Esquentar comida no micro-ondas pode ser perigoso? Tire suas dúvidas de uma vez por todas
Você provavelmente já ouviu essa história: “micro-ondas emite radiação e pode causar câncer”. E talvez até tenha ficado com receio de ficar muito perto do aparelho enquanto ele aquece sua comida. Mas será que isso faz algum sentido? Spoiler: não faz. A ciência já tem respostas bem claras sobre isso, e elas vão surpreender quem ainda tem dúvidas sobre a segurança desse eletrodoméstico tão comum na cozinha dos brasileiros.
Nem toda radiação é vilã
Vamos começar pelo ponto que mais assusta: a radiação. Só de ouvir essa palavra, muita gente já associa à ideia de contaminação, doenças graves ou acidentes nucleares. Mas, na prática, a coisa é mais simples (e menos ameaçadora). Existem dois tipos principais de radiação: ionizante e não ionizante.
A radiação ionizante é aquela que realmente pode fazer estrago no corpo humano, como os raios-X ou a radiação liberada em acidentes nucleares. Ela tem energia suficiente para alterar o DNA e, sim, pode aumentar o risco de câncer. Já a radiação não ionizante, como a que sai dos micro-ondas, não tem força para danificar células ou alterar material genético. Ou seja, não há motivo para pânico.
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Como o micro-ondas esquenta sua comida?
O processo que acontece dentro do forno não tem nada de mágico nem misterioso. A tecnologia se baseia no chamado aquecimento dielétrico. O que isso significa? Basicamente, as micro-ondas fazem as moléculas de água do alimento vibrarem rapidamente, gerando calor por atrito. É isso que esquenta sua lasanha de ontem ou aquele café que esfriou.
O responsável por criar essas ondas é o magnetron, uma válvula eletrônica que transforma energia elétrica em ondas de rádio de alta frequência. Todo esse processo acontece dentro de uma câmara metálica fechada, com vedação adequada e um visor com malha metálica, justamente para evitar que as ondas escapem. Segundo o Inmetro, esses sistemas são altamente seguros quando o aparelho está em boas condições.
O que diz a ciência sobre micro-ondas e câncer?
De tempos em tempos, pesquisas sérias são feitas para avaliar os impactos reais do uso doméstico de micro-ondas na saúde humana. Uma das análises mais respeitadas foi feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e o veredito foi direto: não há nenhuma evidência científica que ligue o uso normal do micro-ondas ao desenvolvimento de câncer ou outras doenças.
No Brasil, órgãos como o Inmetro e a Anvisa garantem que os aparelhos comercializados seguem normas rígidas de segurança. Mas vale lembrar que aparelhos danificados ou com vedação comprometida devem ser avaliados ou substituídos, pois podem gerar pequenos vazamentos — que, mesmo não sendo perigosos, fogem do padrão de segurança.
O verdadeiro problema está na desinformação
Um estudo realizado pelas Universidades de Londres e Leeds entrevistou mais de mil pessoas para descobrir o que elas acreditavam ser causas de câncer. O resultado? Uma grande parte da população associa erroneamente doenças graves a coisas como micro-ondas, enquanto ignora riscos reais como cigarro, obesidade, sedentarismo e álcool.
Esse tipo de percepção equivocada alimenta o chamado fatalismo, que é quando a pessoa acredita que tudo pode causar câncer e que não vale a pena se cuidar. Isso é perigoso, porque desvia o foco de hábitos que realmente fazem diferença na prevenção da doença.
Micro-ondas são seguros (o que não é seguro é acreditar em tudo que se lê na internet)
Pode ficar tranquilo: o micro-ondas da sua casa não é uma bomba cancerígena prestes a explodir. Quando utilizado corretamente, e desde que esteja em boas condições, ele é totalmente seguro. A energia que ele emite não tem força para alterar o DNA e não vai te contaminar nem “infectar” sua comida.
O maior risco que ele traz, na verdade, é nosso velho inimigo: a desinformação. Por isso, da próxima vez que ouvir que micro-ondas causa câncer, responda com ciência e compartilhe conhecimento. Essa é a forma mais poderosa de cuidar da saúde pública.