Marinha do Brasil assume liderança de força tarefa multinacional contra Piratas no Mar Vermelho. CTF, fundado em 2009, conta com vários países como EUA, Reino Unido e muito mais!
No fim de janeiro, a Marinha do Brasil assumiu o comando da Combined Task Force (CTF) 151 – Forças Marítimas Combinadas, em português, com o objetivo de coordenar forças navais multinacionais em operações de combate à pirataria em uma das principais rotas marítimas mundiais, que inclui o Golfo de Áden, a Bacia da Somália e o Mar da Arábia.
O comando rotativo está nas mãos do Brasil em um momento de escalada de tensões entre países do Ocidente e a milícia houthi no Iêmen. O mandato no comando do grupo contra os piratas no Mar Vermelho que inclui Bahrein, Dinamarca, Brasil, Japão, Kuwait, Jordânia, Paquistão, Filipinas, Nova Zelândia, República da Coreia, Tailândia, Cingapura, Turquia, Reino Unido e EUA, pode variar de três a seis meses.
Quem estará à frente da força-tarefa da Marinha do Brasil é o contra-almirante brasileiro, Antonio Braz de Sousa, que afirmou que o foco estará nos casos de piratas e os ataques a navios mercantes praticados pelos rebeldes houthis do Iêmen.
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Quem comandará a ação da Marinha do Brasil?
Segundo o contra-almirante, durante a cerimônia de assunção de Comando, no Bahrein, ao aceitar o convite para liderar essa força mais uma vez, a Marinha do Brasil, primeiro país sul-americano a desempenhar papel de destaque nessa coalizão marítima multinacional, reafirma sua dedicação à comunidade marítima e, particularmente, às Combined Maritime Forces.
Esse compromisso tem como objetivo intensificar a segurança e estabilidade global, contribuindo para o bem-estar coletivo. Braz de Sousa, assume o comando da CTF 151 após passagem como chefe do Estado-Maior do Comando Chefe da Esquadra. Ele já participou de várias missões navegando no Oceano Atlântico Sul, incluindo o resgate dos sobreviventes da queda do voo 447 da Air France, em 2009.
Brasil deve manter vigilância contra piratas no Mar Vermelho 24 horas
Essa é a terceira vez que o Brasil comandará a CTF 151 para combater os piratas do Mar Vermelho, mas a primeira em que estará supervisionando uma área de aproximadamente 3,2 milhões de milhas, cerca de oito milhões de quilômetros quadrados, de águas internacionais em momento de escalada de ataques. O grupo multinacional é um dos cinco operacionais da força-tarefa internacional Combined Maritime Forces (CMF), que também atua no enfrentamento ao tráfico de pessoas e à pesca ilegal.
A CTF 151 já foi liderada por 16 países e foi desenvolvida em janeiro de 2009 como resposta aos ataques de pirataria na Somália, com um mandato específico com base em missões de pirataria. Entre as missões no comando do grupo, a Marinha do Brasil deve manter uma vigilância proativa 24 horas por dia e denunciar atividades suspeitas às autoridades.
Nos navios que operam no local, as forças costumam fazer remoção de escadas de acesso, proteger os pontos de acesso mais baixos, utilizar iluminação de convés, redes, arame farpado, cercas elétricas, mangueiras de incêndio e equipamentos de vigilância e detecção dos piratas no Mar Vermelho.
Saiba mais sobre a crise no Mar Vermelho
Desde os primeiros dias de guerra entre Israel e Hamas em Gaza, os houthis, que controlam parte do Iêmen e são apoiados financeiramente e militarmente pelo Irã, tem realizado ataques contra embarcações comerciais que transitam pelo Mar Vermelho, uma das mais movimentadas rotas marítimas do planeta, por onde passam 12% das exportações globais.
Segundo o grupo, as ações são uma forma de apoiar a resistência em Gaza e têm como alvos navios de bandeira ou propriedade de empresas de Israel, ou que tenham como destino portos israelenses, mesmo que seja uma passagem rápida. Em novembro, um navio cargueiro chegou a ser capturado pela milícia em uma ação cinematográfica que contou com um helicóptero.