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Marinha brasileira intensifica monitoramento radiológico após chegada de submarino nuclear dos EUA no litoral do Rio: riscos à população são iminentes?

Escrito por Ana Alice
Publicado em 11/10/2024 às 22:45
Marinha do Brasil monitora radiação após chegada do submarino nuclear USS Hampton no Rio de Janeiro. Há riscos de vazamento radioativo? (Imagem: Reprodução/Canva)
Marinha do Brasil monitora radiação após chegada do submarino nuclear USS Hampton no Rio de Janeiro. Há riscos de vazamento radioativo? (Imagem: Reprodução/Canva)

Marinha do Brasil intensifica o monitoramento radiológico após a chegada do submarino nuclear USS Hampton ao Rio de Janeiro. O que as análises de água e sedimentos vão revelar sobre o possível vazamento radioativo?

O mar tranquilo da Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, pareceu agitado por um motivo invisível, mas potencialmente perigoso.

Na última semana, a presença de um visitante nuclear em águas brasileiras acendeu um alerta que vai muito além da superfície.

No entorno da Base de Submarinos da Ilha da Madeira, em Itaguaí, a Marinha do Brasil realizou um rigoroso monitoramento radiológico, levantando questões sobre a real segurança do local e os riscos que um incidente nuclear pode trazer à população.

Embora as águas do Atlântico aparentem estar calmas, um perigo silencioso exigiu que as autoridades brasileiras agissem com cautela e precisão.

A chegada do submarino nuclear USS Hampton, da Marinha dos Estados Unidos, para uma breve parada em Itaguaí, motivou uma série de exames que tinham como objetivo principal verificar se haveria qualquer sinal de vazamento de material radioativo.

Segundo a Marinha, amostras da água e do sedimento marinho foram coletadas e estão sendo analisadas por técnicos do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), instituição brasileira especializada em monitoramento nuclear.

Medidas preventivas no entorno de Itaguaí

Com a permanência do USS Hampton no litoral fluminense, os protocolos de segurança da Marinha do Brasil foram acionados para garantir que nenhum tipo de radiação perigosa fosse liberada no ambiente.

De acordo com a Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, responsável por regular e fiscalizar o uso de energia nuclear em navios e submarinos, esse tipo de monitoramento é essencial para evitar desastres ambientais e proteger a população local.

“Esse monitoramento faz parte de um protocolo de segurança nuclear, que contribui para prevenir a contaminação radiológica proveniente de navios”, afirmou o Vice-Almirante Antônio Capistrano de Freitas Filho, Superintendente de Relações Institucionais da Marinha.

As medições incluem não apenas a água do mar, mas também o ar e os sedimentos do fundo oceânico. Essa vigilância intensa é uma resposta direta à presença do reator nuclear a bordo do USS Hampton, uma tecnologia que permite ao submarino manter-se submerso por longos períodos sem precisar de reabastecimento.

No entanto, essa mesma inovação traz consigo riscos sérios: em caso de falha no sistema de propulsão, a população e o meio ambiente podem ser impactados de forma irreversível.

Tecnologia nuclear e seus riscos

O USS Hampton esteve no Brasil após sua participação no exercício militar multinacional “Unitas LXV”, que aconteceu em setembro de 2024 no mar do Chile.

O Brasil também marcou presença no evento com a Fragata Liberal.

O submarino é movido por um reator nuclear, tecnologia que, ao mesmo tempo em que proporciona grandes vantagens operacionais, pode representar uma séria ameaça se não for devidamente controlada.

A tecnologia nuclear, como destacou o Vice-Almirante Antônio Capistrano, é um setor estratégico para a defesa de qualquer nação moderna.

No entanto, ela também apresenta desafios únicos, especialmente em termos de segurança. Qualquer defeito nas máquinas de propulsão nuclear pode ter consequências desastrosas, e por isso o acompanhamento contínuo das condições radiológicas ao redor do submarino é crucial.

Histórico de monitoramento nuclear no Brasil

Esta não é a primeira vez que a Marinha Brasileira precisa tomar medidas rigorosas de monitoramento radiológico diante de embarcações nucleares estrangeiras.

Em maio de 2024, o porta-aviões norte-americano USS George Washington fundeou na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, após a conclusão do exercício militar “Southern Seas”.

Assim como no caso do USS Hampton, a Marinha monitorou o ar, a água e o solo marinho para garantir que nenhum vazamento radioativo colocasse em risco as águas jurisdicionais brasileiras.

Foram feitas medições em todas as frentes, além de controle sobre os tripulantes licenciados e materiais descartados.

A Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade desempenha um papel central nessas operações, com a tarefa de regular, licenciar e fiscalizar submarinos, navios de superfície e outras embarcações que operam com reatores nucleares nas águas do Brasil.

O objetivo principal é garantir a segurança da tripulação, da população local e do meio ambiente, protegendo-os dos riscos das radiações ionizantes.

O que acontece agora?

A Marinha do Brasil ainda aguarda os resultados das análises realizadas pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria.

As amostras de água e sedimentos coletadas durante a passagem do USS Hampton estão em fase de avaliação, e os resultados determinarão se houve ou não vazamento de material radioativo.

Até o momento, nenhuma irregularidade foi detectada, mas a cautela permanece.

A passagem de embarcações nucleares pelo território brasileiro, embora não seja inédita, sempre levanta questionamentos sobre a segurança dessa tecnologia em regiões habitadas.

Com o aumento da presença de navios e submarinos nucleares em exercícios militares conjuntos, o Brasil precisará intensificar suas medidas de controle para evitar qualquer tipo de incidente.

Qual o futuro da defesa nuclear no Brasil?

O uso de energia nuclear para propulsão militar está em expansão mundialmente, e o Brasil não está fora desse cenário.

O país também tem planos de operar seus próprios submarinos nucleares como parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

A diferença, no entanto, está na infraestrutura e no conhecimento técnico necessário para manter um padrão rigoroso de segurança.

Com essa tendência em vista, o monitoramento constante e rigoroso de áreas próximas a bases navais e portos brasileiros deverá continuar sendo uma prioridade estratégica.

Afinal, qualquer descuido pode resultar em consequências ambientais e de saúde pública de proporções inimagináveis.

Será que o Brasil está preparado para lidar com os desafios que o futuro da energia nuclear na defesa pode trazer? Deixe sua opinião nos comentários!

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