Choques geracionais e falta de lideranças acessíveis dificultam a convivência entre a geração Z e profissionais mais experientes nas empresas
Uma pesquisa global feita pela consultoria Korn Ferry mostra que somente 17% dos jovens da geração Z dizem não ter dificuldades para trabalhar com colegas de outras gerações. Isso significa que 83% relatam enfrentar problemas no convívio profissional. Entre os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, o cenário é diferente: 45% afirmam não ver nenhuma dificuldade.
O levantamento ouviu 15 mil funcionários de diferentes idades, setores e cargos ao redor do mundo. Os dados indicam que o ambiente de trabalho está sendo impactado por choques geracionais, especialmente com a redução da gerência intermediária nas empresas.
A importância da gerência intermediária
Segundo Lesley Uren, CEO da Korn Ferry Consulting, essa mudança estrutural agrava os conflitos. “É provável que a falta dessa camada intermediária esteja por trás do distanciamento entre os baby boomers, que geralmente ocupam cargos de liderança, e os jovens da geração Z, mais presente nas posições iniciais“, disse Uren em entrevista à revista Fortune.
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Comunicação é um dos maiores desafios da Geração Z
Além da falta de lideranças acessíveis, as diferenças de comunicação e valores entre as gerações também geram desconforto. A pesquisa revela que 49% da geração Z desejam mais treinamentos sobre comunicação e trabalho em equipe. Já entre os boomers, somente 27% consideram isso necessário.
Entre os millennials, nascidos entre 1981 e 1996, 37% acreditam haver um choque de valores no ambiente de trabalho. No entanto, entre os boomers, somente 27% compartilham dessa percepção.
Essas divergências são intensificadas por um ambiente político mais polarizado. Muitos jovens esperam que líderes empresariais expressem claramente os valores e o posicionamento das empresas em temas importantes.
O que as empresas precisam melhorar
De acordo com Lesley Uren, a falta de definição sobre a identidade e os objetivos da empresa contribui para falhas de comunicação. “Muitas vezes, falhas de comunicação ocorrem pela falta de definição sobre a identidade e os objetivos da empresa“, afirmou.
Apesar das críticas que a geração Z recebe, Uren defende que suas demandas podem ser positivas para as organizações. Para ela, os jovens exigem lideranças mais humanas e capacitadas. “Isso só pode ser positivo para as organizações, se elevarmos o nível e a qualidade da liderança“, concluiu.
O estudo reforça que as empresas que souberem lidar com essas diferenças poderão construir ambientes de trabalho mais fortes e preparados para o futuro.
Com informações de Estadão.