Após o encerramento da produção no país, multinacional Ford mantém o desenvolvimento de tecnologias para carros elétricos e ainda contrata 500 novos engenheiros
A recente aparição de carros como o Ford Explorer, F-150 híbrida, Mustang Mach-E e Lincoln Navigator no território nacional se deu porque, além de alguns testes, a Ford aproveitou para apresentar aos funcionários brasileiros os carros que eles contribuíram com o desenvolvimento. Apesar do encerramento da produção de veículos no Brasil no começo do último ano, a multinacional manteve seu Centro de Desenvolvimento e Tecnologia no país.
1.500 colaboradores atuam no Centro da Ford no Brasil
O Centro da multinacional foi realocado da antiga fábrica para seis galpões em uma área de 6 mil metros quadrados disponibilizada pelo Senai Cimatec de Camaçari, na Bahia. No local, estão presentes o estúdio de design, de Teardown, laboratórios de realidade virtual, escritórios, e o DFord, uma área que atua como uma startup com foco em pesquisas e inovações para carros elétricos.
No total, atuam mais de 1.500 profissionais nos galpões, sendo que 500 foram contratados recentemente. É importante ressaltar que 85% do trabalho realizado por estes profissionais é desenvolvido para o mercado global. Grande parte do esforço da engenharia nacional está focado no desenvolvimento de carros elétricos, componentes e ecossistema para eletrificação e software para veículos autônomos.
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Os engenheiros também atuam no design e no desenvolvimento de veículos e sistemas que, muito provavelmente, nunca serão comercializados no mercado brasileiro. É o caso de tecnologias como o one pedal, do Mustang Mach-E, dos bancos massageadores dos Lincoln Navigator, Aviator e Corsair, e da luz ambiente da F-150 Lightning.
Novos veículos da multinacional Ford em 2023
Ainda que tecnologias como otimização de sistemas de carros elétricos, arrefecimento de sistemas eletrônicos e até o design de carros elétricos e híbridos sejam criados no Brasil, a Ford ainda não comercializa carros elétricos ou híbridos no país. Até planeja trazer o Mustang Mach-E ao mercado nacional, mas não em um futuro próximo.
Os lançamentos confirmados neste momento são a nova Ranger e a F-150, ambas previstas para o próximo ano. O trabalho voltado para a América do Sul está ligado a testes e validações de veículos para o mercado nacional, desmontagem, pesquisa e análise de componentes, desenvolvimento de conectividade veicular e softwares. O foco no mercado externo é tão grande que nem sequer há P&D relacionados ao uso do etanol.
É importante lembrar que a multinacional não comercializa mais carros Flex no país, sendo que foi uma das pioneiras nas pesquisas dessa tecnologia. A montadora afirma que só voltará a apostar nesse tipo de tecnologia caso haja demanda, mas que atualmente seu foco está voltado para a completa transição para os carros elétricos.
De acordo com o presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo, a exportação de serviços de engenharia para os principais mercados da Ford tem como base três pontos: a equipe é criativa, versátil e possui experiência com redução de custos. Entretanto, também existe o fator de ser mais barato para a realização de alguns desenvolvimentos no país.
Contratação de novos profissionais
Apesar do encerramento das atividades de produção no país, a Ford anunciou uma ampliação de seu Centro e, para isso, foram contratados 500 novos engenheiros e especialistas para atuarem no parque tecnológico da multinacional na Bahia.
Para Daniel Justo, o time brasileiro de engenharia, que chega a 1,5 mil profissionais, possui um papel essencial na engenharia global da empresa. Justo acrescenta que é uma prova da capacidade e da competitividade do Brasil em exportar conhecimentos e projetos.