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Mega investimentos em Energia Eólica Offshore no Brasil pode gerar mais de 500 mil vagas de emprego

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 24/07/2024 às 07:14
Brasil pode adicionar até 96 GW de energia eólica offshore até 2050, gerando mais de 516 mil vagas de emprego e enfrentando desafios significativos.
Foto: Freepik

Brasil pode adicionar até 96 GW de energia eólica offshore até 2050, gerando mais de 516 mil vagas de emprego e enfrentando desafios significativos.

Foi revelada por um novo estudo feito pelo Banco Mundial juntamente com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) um cenário promissor e de muito potencial para a energia eólica offshore no Brasil. De acordo com o relatório, o país possui um potencial técnico superior a 1.200 gigawatts (GW), o que representa quatro vezes a capacidade instalada atual do Brasil. Até 2050, é possível adicionar entre 16 GW e 96 GW de capacidade de energia eólica offshore, dependendo dos cenários analisados: básico, intermediário e ambicioso. Além disso, essa expansão pode gerar mais de 516 mil vagas de emprego e agregar pelo menos R$ 900 bilhões à economia brasileira.

Desafios a serem superados no ramo da energia eólica offshore

Apesar do enorme potencial, o Brasil enfrenta uma série de desafios para viabilizar economicamente os projetos de energia eólica offshore.

O relatório destaca que, devido ao longo cronograma de desenvolvimento desse tipo de energia, o Brasil deve agir rapidamente para concluir o mapeamento das sensibilidades ambientais e sociais e designar as zonas iniciais para o desenvolvimento da energia eólica offshore.

“Dado o longo cronograma de desenvolvimento da energia eólica offshore, o Brasil deve agir rapidamente para concluir o mapeamento das sensibilidades ambientais e sociais e designar as zonas iniciais para o desenvolvimento da energia eólica offshore”, destaca o documento.

O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, afirma que o governo está mobilizando um grupo de trabalho com vários entes da administração federal para pactuar ou pelo menos chegar a um consenso sobre a energia eólica offshore.

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“Estamos mobilizando um grupo de trabalho com vários entes da administração federal para que a gente possa pactuar ou pelo menos chegar num consenso no que diz respeito à eólica, de maneira que cada instituição que tem um papel a cumprir possa se enxergar e compreender o que precisa fazer. Assim, vamos conseguir sincronizar as ações de cada um e construir um mapa do caminho para a aprovação do nosso marco legal”, afirmou Barral durante a apresentação do estudo.

Financiamento e investimentos

Os primeiros projetos de energia eólica offshore terão um custo inicial relativamente elevado, pois a indústria precisará criar as bases para o setor e “aprender fazendo”.

Para eliminar essa lacuna de custos, o Brasil terá de explorar opções de financiamento concessional — tanto do setor público quanto do setor privado.

O relatório ressalta que o desenvolvimento da indústria eólica onshore no Brasil foi impulsionado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No entanto, a indústria eólica offshore é mais intensiva em capital e exige estruturas financeiras complexas, além do envolvimento de muitos atores de instituições financeiras públicas e privadas.

Infraestrutura e logística

O estudo destaca que o Brasil possui uma infraestrutura portuária robusta, com terminais e estaleiros ao longo de todo o litoral.

No entanto, atualmente, nenhum desses portos é capaz de satisfazer as exigências de um projeto eólico offshore, principalmente do ponto de vista de construção e triagem (marshalling).

O país precisaria também de um investimento significativo na cadeia de fornecimento, para a entrega de turbinas maiores usadas para a geração de energia eólica offshore (15 MW+).

Para viabilizar esse processo, será necessário estabelecer no Brasil um plano de ação para a cadeia de suprimentos mediante diálogos com a indústria.

Recomenda-se que, inicialmente, sejam adotados requisitos limitados de conteúdo local, pois isso poderia elevar o preço dos primeiros projetos.

Atração de investidores para a energia eólica offshore

O Banco Mundial e a EPE ressaltam que o Brasil precisará agir rapidamente para aproveitar o interesse atual, especialmente à luz das condições de mercado que estão reduzindo o apetite dos investidores por mercados não essenciais.

“Os investidores exigirão clareza sobre as rotas para o mercado, incluindo um processo para obter exclusividade dos leitos marinhos e a possibilidade de participar de leilões iniciais específicos para a energia eólica offshore”, complementou o relatório.

O Brasil tem um enorme potencial para se tornar um líder mundial em energia eólica offshore, com a possibilidade de adicionar até 96 GW de capacidade instalada até 2050.

No entanto, para transformar esse potencial em realidade, será necessário superar desafios significativos em termos de financiamento, infraestrutura, logística e questões ambientais.

Com ações coordenadas entre governo, setor privado e investidores, o Brasil pode não apenas alcançar essa meta ambiciosa, mas também criar milhares de vagas de emprego e contribuir substancialmente para a economia e a sustentabilidade energética do país.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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