1. Início
  2. / Energia Solar
  3. / Medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional pode reduzir em até 80% os retornos financeiros dos geradores de energia solar no Brasil
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional pode reduzir em até 80% os retornos financeiros dos geradores de energia solar no Brasil

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 29/09/2025 às 10:13
Aprovada em setembro de 2025, a medida provisória sobre energia solar pode reduzir os retornos de pequenos produtores, trazendo insegurança para consumidores e investidores do setor. Fonte: IA
Aprovada em setembro de 2025, a medida provisória sobre energia solar pode reduzir os retornos de pequenos produtores, trazendo insegurança para consumidores e investidores do setor. Fonte: IA
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Aprovada em setembro de 2025, a medida provisória sobre energia solar pode reduzir os retornos de pequenos produtores, trazendo insegurança para consumidores e investidores do setor.

A aprovação da Medida Provisória 1.300 trouxe forte impacto para quem apostou na energia solar no Brasil, conforme noticiado neste domingo, 28. O texto, apresentado como parte de uma modernização do setor elétrico, abre espaço para mudanças significativas nas tarifas. No entanto, em vez de segurança, a medida gerou medo, revolta e um cenário de incertezas para famílias e pequenos produtores que investiram em painéis solares.

Entidades do setor já afirmam que os retornos financeiros podem cair até 80%, o que ameaça não apenas novos investimentos, mas também a confiança na transição energética do país.

Energia solar perde previsibilidade após MP

Até então, o modelo de compensação para quem instalava painéis solares era direto e previsível. A cada real injetado na rede elétrica, o consumidor recebia R$ 1,00 em crédito, o que tornava o investimento altamente atrativo. Agora, com a nova medida provisória, esse retorno pode ser drasticamente reduzido.

Segundo cálculos de especialistas, com as tarifas multipartes, apenas R$ 0,36 de cada real gerado em energia solar seriam compensados. Isso representa uma perda de R$ 0,64, tornando o retorno mais longo e, em alguns casos, inviável.

Um dos pontos centrais da medida provisória é a transferência de poder para a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Caberá à agência definir como serão aplicadas as novas modalidades tarifárias.

Apesar disso, o setor teme que as decisões possam ser demoradas e tragam ainda mais instabilidade. A incerteza regulatória já preocupa investidores e fabricantes de equipamentos ligados à energia solar. Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o risco de insegurança jurídica é grande e pode desestimular novos aportes no setor.

Pequenos produtores e famílias serão os mais afetados

Entre os principais atingidos pela medida provisória estão as famílias que decidiram investir em painéis solares para reduzir a conta de luz, além dos micro e pequenos produtores. Esses grupos dependiam da previsibilidade no retorno financeiro para viabilizar a adesão ao sistema.

A Absolar destacou que a mudança pode excluir do mercado justamente aqueles que mais necessitam das vantagens econômicas da energia solar. Além da perda direta no bolso do consumidor, o impacto também pode afetar o setor produtivo, com risco de redução de empregos e paralisação de novos projetos.

A insegurança trazida pela medida provisória não atinge apenas consumidores. Ela ameaça também o crescimento da matriz energética limpa e renovável no Brasil. O país vinha avançando com a expansão da energia solar, considerada um dos pilares para a transição sustentável.

Agora, com a queda esperada na rentabilidade dos projetos, há risco de retração nos investimentos e de freio no desenvolvimento da indústria nacional de equipamentos fotovoltaicos. Fabricantes, instaladores e cooperativas de energia solar já demonstram preocupação com o cenário.

Debate sobre energia limpa ganha novos contornos

A medida provisória foi defendida como um passo para modernizar o setor elétrico, mas abriu um debate maior: como equilibrar inovação regulatória com segurança para o consumidor?

De um lado, o governo argumenta que a revisão das regras é necessária para adaptar o sistema às mudanças tecnológicas. Do outro, especialistas lembram que a energia solar vinha se consolidando como uma alternativa democrática, acessível e sustentável. A incerteza pode frear esse avanço.

Perguntas que ficam após a medida provisória

A aprovação da MP 1.300 deixou várias dúvidas em aberto. Entre elas:

  • Como incentivar a energia solar diante da imprevisibilidade regulatória?
  • Qual será o papel da ANEEL na definição das tarifas?
  • O governo irá rever as regras caso haja queda drástica de investimentos?
  • Qual será o impacto real para os consumidores que já instalaram sistemas solares?

Enquanto essas respostas não chegam, especialistas alertam que o risco de retrocesso é grande.

Consumidores de energia solar vivem clima de incerteza

Para quem já investiu em painéis solares, o clima agora é de preocupação. Muitos planejaram o investimento baseados em um retorno previsível de médio prazo. Com as novas regras, esse prazo pode se alongar por anos.

Já para quem pensava em aderir ao sistema, a dúvida é se o investimento ainda vale a pena. A insegurança legislativa e tarifária pode desmotivar novos consumidores e desacelerar a expansão da energia solar no Brasil.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fonte
Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x