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Metade do Brasil quer mais BRICS e 44% apoiam uma nova ‘moeda alternativa’ ao dólar, enquanto alíquotas de 50% afetam exportações brasileiras

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 08/09/2025 às 14:21
Metade do Brasil quer mais BRICS e 44% apoiam uma nova ‘moeda alternativa’ ao dólar, enquanto alíquotas de 50% afetam exportações brasileiras
O debate sobre a posição do Brasil no mundo voltou ao centro da conversa pública. Depois da 17ª Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro.
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48% dos brasileiros defendem estreitar relações com o BRICS e 44% apoiam buscar alternativas ao dólar no comércio internacional. Veja quem mais apoia.

O debate sobre a posição do Brasil no mundo voltou ao centro da conversa pública. Depois da 17ª Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro e em meio à escalada de tarifas dos EUA, uma nova pesquisa da Nexus divulgada nesta 2ª feira, 08/set/2025, mostra que quase metade da população quer aproximação com o BRICS e que a ideia de desdolarização já divide opiniões. Os dados ajudam a entender como os brasileiros estão lendo o momento geopolítico.

Segundo o levantamento, 48% defendem estreitar relações políticas e econômicas com o BRICS, contra 33% que preferem distanciamento. No tema moeda, 44% apoiam alternativas ao dólar e 43% querem manter a moeda americana como pilar do comércio exterior. A pesquisa ouviu 2.005 pessoas em 27 UFs entre 15 e 19 de agosto de 2025.

Esse humor ocorre logo após o Brasil sediar a cúpula do BRICS, quando os líderes reforçaram cooperação e meios de pagamento entre países do Sul Global. Em paralelo, o governo dos Estados Unidos intensificou o discurso e a prática de tarifas elevadas, com relatos de alíquotas de até 50% afetando exportações brasileiras, o que elevou o custo político e econômico do tema.

O que a pesquisa Nexus revela sobre apoio ao BRICS em 2025

O bloco está em alta entre os brasileiros: 48% defendem aproximação, 33% preferem afastamento e 18% não souberam responder. O apoio é mais intenso entre homens (52%) e **jovens de 16 a 24 anos (53%). Por renda, o grupo acima de 5 salários mínimos chega a 56% a favor. Esses recortes sugerem percepção de oportunidade econômica e diversificação de parceiros como argumentos pró-BRICS.

Regionalmente, o Sul se destaca com 56% favoráveis, seguido por Sudeste (48%), Nordeste (46%) e Norte/Centro-Oeste (46%). A leitura é que estados com cadeias exportadoras mais integradas a mercados asiáticos e de commodities tendem a ver ganho potencial em parcerias e acordos setoriais dentro do BRICS.

O pano de fundo institucional também pesa: a 17ª Cúpula do BRICS realizada no Rio em 6 e 7 de julho de 2025 recolocou temas como financiamento, comércio e sistemas de pagamento no centro da agenda, gerando cobertura ampla e reforçando o assunto no noticiário nacional.

Alternativas ao dólar: desdolarização divide o Brasil

No recorte sobre moeda, os brasileiros aparecem praticamente divididos: 44% defendem buscar alternativas ao dólar e 43% preferem manter o dólar como referência por suposta segurança e estabilidade. Entre as mulheres, cresce o apoio a alternativas; entre homens e renda mais alta, prevalece manter o dólar. Entre 16 e 24 anos, há leve maioria pela manutenção da moeda americana, o que contrasta com faixas mais velhas.

Para além do jargão, desdolarização significa diversificar meios de pagamento no comércio exterior, usando moedas locais ou plataformas de compensação. O benefício seria reduzir custos cambiais e exposição a sanções; o risco é elevar complexidade operacional, volatilidade e custo de hedge para empresas brasileiras.

Esse debate ganhou força com anúncios e ameaças de novas tarifas dos EUA e com iniciativas do BRICS para facilitar transações em moedas locais. A opinião pública, portanto, reflete uma busca por autonomia sem abrir mão de estabilidade.

Cúpula do BRICS no Rio e tarifas dos EUA de até 50 por cento

Durante a presidência brasileira do BRICS, a cúpula no Rio tratou de integração comercial e financeira. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos intensificaram medidas protecionistas e sinalizações de tarifas abrangentes contra países do BRICS. Relatos de alíquotas de até 50% sobre exportações brasileiras pressionam setores e acendem um alerta sobre custo Brasil nas vendas ao mercado americano.

Essas tarifas se somam a discursos presidenciais prometendo novas sobretaxas a países alinhados ao BRICS, o que alimenta a percepção de choque externo e abre espaço para alternativas de financiamento e pagamentos dentro do bloco. Para o leitor, isso se traduz em preços, emprego e câmbio.

Na prática, tarifas dessa magnitude podem encarecer produtos brasileiros, reduzir margens e desviar fluxos comerciais para outros destinos. Também elevam o debate sobre diversificação de mercados e moedas como caminhos de resiliência.

Impactos práticos para comércio exterior, câmbio e investimentos

Se o Brasil aprofundar a aproximação com o BRICS, empresas podem acessar linhas de financiamento e acordos setoriais com foco em infraestrutura, energia, agro e tecnologia. Em meios de pagamento, cresce a chance de compensação em moedas locais, diminuindo custos de transação em algumas rotas. Não é solução mágica, mas pode reduzir dependências específicas.

No câmbio, qualquer avanço coordenado em pagamentos alternativos tende a ter efeito gradual. O dólar seguirá relevante, porém a combinação de tarifas externas e cooperação Sul-Sul pode ampliar o uso de moedas locais em nichos, especialmente onde há cadeias integradas com Ásia e África.

Para investidores, o sinal é de volatilidade no curto prazo e rearranjos no médio prazo. Empresas com exposição aos EUA podem acelerar hedge e diversificação, enquanto setores ligados a exportações para BRICS podem ganhar tração se as barreiras no mercado americano persistirem.

Quem apoia mais e quem resiste: idade, gênero, renda e região

Nos recortes, o apoio ao BRICS é maior entre jovens (53%), homens (52%), Sul (56%) e renda acima de 5 SM (56%). Entre mulheres e acima de 60 anos, cresce a cautela. Isso sugere que expectativas de oportunidade e visão sobre liderança global influenciam a avaliação do bloco.

No tema dólar, homens e maior renda preferem manter a moeda americana, enquanto mulheres e faixa de 41 a 59 anos tendem a apoiar alternativas. No Nordeste, também há maior apoio a opções fora do dólar. É um retrato de equilíbrio e de ajustes finos por segmento.

E você, acha que o Brasil deve apostar mais no BRICS e em alternativas ao dólar para ganhar autonomia, ou que o custo e a instabilidade podem sair mais caros do que parecem? Deixe sua opinião nos comentários.

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Geovane Souza

Geovane Souza é especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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