Mercado de caminhões no Brasil deve ter alta de 10%, presume a Mercedes
Para finalizar a visita ao Brasil nesta semana, a chefe mundial da empresa de caminhões Mercedes-Benz, Karin Rådström, falou no dia 13, quinta-feira, que a reestruturação em andamento no país está se desenvolvendo satisfatoriamente. Entretanto, o trabalho ainda não foi concluído, ela deixou claro.
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O plano estratégico da Daimler, controladora da Mercedes, a fim de solucionar as perdas no Brasil, tem entre suas metas diminuir a dependência das peças importadas e ampliar as exportações, de forma que a empresa fique menos suscetível ao câmbio mais caro, junto do corte de custos, como a redução de 10% do salário de departamentos administrativos.
Karin avaliou, nesta quinta, que, contando com a volta da produção depois do impacto inicial da pandemia, as indústrias de caminhões no Brasil estão conseguindo melhorar a proporção entre importações e exportações, suavizando a exposição ao câmbio.
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“Tivemos muito progresso e claramente houve uma melhora da situação. Mas ainda temos que dar mais passos e continuar trabalhando duro”, disse a chefe da Mercedes. “Estou muito otimista, mas ainda temos muitos desafios e ainda não terminamos a reestruturação”, acrescentou.
O objetivo da Daimler Truck é, até 2025, ser uma empresa automotiva onde a margem de rentabilidade é medida com dois dígitos. A restauração dos resultados financeiros no mercado de caminhões, tanto brasileiro o quanto o europeu, está no núcleo dessa meta.
Para a direção da Mercedes no Brasil, o mercado de caminhões permanecerá em alta em 2022, mesmo que o aumento da taxa de juros possa prorrogar decisões de ampliação de frota das transportadoras.
Vendas de caminhões poderão chegar a 140 mil unidades
Se as estimativas da Mercedes-Benz se confirmarem, as vendas de caminhões no mercado brasileiro, somando todas as marcas, chegarão a 140 mil unidades, com alta de 10% sobre o ano passado. Isso tem como base as encomendas do agronegócio, considerando a necessidade de transportar a safra recorde de grãos, e a demanda do mercado eletrônico, da mineração e da construção civil. As duas montadoras da Mercedes no país, em São Bernardo do Campo (SP) e em Juiz de Fora (MG), estão operando em três turnos de produção.
O vice-presidente de vendas e marketing do mercado de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz no Brasil, Roberto Leoncini, considerou, no entanto, que esse crescimento dependerá da disponibilidade de peças na linha de produção. “Precisamos que a logística global funcione e nos ajude”, comentou ele, prevendo outro ano de crise no abastecimento de componentes eletrônicos, empecilho responsável pela parada de montadoras no mundo.
Neste ano, a Mercedes finaliza o projeto de investimentos de R$ 2,4 bilhões iniciado em 2018, e o novo presidente da empresa no Brasil, Achim Puchert, revelou que a montadora irá aguardar os resultados dos investimentos realizados antes de começar um novo ciclo.
Perante o plano da Daimler de diminuir em 15% os investimentos mundiais em relação a antes da pandemia, visando uma alocação inteligente de capital, com foco em mercados e setores mais lucrativos, ele antecipou que a definição de novos investimentos estará vinculada à disputa e sustentabilidade da operação brasileira frente a outros mercados.
“Se vamos investir, os investimentos precisam ser competitivos se comparados a outras possibilidades”, disse Puchert, que, assim como destacou na entrevista, assumiu a liderança da Mercedes no Brasil com a meta de equilibrar ganhos de participação de mercado com sustentabilidade financeira.