Apesar do grande investimento, cerca de US$ 638 milhões financiados pelo BNDES e da construção realizada pela Odebrecht, o complexo portuário não atingiu suas expectativas de se tornar um ponto-chave na economia cubana
À medida que se aproximam os dez anos desde o início de suas operações, a Zona Especial do Porto de Mariel, em Cuba, enfrenta um cenário desafiador. Segundo Ana Teresa Igarza Martínez, diretora-geral da área, aproximadamente metade de sua área de 465 km² permanece vazia, com apenas 44 empresas operando em plena capacidade, de um potencial de mais de cem. A esperança de preencher esse vazio recai, em grande parte, sobre o apoio do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Projetado para receber navios do tipo New Panamax, o Porto de Mariel, desde sua inauguração, não recebeu nenhuma embarcação dessa envergadura. Apesar do grande investimento, cerca de US$ 638 milhões financiados pelo BNDES e da construção realizada pela Odebrecht, o complexo portuário não atingiu suas expectativas de se tornar um ponto-chave na economia cubana.
Segundo informado pelo BNDES à BBC News Brasil, em setembro do ano passado a dívida atualizada de Cuba com o banco, contados os juros, chega a US$ 520 milhões – o equivalente a mais de R$ 2,5 bilhões. Já atualizações deste ano, segundo o Poder360, as pendências do governo cubano com projetos do BNDES acumulam US$ 671,7 milhões (R$ 3,3 bilhões).
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O Papel do Governo: Aliança para a recuperação econômica cubana
Com Lula no poder, o governo cubano vê uma oportunidade de revigorar o Porto de Mariel. Considerando Lula como um “irmão” e um aliado fundamental, Cuba busca atrair investimentos brasileiros para a zona de desenvolvimento de Mariel. Essa estratégia é crucial para enfrentar os desafios econômicos enfrentados pela ilha, incluindo o recrudescimento do embargo americano e os impactos da pandemia de COVID-19.
No entanto, as relações entre Brasil e Cuba enfrentaram turbulências nos últimos anos, especialmente durante os governos de Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não renovou empréstimos para Cuba desde o fim do governo Dilma, e o país caribenho entrou em inadimplência, devendo mais de US$ 520 milhões ao banco brasileiro.
Cuba: otimismo na renegociação da dívida e novos empréstimos do BNDES
Apesar desses desafios, Martínez expressa otimismo quanto ao futuro das relações econômicas entre os dois países. Com Lula na presidência, há esperança de uma renegociação da dívida cubana com o BNDES e um novo ciclo de investimentos brasileiros em Cuba, especialmente no Porto de Mariel.
Em meio a uma das maiores crises econômicas desde a revolução de 1959, Cuba busca no Porto de Mariel uma fonte de esperança para sua recuperação econômica. Com o apoio de Lula e a perspectiva de uma renegociação da dívida com o BNDES, o Porto de Mariel pode desempenhar um papel crucial no futuro desenvolvimento econômico da ilha caribenha.
10 obras que o BNDES financiou em outros países
- Porto de Mariel (Cuba)
- Hidrelétrica de San Francisco (Equador)
- Hidrelétrica Manduriacu (Equador)
- Hidroelétrica de Chaglla (Peru)
- Metrô Cidade do Panamá (Panamá)
- Autopista Madden-Colón (Panamá)
- Aqueduto de Chaco (Argentina)
- Soterramento do Ferrocarril Sarmiento (Argentina)
- Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (Venezuela)
- Segunda ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela)
É evidente que Cuba, que traz tremenda quantidade de dólares ao Brasil, via importação, vai receber mais esse bônus. Afinal, são hermanos! Sague latino… Lá tem dono e aqui, imperador. Que se acha engraçado e dono também, do Brasil. Alguém vai reagir à essa brincadeira?! Ainda tem a Venezuela… Vemos essas coisas acontecerem mas não há uma reação de autoridade constituída qualquer.
Nem cobrando 100 dólares de cada abitante não conseguirão pagar