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Metrô de São Paulo terá nova estação com profundidade equivalente a um prédio de 24 andares, gerando 9 mil vagas de emprego e mais de R$ 18 bilhões em investimentos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 15/09/2024 às 17:54
A estação mais profunda da América Latina, com 67 metros, promete transformar o metrô de São Paulo, gerando R$ 18 bi e 9 mil vagas de emprego.
A estação mais profunda da América Latina, com 67 metros, promete transformar o metrô de São Paulo, gerando R$ 18 bi e 9 mil vagas de emprego.

Metrô de São Paulo terá uma das maiores obras subterrâneas já vistas na América Latina. A nova estação irá gerar cerca de 9 mil vagas de emprego e mais de R$ 18 bilhões em investimentos.

O metrô de São Paulo está prestes a ganhar uma estação que vai deixar muitos impressionados, tanto pela sua profundidade quanto pelo impacto econômico que gerará.

Quando a tão esperada estação da Vila Penteado finalmente estiver concluída, os moradores da zona norte da cidade enfrentarão uma descida vertiginosa, equivalente à altura de um prédio de 24 andares, antes de alcançarem o trem.

No entanto, por trás dessa jornada vertical, esconde-se uma história monumental de investimentos bilionários e milhares de empregos gerados, que prometem transformar a mobilidade e a economia da região.

A estação mais profunda da América Latina

Com uma profundidade de 67 metros, a nova estação da linha 6-Laranja do metrô paulistano, chamada de Itaberaba-Hospital Vila Penteado, será a mais profunda de toda a América Latina.

Para efeito de comparação, sua profundidade é 26 metros maior que a da estação Santa Cruz, atualmente a mais profunda em operação no metrô de São Paulo.

A obra da linha 6, com 15 estações ao longo de 15,3 km, promete revolucionar o transporte na cidade, ligando a zona norte ao centro e transportando cerca de 630 mil passageiros diariamente.

A magnitude da obra também impressiona pelos números.

Segundo a Linha Uni, consórcio responsável pela construção, a estação terá uma área de 15.191 m², distribuída em 12 pavimentos e contará com 22 escadas rolantes.

Roberto Racanicchi, especialista em concreto armado, destacou que o volume de concreto utilizado nessa construção é pelo menos três vezes maior do que o de um prédio convencional de 67 metros de altura, tamanho equivalente à profundidade da estação.

Desafios subterrâneos e o impacto na economia

Construir em profundidades tão grandes, no entanto, não é tarefa fácil. Racanicchi explica que as dificuldades vão além do tamanho da obra.

O solo, composto por diferentes camadas de rigidez e a presença de lençóis freáticos, exigem soluções complexas de engenharia.

“Quanto mais profunda a escavação, mais complexa e cara se torna a obra”, afirma o engenheiro, ressaltando a necessidade de uma equipe diversificada de profissionais, incluindo geólogos e engenheiros de minas e mecânicos, para garantir o sucesso do projeto.

A Linha Uni confirma esses desafios, destacando que o alto nível freático da região, bem como a necessidade de atravessar grandes estruturas, como o rio Tietê, aumentam a complexidade da construção.

Outro ponto que contribui para a profundidade é a integração da nova linha com as já existentes, como as linhas 1-Azul e 4-Amarela.

Além disso, os problemas geotécnicos não identificados em fases anteriores da obra atrasaram o cronograma.

Inicialmente prevista para ser concluída em 2025, a linha 6 pode enfrentar um atraso de até 1.096 dias, adiando sua inauguração para 2028.

O impacto econômico: vagas de emprego e investimentos bilionários

A grandiosidade do projeto não está apenas nas profundezas do metrô, mas também no impacto econômico que ele gerará.

As obras da linha 6 já empregam diretamente cerca de 9 mil pessoas, um número significativo que alivia o desemprego na capital paulista.

Esses postos de trabalho são apenas uma parte do gigantesco investimento de R$ 18 bilhões, destinados à construção dessa linha, que é considerada a maior obra de infraestrutura em andamento na América Latina.

Esse investimento massivo é fruto de uma parceria público-privada (PPP) entre o governo do estado e o consórcio Linha Uni.

A previsão é que, além de melhorar o transporte público e reduzir o tempo de deslocamento, a linha também traga benefícios econômicos de longo prazo, tanto pela geração de empregos quanto pelo aumento da produtividade ao facilitar o deslocamento entre regiões importantes da cidade.

Um recorde distante, mas impressionante

Embora seja a estação mais profunda da América Latina, a Itaberaba-Hospital Vila Penteado ainda fica longe de superar o recorde mundial de profundidade.

A estação Arsenalna, localizada em Kiev, na Ucrânia, atinge impressionantes 105 metros, mantendo-se como a mais profunda do mundo.

Entretanto, a obra paulistana não deixa de impressionar e traz ao Brasil um novo patamar de engenharia subterrânea.

A promessa para o futuro

Apesar dos atrasos e desafios encontrados durante a escavação, a promessa é que a linha 6-Laranja mude a forma como os paulistanos se deslocam, principalmente aqueles que moram na zona norte.

Com o avanço recente nas obras e o encontro dos túneis na região da Brasilândia, o governo de São Paulo acredita que as oito primeiras estações da linha estejam prontas até 2026, melhorando o transporte público da cidade e beneficiando milhares de pessoas diariamente​.

No entanto, a pergunta que fica no ar é: será que os desafios geotécnicos e os investimentos continuarão a crescer, atrasando ainda mais a conclusão dessa grandiosa obra?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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