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Mesmo com a queda dos preços do petróleo, baixa no valor dos combustíveis não irá acontecer por conta da valorização do dólar

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 06/07/2022 às 20:22
petróleo, combustíveis, Brasil
Fonte: Pixabay

Alta no valor do dólar ameaça preço dos combustíveis no Brasil, apesar do preço do petróleo ter decaído recentemente

O valor do barril do petróleo tipo brent fechou um caimento de aproximadamente 9,45% nesta terça-feira, 5. Com a informação da queda do preço do petróleo, esperava-se que o valor dos combustíveis pudessem diminuir, no entanto, de acordo com economistas, as altas no valor do dólar impedem a queda nos preços dos combustíveis, uma vez que, nos últimos trinta dias, a moeda estadunidense, utilizada para negociações do óleo, está registrando um aumento de 12,55% em relação ao real, moeda do Brasil.

Um estudo feito pelo professor Alberto Ajzental, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou uma ascensção no preço do petróleo tipo brent em real. No mês de junho, o preço do barril alcançou o valor de R$ 573, o maior valor registrado desde o início da pandemia. Há cerca de dois anos, em junho de 2020, o petróleo custava em média R$ 224.

Aumento da taxa de juros e situação política e econômica do Brasil são os principais fatores para o aumento do dólar

Ainda, de acordo com as explicações dos economistas os dois fatores principais que impactam o preço do dólar e impedem que os brasileiros sintam os benefícios da baixa no petróleo e, consequentemente, dos preços dos combustíveis são: o aumento de taxa de juros nos Estados Unidos e a situação político-econômica interna do Brasil.

“O real segue sendo desvalorizado por conta da inflação e o Brasil possui uma situação política muito delicada, principalmente com o começo do processo eleitoral. Além disso, em nível mundial há um cenário de inflação alta, onde as instituições bancárias estão elevando suas taxas de juros. Nos EUA, por exemplo, o aumento dos juros fortalece o dólar”, diz Ajzental.

O professor ainda explica que a situação econômica do Brasil pode acarretar problemas futuros. Ajzental cita a chamada “PEC Kamikaze”, que permite recursos para criação de auxílios financeiros para determinados grupos da população e setores econômicos.

Ainda que o preço do petróleo tenha decaído esta semana, a situação atual do petróleo em nível mundial não deve ser de estabilidade. Como explica Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o recuo mais destacado registrado nesta terça-feira, 5, é um retorno do mercado ao sinal de uma escassez econômica, que acarreta na desvalorização de combustíveis.

“Ainda há uma possível chance de a Rússia reduzir a produção de petróleo e gás para pressionar os países do Ocidente. Com isso, a oferta do produto será menor que a demanda e poderá provocar um aumento no valor do petróleo brent”, explica Pires.

Quedas no preço do petróleo abalaram grandes empresas

As principais quedas no preço do barril de petróleo abalaram diretamente, inclusive, as ações de grandes empresas do setor de combustíveis. Segundo dados adquiridos na terça-feira, de um total de cinco ações com maiores baixas na Ibovespa, quatro eram de petrolíferas;

  1. 3R Petroleum (RRRP3) -7,44%;
  2. PetroRio (PRIO3) -7,11%;
  3. Petrobras (PETR3) -4,27%;
  4. Petrobras (PETR4) -3,81%;
  5. SLC Agrícola (SLCE3) -3,15

Para mais, de acordo com Adriano Pires, apesar de o petróleo poder contribuir com a diminuição e a defasagem dos combustíveis no Brasil, em relação ao mercado do exterior, a alta do valor do dólar é superior à queda da commodity.

Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), também nesta terça-feira, a defasagem média dos combustíveis estavam em, 0,28, ou 6% para a gasolina e de 0,21 ou 4% para o diesel.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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