativismo latino-americano com base em sustentabilidade e inclusão social

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 09/10/2025 às 15:29
O programa MinasCoop Energia, criado pelo Sistema Ocemg em Minas Gerais, será replicado na Argentina com o apoio da Aliança Cooperativa Internacional. A iniciativa une energia solar, cooperativismo e impacto social, e já beneficia milhões de pessoas em Minas. Fonte: Sistema Ocemg
O programa MinasCoop Energia, criado pelo Sistema Ocemg em Minas Gerais, será replicado na Argentina com o apoio da Aliança Cooperativa Internacional. A iniciativa une energia solar, cooperativismo e impacto social, e já beneficia milhões de pessoas em Minas. Fonte: Sistema Ocemg
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O programa MinasCoop Energia, criado pelo Sistema Ocemg em Minas Gerais, será replicado na Argentina com o apoio da Aliança Cooperativa Internacional. A iniciativa une energia solar, cooperativismo e impacto social, e já beneficia milhões de pessoas em Minas.

O modelo inovador de geração de energia solar desenvolvido em Minas Gerais vai ultrapassar fronteiras e ganhar espaço na Argentina, em uma iniciativa apoiada pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) — entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), conforme noticiado nesta quinta, 09. O projeto, batizado de MinasCoop Energia, é uma realização do Sistema Ocemg e tem como missão unir sustentabilidade, solidariedade e desenvolvimento social dentro do cooperativismo.

A proposta será replicada em território argentino como parte de uma estratégia global de incentivo à transição energética limpa e democrática, reforçando o papel das cooperativas na construção de um futuro com menor emissão de carbono.

Cooperativismo mineiro como exemplo mundial de energia limpa

O MinasCoop Energia já transformou a realidade de dezenas de comunidades mineiras. Atualmente, o programa atende 52 cooperativas e 80 instituições sociais, incluindo creches, hospitais e asilos, impactando 4,3 milhões de pessoas em todo o estado. Entre os beneficiados está a tradicional Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, que passou a reduzir custos e direcionar recursos para sua atividade-fim.

O presidente da ACI, Ariel Guarco, visitou as três primeiras usinas do projeto em Cristália, no norte de Minas. As instalações foram construídas em terrenos antes improdutivos de pequenos agricultores, que agora têm renda estável por meio do arrendamento dessas áreas.

Guarco, que também lidera a Confederação Cooperativa da República Argentina (Cooperar) e a Fedecoba, destacou a relevância global do projeto:

“Achei extraordinária a forma como o projeto conjuga transição energética democrática, solidariedade e compromisso com o desenvolvimento das comunidades. É um programa replicável no mundo inteiro.”

Energia solar e inclusão: um modelo de impacto social

O presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Sucato, explica que o diferencial do programa é unir geração de energia limpa com responsabilidade social direta. Parte da energia produzida pelas usinas é doada para instituições filantrópicas das comunidades onde as cooperativas atuam.

“Essa combinação de cooperativismo, transição para a energia limpa e responsabilidade social direta o coloca como referência alinhada a dez dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, afirma Sucato.

Atualmente, o programa está em fase de divulgação e expansão, e a Argentina é o país mais adiantado no processo de replicação. “A ideia é que a experiência mineira inspire outras regiões e sirva de modelo para novas políticas energéticas cooperativas”, completa o dirigente.

Expansão internacional e reconhecimento da ONU

O MinasCoop Energia ganhou visibilidade internacional ao ser apresentado na plenária de abertura do Ano Internacional das Cooperativas, em Nova Délhi, na Índia. Na ocasião, o superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti Lages, compartilhou histórias reais de famílias transformadas pela iniciativa.

A projeção do programa e o interesse argentino consolidam o papel do cooperativismo mineiro como agente estratégico no avanço da energia solar na América Latina. A replicação em outros países também reforça o alinhamento do projeto com os compromissos globais de descarbonização e desenvolvimento sustentável.

Resultados concretos em Minas Gerais

O MinasCoop Energia foi lançado em 2020, em parceria com o governo de Minas Gerais, e hoje já soma 138 usinas fotovoltaicas em operação, distribuídas em 88 municípios. No total, a potência instalada chega a 14 megawatt-pico (MWp), o que permite doar mais de 2,6 milhões de quilowatt-hora (kWh) por ano a instituições sociais.

O impacto econômico e social é visível. Até o momento, o programa já gerou 1.147 empregos diretos e indiretos e destinou R$ 232 mil a 12 famílias rurais que arrendaram suas terras para a instalação das usinas. Para essas famílias, antes sem fonte de renda fixa, a iniciativa representa dignidade e oportunidade.

Além disso, o retorno econômico é rápido: o investimento tem payback estimado de cinco anos, o que reforça a viabilidade financeira da transição energética.

Para Ronaldo Sucato, o sucesso do projeto prova que é possível unir crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade ambiental em uma única estratégia. O objetivo, agora, é consolidar o MinasCoop Energia como motor da transformação energética das cooperativas mineiras.

“Queremos ampliar o número de usinas, aumentar a potência instalada e beneficiar mais instituições sociais. O foco é garantir que o cooperativismo continue sendo protagonista da transição energética justa e inclusiva”, afirma o presidente do Sistema Ocemg.

O dirigente também ressalta que o modelo contribui para reduzir desigualdades regionais, gerar emprego e renda, e fortalecer o papel das cooperativas como agentes de inovação e responsabilidade ambiental.

Parceria com pequenos produtores e combate à pobreza energética

Um dos pilares do MinasCoop Energia é a valorização dos pequenos produtores rurais. Os terrenos utilizados para instalar as usinas são arrendados de agricultores locais, que recebem remuneração justa e previsível. Isso cria uma nova fonte de renda e mantém a economia circular nas comunidades.

A iniciativa também ajuda a combater a chamada pobreza energética, fenômeno ainda presente em diversas áreas rurais do Brasil e da América do Sul. Ao produzir energia limpa e acessível, o programa contribui para o desenvolvimento local e reduz a dependência de combustíveis fósseis.

Com a confirmação do interesse argentino, o modelo mineiro de energia solar cooperativa se tornará referência para toda a região. O presidente da ACI, Ariel Guarco, afirmou que levará a proposta para o cooperativismo argentino, com o objetivo de adaptá-la às realidades locais e, em seguida, expandi-la para outros países da América Latina.

A iniciativa abre caminho para um novo paradigma energético, no qual as cooperativas assumem o protagonismo da transição verde. A combinação de inovação tecnológica, impacto social e sustentabilidade ambiental torna o projeto um exemplo de como a energia limpa pode transformar comunidades inteiras.

Mais do que um programa de energia solar, o MinasCoop Energia é uma plataforma de transformação social e ambiental. O modelo alia tecnologia, solidariedade e gestão eficiente, inspirando o mundo cooperativista e o setor energético.

Com o apoio da ONU e da ACI, o projeto mineiro chega à Argentina como símbolo de um futuro sustentável para toda a América do Sul. Um futuro onde a luz do sol se torna não apenas energia, mas também oportunidade, renda e dignidade para milhões de pessoas.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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