Bases militares aderem ao Mercado Livre de Energia, prometendo economias gigantescas e redefinindo os gastos públicos no Brasil.
A migração das Forças Armadas para o Mercado Livre de Energia promete transformar a gestão financeira de bases da Marinha, Exército e Aeronáutica. Desde outubro, diversas unidades militares têm aderido ao Ambiente de Contratação Livre (ACL), com previsões de economia que podem ultrapassar R$ 160 milhões até 2030.
A abertura do Mercado Livre de Energia para consumidores com demanda inferior a 500 kilowatts (KW) em 2024 foi o ponto de partida para a inclusão das Forças Armadas nesse cenário.
Recentemente, a Marinha do Brasil anunciou contratos para a migração de 18 bases militares localizadas em estados como Bahia, Distrito Federal e Rio de Janeiro. A mudança já resultou em acordos com grandes comercializadoras, como a Matrix Energia e a Urca Trading.
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A Base Aérea de Taubaté, sob controle do Exército, e instalações da Aeronáutica também aderiram ao modelo, demonstrando que a migração vai além de uma tendência, tornando-se uma estratégia essencial para otimizar gastos.
Redução significativa nos custos
A economia gerada pela adesão ao Mercado Livre de Energia é significativa. Segundo Gilberto Rossi, gerente comercial da Matrix Energia, o movimento é fundamental para reduzir gastos públicos:
“O caminho do setor público é esse. É entrar no mercado livre com segurança, bem assessorado, bem embasado. Vai reduzir gastos para nós, os contribuintes.”
Estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que os órgãos públicos consomem cerca de 15 gigawatts/hora (GWh) por ano, representando 3% de toda a energia elétrica do Brasil. Com a migração, a redução nos custos pode superar 30%, aliviando os cofres públicos.
Concorrência acirrada entre comercializadoras
A Matrix Energia, que venceu licitações para sete bases da Marinha, está de olho em novas oportunidades no setor público. Já a Urca Trading, com contratos na Marinha, Aeronáutica e em prefeituras como as de Porto Alegre e Rio de Janeiro, aposta em um mercado cada vez mais consolidado.
Segundo Roni Wajnberg, diretor da Urca Trading, a dinâmica do mercado lembra a evolução do setor de telecomunicações nos anos 2000, com fusões e aquisições:
“A gente já está vendo um mercado com bastante movimentação com relação à consolidação, fusões, aquisições e que muito provavelmente vai acabar acontecendo.”
Perspectivas futuras
Além de atender indústrias e serviços públicos de grande consumo, as comercializadoras já se preparam para a possível abertura do Mercado Livre de Energia para consumidores residenciais. Essa mudança ampliará ainda mais o alcance e os benefícios desse modelo.
Enquanto isso, as Forças Armadas continuam na vanguarda dessa transformação, servindo de exemplo para outros órgãos públicos ao aproveitar a flexibilidade e as vantagens financeiras proporcionadas pelo Mercado Livre de Energia.