Após 6 anos atracado no estaleiro e 95% das obras concluídas, o navio tanque IRMÃ DULCE da Transpetro acabou cedendo pelo abandono e falta de manutenção
O NT (Navio Tanque) IRMÃ DULCE da Transpetro sofreu alagamento de sua praça de máquinas e afundou parcialmente no cais do estaleiro Mauá de Niterói (RJ). Após ficar 6 anos atracado e sem perspectivas de continuação de suas obras o navio pode ter sofrido avarias na estrutura pelo tempo sem manutenção ou ter algum item importante “canibalizado” (termo usado na indústria naval quando se tira um item de uma embarcação para ser usado em outra).
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Navios que outrora eram considerados o grande “boom” da construção naval, afinal a Transpetro contratou 42 deles aos estaleiros nacionais, hoje estão apodrecendo em seus cais de acabamento e, á mingua, os estaleiros demitiram seus funcionários e criaram a maior crise que a construção naval nacional já viu.
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O Irmã Dulce foi o segundo construído de uma sequência de quatro petroleiros do tipo Panamax, encomendados pela Transpetro ao estaleiro Mauá de Niterói (RJ) dentro do seu Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Ele foi lançado ao mar em 2014 e hoje tem cerca de 95% de suas obras concluídas. Em 2015, a Transpetro cancelou o contrato de construção dos navios petroleiros.
A série de quatro petroleiros do tipo Panamax. serão batizados em homenagem a mulheres que ajudaram a construir a História do Brasil. O primeiro foi o Anita Garibaldi, que também foi abandonado na fase de acabamentos no mesmo estaleiro. Utilizados para o transporte de petróleo e derivados escuros, os navios desse tipo têm 228 metros de comprimento e capacidade de transportar 90,2 milhões de litros.
O estaleiro Mauá declarou que vai apurar o ocorrido e que informará mais detalhes posteriormente, mas a embarcação está estabilizada e que ações de bombeamento já foram iniciadas. Sabe-se que o navio não estava com combustível ou qualquer outro produto que possa causar impactos ambientais e que o calado no local é de 4 metros o que não deve permitir maior afundamento da popa da embarcação.
Por Renato Oliveira – Engenheiro de Estruturas Navais