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Ministro do MEC surpreende ao dizer que salário não é o maior problema dos professores e diz o que realmente preocupa a categoria

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 29/09/2025 às 15:55
Camilo Santana afirma que salário não é a principal queixa dos professores e anuncia medidas do MEC para valorizar a carreira docente.
Camilo Santana afirma que salário não é a principal queixa dos professores e anuncia medidas do MEC para valorizar a carreira docente.
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Camilo Santana afirmou que a maior queixa dos professores não é o salário, mas a falta de reconhecimento, e apresentou medidas do MEC para valorizar a carreira docente e tornar a profissão mais atrativa.

Em almoço com empresários em São Paulo, nesta sexta-feira (26), o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a principal queixa de docentes da educação básica não é a remuneração, mas a falta de reconhecimento.

“A primeira reclamação que o professor faz não é sobre salário, mas, sim, falta de reconhecimento”, disse, em evento organizado pelo grupo Esfera Brasil. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a fala veio acompanhada da promessa de priorizar políticas de valorização da carreira.

Reconhecimento à frente do salário

Na avaliação do ministro, a docência é vista socialmente como profissão de “segundo escalão”, o que afasta jovens da licenciatura.

Ele defendeu um movimento coordenado para elevar o prestígio do magistério e apresentou ações em curso no MEC para atacar o problema.

A agenda de Santana tem sido levada a diferentes fóruns com o setor privado e entidades de ensino, como o Fnesp, realizado em São Paulo, no qual reforçou medidas para atrair e formar professores.

Piso de 2025 e como ele é calculado

O piso nacional do magistério em 2025 é de R$ 4.867,77 para 40 horas semanais, reajustado em 6,27% por meio da Portaria MEC nº 77, publicada em 31 de janeiro.

O valor decorre do que determina a Lei 11.738/2008 e das regras do Fundeb: a atualização anual toma por referência a variação do VAAF-Fundeb entre 2023 e 2024.

Não é um índice atrelado à inflação cheia do IPCA.

Na prática, o piso é um valor mínimo nacional, e estados e municípios precisam formalizar o pagamento em normas próprias.

O Ministério ressalta que as redes de ensino — e não a União — são responsáveis pelo desembolso.

Cumprimento do piso ainda é um desafio

Apesar do reajuste, cerca de um terço dos municípios não pagava ao menos o piso aos professores da rede pública em 2023.

Dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, do movimento Todos Pela Educação, indicam que 68,5% das cidades garantiam o valor mínimo naquele ano, com grandes diferenças regionais.

O cenário ajuda a explicar por que o tema salarial segue sensível nas redes locais, mesmo com um piso nacional definido.

Medidas do MEC para valorizar a carreira

Como resposta, o MEC centraliza a estratégia no programa Mais Professores.

Um dos eixos é a Prova Nacional Docente (PND), apelidada de “Enem dos Professores”, que estreia com aplicação prevista para 26 de outubro de 2025.

O exame, elaborado pelo Inep, poderá subsidiar a seleção de docentes por estados e municípios, padronizando parte da avaliação de conhecimentos gerais e específicos de licenciatura.

Outro braço é o Pé-de-Meia Licenciaturas, incentivo financeiro mensal a calouros de licenciatura com desempenho a partir de 650 pontos no Enem.

O benefício soma R$ 1.050 por mês, sendo R$ 700 com saque mensal e R$ 350 como poupança para resgate após ingresso em rede pública, em até cinco anos.

A ação busca tornar a docência mais atraente para estudantes de alta performance.

Carteira nacional e descontos via #TôComProf

Para reforçar o reconhecimento simbólico e oferecer benefícios práticos, foi sancionada a Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB), documento de identificação válido para professores das redes pública e privada.

A CNDB integra o Mais Professores e deve habilitar acesso a vantagens e descontos em serviços e programas.

Na mesma linha, o MEC lançou o selo #TôComProf, que credencia empresas parceiras dispostas a conceder descontos a docentes.

Um chamamento público segue aberto até 30 de novembro.

A sinalização “#TôComProf” nos pontos de venda indicará condições diferenciadas mediante apresentação da carteira.

O que dizem os empresários

A fala de Santana encontrou apoio de representantes do setor educacional privado.

Marcelo Battistella Bueno, um dos fundadores da Ânima Educação, afirmou que é preciso encarar de frente a baixa atratividade da carreira.

Ele defendeu que “o professor tem que ser herói, tem que ser referência”.

A Ânima, grupo fundado por Daniel Castanho, Maurício Escobar e o próprio Bueno, vem discutindo caminhos para valorização e formação docente.

Salário mínimo e comparação com o piso

Questionamentos surgiram sobre a equivalência do piso a “três salários mínimos”.

Em 2025, o salário mínimo foi fixado em R$ 1.502 pelo Congresso.

Assim, o piso de R$ 4.867,77 corresponde a pouco mais de três mínimos, mas não exatamente a três, como às vezes se resume de forma imprecisa.

Próximos passos

O ministro sustenta que reconhecimento social, atração de talentos e formação de qualidade caminham juntos com a valorização salarial.

Ao mesmo tempo, a execução local do piso segue como ponto crítico, dependente do orçamento e da gestão de estados e, sobretudo, de prefeituras.

Santana tem dito a interlocutores do setor que a prioridade é construir um ambiente em que a docência volte a ser um projeto desejado de carreira — e que as medidas lançadas este ano ganhem escala a partir de 2026.

Na sua rede ou escola, o que pesa mais hoje para atrair e reter professores: salário ou reconhecimento?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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