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Mercado de fertilizantes pode chegar a US$ 240 bilhões até 2030: Brasil quer impulsionar produção nacional para cortar dependência externa que hoje é de 85%

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/09/2025 às 13:00
Projeto Profert busca impulsionar produção nacional de fertilizantes e cortar dependência externa de 85% para 50%
Projeto Profert busca impulsionar produção nacional de fertilizantes e cortar dependência externa de 85% para 50%
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Brasil debate o projeto de lei 699/2023, o Profert, que prevê uma série de incentivos fiscais e financeiros para reduzir a forte dependência externa do país — hoje em 85% — e fortalecer a indústria nacional.

Representantes do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) se reuniram na segunda-feira (15), na sede da Fiesp, em São Paulo, para discutir o projeto de lei 699/2023, conhecido como Profert.

A proposta busca criar benefícios para impulsionar a produção nacional de fertilizantes e reduzir a dependência externa do Brasil.

Estiveram presentes membros do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Legislativo, da academia e do setor produtivo, que demonstraram alinhamento e disposição política para aprovar a medida.

O secretário nacional de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, representou o ministro Carlos Fávaro na reunião e reforçou a importância do tema.

Ele afirmou que o país precisa enfrentar essa vulnerabilidade e controlar um risco estratégico, já que hoje o Brasil importa 85% dos fertilizantes que consome.

Segundo ele, o Plano Nacional de Fertilizantes, criado pelo decreto 11.518/2023, estabelece como meta reduzir essa dependência para 50% até 2050.

Campos destacou que os fertilizantes importados chegam ao Brasil sem impostos, enquanto os fabricantes nacionais não recebem incentivos equivalentes para expandir a produção.

Ele também apontou que as tarifas sobre o gás natural encarecem a operação da indústria nacional de fertilizantes e desestimulam novos investimentos no setor.

Projeto prevê desonerações e incentivos financeiros

O projeto de lei 699/2023 é de autoria do senador Laércio Oliveira, que ressaltou a urgência de fortalecer a indústria nacional de fertilizantes como forma de garantir a segurança alimentar e a soberania do país.

De forma geral, o Profert prevê isenção de tributos sobre bens e serviços comprados no Brasil ou importados para a produção de fertilizantes, além da desoneração sobre o gás natural utilizado no processo industrial.

A proposta também cria crédito presumido de PIS/Cofins, permitindo que as empresas possam recuperar 9,25% sobre os insumos usados na fabricação.

Outra medida prevista é a criação de um mecanismo de financiamento por meio de debêntures incentivadas, com isenção de imposto de renda para investidores pessoas físicas.

Durante o encontro, o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, José Carlos Polidoro, apresentou as oportunidades existentes no mercado brasileiro de fertilizantes.

Ele afirmou que o setor deve movimentar US$ 240 bilhões até 2030, sendo US$ 82 bilhões apenas em soluções verdes e tecnológicas.

Também citou o Programa Caminho Verde Brasil, que pretende recuperar áreas degradadas, e lembrou que os fertilizantes respondem por cerca de 20% das emissões de gases de efeito estufa do agro no país.

Bioinsumos ganham destaque no debate

O diretor executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), Ricardo Tortorella, defendeu uma política pública para ampliar a produção de fertilizantes no Brasil. Segundo ele, aumentar a produção nacional poderia dobrar a capacidade agrícola brasileira.

O professor Átila Francisco Mogor, da Universidade Federal do Paraná, destacou os bioinsumos como alternativa sustentável que reduz a dependência de insumos importados e melhora a fertilidade dos solos.

Já a pesquisadora Cristhiane Oliveira Amâncio, da Embrapa Agrobiologia, ressaltou os impactos socioeconômicos positivos, como geração de empregos e desenvolvimento regional.

Ao final, os participantes reforçaram o compromisso de mobilizar apoio político para aprovar o Profert no Congresso Nacional e garantir a sanção presidencial.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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