Xiaomi e Realme, antes desacreditadas, agora dominam o mercado de smartphones intermediários no Brasil e ameaçam Samsung e Motorola em vendas e custo-benefício. Entenda essa virada surpreendente.
Por muitos anos, marcas como Samsung e Motorola dominaram o mercado brasileiro de celulares, especialmente na categoria de smartphones intermediários — aqueles que equilibram performance, design e preço acessível. No entanto, uma reviravolta silenciosa, mas poderosa, está mudando esse cenário. Marcas de celular desacreditadas no passado, como a Xiaomi e a Realme, estão colhendo os frutos de uma estratégia ousada: oferecer mais por menos. E os consumidores brasileiros, cada vez mais exigentes e bem informados, estão respondendo com entusiasmo.
Xiaomi: da desconfiança à liderança em custo-benefício
O estigma inicial da marca de celular chinesa
Quando a Xiaomi chegou oficialmente ao Brasil, em 2015, muitos a viam com desconfiança. Era comum ouvir que se tratava de “mais uma marca chinesa” que logo sumiria. A empresa até pausou operações no país por alguns anos, retornando com força total apenas em 2019, por meio da parceria com a DL Eletrônicos.
A consolidação com a linha Redmi
O sucesso da Xiaomi foi impulsionado principalmente por sua linha Redmi Note, que combina especificações sólidas, câmeras competentes e preços que desafiam as líderes de mercado.
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Modelos como o Redmi Note 12 e Note 13 Pro vêm superando Samsung Galaxy A e Moto G em várias comparações de desempenho, bateria e custo-benefício, tanto em análises especializadas quanto na percepção do público.
Realme: a estreante que virou protagonista – Marcas de celular desacreditadas no passado
Uma nova marca de celular, uma nova filosofia
A Realme, spin-off da gigante chinesa BBK Electronics (que também controla a Oppo e a OnePlus), estreou no Brasil em 2021. Inicialmente desacreditada por sua pouca presença global, rapidamente conquistou os brasileiros com modelos como o Realme C55 e Realme 11x 5G.
Com forte apelo entre jovens e usuários que valorizam design premium e tecnologia de ponta a preços acessíveis, a Realme se consolidou como uma das marcas de celular mais competitivas entre os smartphones intermediários.
Realme vs. Motorola: uma disputa acirrada
No comparativo direto com aparelhos da Motorola, como os Moto G e Moto Edge, a Realme tem se destacado em áreas como rapidez no carregamento, qualidade de tela e interface mais limpa (graças à Realme UI, baseada em Android quase puro).
Smartphones intermediários: o novo campo de batalha das marcas
O que define um celular intermediário?
Smartphones intermediários ocupam uma faixa de preço entre R$ 1.200 e R$ 2.500, oferecendo características como:
- Processadores eficientes (Snapdragon série 6 ou 7, ou MediaTek Dimensity)
- Câmeras de 50 MP ou mais
- Telas AMOLED ou LCD de 90 a 120 Hz
- Baterias entre 4.500 mAh e 5.000 mAh
- Compatibilidade com 5G em alguns modelos
É justamente nesse segmento que Xiaomi e Realme estão superando marcas tradicionais com maior flexibilidade, foco no usuário e inovação constante.
Dados de mercado comprovam: a preferência está mudando
A queda da Samsung e Motorola em determinadas faixas de preço
De acordo com dados recentes da consultoria Counterpoint Research, a Samsung ainda lidera o mercado brasileiro de forma geral, mas sua dominância tem sido desafiada nas faixas intermediárias, especialmente entre R$ 1.500 e R$ 2.000.
A Realme, por exemplo, cresceu mais de 45% em volume de vendas no Brasil em 2024. Já a Xiaomi ocupa o posto de terceira marca mais vendida no país, com performance expressiva em canais online como Amazon, Mercado Livre e varejistas como Magalu e Americanas.
Por que os brasileiros estão migrando para Xiaomi e Realme?
Custo-benefício imbatível
A principal razão é o excelente custo-benefício. Enquanto marcas como Samsung e Motorola apostam em nomes consolidados e maior presença física, Xiaomi e Realme investem em componentes superiores a preços mais agressivos.
Aparência de premium, preço de intermediário
Ambas as marcas entregam designs que lembram smartphones top de linha. Bordas finas, telas AMOLED, módulos de câmeras sofisticados — tudo isso em celulares de menos de R$ 2 mil.
Comunidades ativas e marketing digital eficiente
A Xiaomi tem um dos fandoms mais engajados no Brasil, o que ajuda a promover boca a boca e reviews positivos. Já a Realme aposta em influenciadores digitais, TikTok e unboxings no YouTube, atingindo o público jovem com facilidade.
Comparativo técnico: Xiaomi, Realme, Samsung e Motorola
Marca | Modelo | Tela | Processador | Câmera Principal | Bateria | Preço Médio |
---|---|---|---|---|---|---|
Xiaomi | Redmi Note 13 Pro | AMOLED 120Hz | Snapdragon 7s Gen 2 | 200 MP | 5.000 mAh | R$ 2.199 |
Realme | Realme 11x 5G | IPS 120Hz | Dimensity 6100+ | 64 MP | 5.000 mAh | R$ 1.499 |
Samsung | Galaxy A24 | AMOLED 90Hz | Helio G99 | 50 MP | 5.000 mAh | R$ 1.599 |
Motorola | Moto G73 5G | IPS 120Hz | Dimensity 930 | 50 MP | 5.000 mAh | R$ 1.899 |
Os números falam por si. Xiaomi e Realme entregam mais RAM, câmeras potentes e melhor eficiência energética pelo mesmo ou menor preço.
As críticas que ainda persistem
Apesar do sucesso, as marcas de celular Xiaomi e Realme ainda enfrentam desafios no Brasil, como:
- Garantia e assistência técnica limitada em algumas regiões
- Desconfiança de parte do público mais conservador
- Interface com bloatwares em certos modelos (especialmente MIUI da Xiaomi)
No entanto, a velocidade com que essas marcas têm resolvido esses problemas indica maturidade e compromisso com o consumidor local.
A guerra dos smartphones intermediários está só começando
As marcas de celular desacreditadas no passado agora são referência entre jovens, gamers, estudantes e até profissionais. O avanço de Xiaomi e Realme não é apenas uma tendência — é uma mudança de paradigma.
Com novas linhas sendo lançadas com suporte para inteligência artificial, 5G e carregamento ultra-rápido, o segmento de smartphones intermediários promete continuar em ebulição nos próximos anos.
A ascensão de Xiaomi e Realme mostra que não se deve subestimar uma marca de celular apenas por sua origem ou por ter sido desacreditada no passado. Com inovação, preço justo e marketing inteligente, essas fabricantes conquistaram um espaço que antes parecia intransponível no Brasil.
O consumidor brasileiro, cada vez mais atento, deu seu recado: não quer pagar caro por menos. E as marcas que entenderam isso — especialmente no segmento de smartphones intermediários — estão colhendo os frutos de uma nova era.