Ministro do Trabalho detalha os números do impacto, mas revela que a alta taxa de juros interna é um desafio mais urgente para a economia do que as barreiras comerciais americanas.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, projetou que o tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros pode impactar, no pior cenário, até 330 mil empregos ao ano no país. Ele, no entanto, ressaltou que o governo já trabalha para mitigar esses efeitos, ao mesmo tempo em que criticou o atual patamar da taxa de juros, considerando-a o principal desafio econômico do Brasil.
Impacto potencial no mercado de trabalho brasileiro
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, quantificou o possível impacto do tarifaço dos EUA no emprego. Segundo ele, o efeito máximo seria a perda de 320 mil a 330 mil postos de trabalho em um ano. “O tamanho do impacto, se tudo desse errado, não vai dar tudo errado, nós teríamos um impacto, no máximo, da ordem de 320 mil a 330 mil”, afirmou.
Desse total, cerca de 121 mil seriam empregos diretos. Outros 210 mil postos de trabalho seriam afetados de forma indireta pela medida norte-americana. Marinho, contudo, se mostrou otimista de que o cenário mais pessimista não se concretizará.
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Juros altos: o “principal problema” para a economia, segundo Marinho
Apesar da preocupação com o tarifaço dos EUA, Marinho foi enfático ao apontar outro vilão para a economia nacional. Para ele, a atual taxa de juros é “o nosso principal problema”, superando as barreiras comerciais.
Em sintonia com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ele fez um apelo pela redução dos juros. “Como o Haddad, eu peço para o santo dos juros baixar os juros”, declarou Marinho, deixando clara a prioridade do governo no debate econômico.
Ações do Governo Federal para conter os efeitos do tarifaço
O governo brasileiro não está parado diante da ameaça. Marinho destacou que, por orientação do presidente Lula, estão sendo traçados caminhos para neutralizar os efeitos do tarifaço dos EUA. Uma das principais estratégias é a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros.
Ele citou a missão oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México como um exemplo prático dessa iniciativa. Além disso, o titular da Pasta do Trabalho informou que acompanha de perto as medidas enviadas ao Congresso para proteger os setores exportadores.
Diálogo com setores produtivos e situação atual
O Ministério do Trabalho está aberto ao diálogo. Marinho afirmou estar “à disposição” para conversar com empresas que eventualmente precisem de ajustes em sua força de trabalho devido ao tarifaço dos EUA.
No entanto, ele informou que, até o momento, a pasta não recebeu nenhuma solicitação formal de companhias. “Na verdade, não houve nenhuma formalização ainda pedida ao Ministério do Trabalho e Emprego”, disse. Segundo o ministro, apenas manifestações de setores foram recebidas, sem contatos diretos de empresas para solicitar medidas como redução de jornada ou férias coletivas.