Milhões de brasileiros ainda têm dinheiro parado em bancos e instituições financeiras, e o Banco Central explica como resgatar esses valores esquecidos de forma simples e segura usando a conta gov.br e o Pix.
O Banco Central informou que R$ 10,46 bilhões seguem disponíveis no Sistema de Valores a Receber (SVR) e podem ser resgatados por 48,4 milhões de pessoas físicas e 4,56 milhões de empresas que têm quantias “esquecidas” em bancos e outras instituições financeiras.
Desde a criação do serviço, em 2022, já retornaram aos titulares R$ 11,74 bilhões, mas a maior parte do público elegível ainda não solicitou a devolução.
A recuperação pode ser feita on-line e, para pessoas físicas, há a opção de habilitar a solicitação automática, que usa a chave Pix do tipo CPF para o crédito direto na conta.
-
Caixa vai financiar 80 mil moradias já em outubro com nova política que libera até R$ 150 bilhões e mira famílias com renda de R$ 12 mil a R$ 20 mil
-
Conheça os impostos invisíveis que drenam o lucro de empresas e dificultam manter um CNPJ no Brasil: ISS, PIS, COFINS, IRPJ e CSLL estão entre os principais tributos que o empreendedor deve pagar a tríade do governo.
-
Índia impulsiona recorde de exportação de feijão, produtores brasileiros comemoram, mas alertam para riscos regulatórios
-
Transporte público gratuito no Brasil? Proposta do governo pode custar R$ 90 bilhões por ano e envolver revisão de subsídios, vale-transporte e tecnologia
Quanto está parado e para quem
Segundo as estatísticas mais recentes, R$ 8,08 bilhões pertencem a correntistas pessoa física e R$ 2,37 bilhões estão vinculados a CNPJs.
Em volume de titulares, o universo com direito ao saque alcança 48,4 milhões de cidadãos e 4,56 milhões de empresas.
Esses recursos permanecem guardados nas instituições até a ordem de resgate do titular e podem ser consultados a qualquer momento na plataforma oficial do Banco Central.
Quem já recuperou e quanto voltou
O balanço acumulado do SVR aponta que 30,3 milhões de pessoas físicas já resgataram R$ 8,66 bilhões, enquanto 3,2 milhões de empresas receberam R$ 3,08 bilhões, totalizando R$ 11,74 bilhões devolvidos.
Em meses recentes, a devolução mensal tem se mantido elevada, com centenas de milhões de reais liberados aos titulares.
Como consultar e pedir o resgate
O primeiro passo é verificar se há saldo no SVR.
A consulta é feita com conta gov.br e exige autenticação segura.
Em caso de valores disponíveis, o próprio sistema orienta o pedido de devolução, que ocorre por transferência Pix para a conta indicada pelo titular.
O procedimento é inteiramente digital e não há taxa cobrada pelo Banco Central ou pelas instituições participantes.
Solicitação automática: como funciona
Desde maio, pessoas físicas podem ativar a solicitação automática dentro do SVR.
A funcionalidade autoriza que, sempre que uma instituição financeira disponibilizar um novo valor, o crédito ocorra automaticamente via Pix, usando a chave Pix do tipo CPF cadastrada pelo titular.
A adesão é opcional, gratuita e exclusiva para pessoas físicas; empresas continuam com o fluxo manual.
Para habilitar o serviço, é necessário acessar o SVR com conta gov.br de nível prata ou ouro e verificação em duas etapas ativada.
Depois, o usuário deve confirmar a chave Pix CPF que receberá os depósitos futuros.
Quem ainda não possui essa chave pode criá-la em seu banco e, em seguida, concluir a habilitação no sistema do BC.
Requisitos de segurança no gov.br
O Banco Central reforça que a camada adicional de segurança é mandatória.
A verificação em duas etapas (2FA) precisa estar ativa na conta gov.br antes do acesso ao SVR e da adesão ao resgate automático.
Esse protocolo reduz o risco de acessos indevidos e protege dados sensíveis, como CPF e informações bancárias.
Acesso a valores de pessoas falecidas
Herdeiros, inventariantes, representantes legais ou testamentários podem consultar e solicitar valores de pessoas falecidas.
Nesse caso, o acesso ocorre com a conta pessoal do responsável no gov.br, e o sistema exigirá o aceite de um termo de responsabilidade e, quando necessário, a apresentação de documentos comprobatórios nos canais indicados pela instituição financeira detentora do recurso.
Situação semelhante vale para empresas encerradas, cujo representante legal também atua com a própria conta gov.br.
O que fazer se a instituição não aderiu ao Pix automático
Embora grande parte do sistema financeiro esteja integrada ao SVR, pode haver casos em que a instituição não participe do resgate automático.
Nessa hipótese, o usuário continuará com o pedido manual dentro da plataforma, com instruções específicas para concluir a transferência.
A indisponibilidade do automático não impede o saque; apenas muda o fluxo operacional.
Evite golpes: cuidados essenciais
A orientação oficial é não clicar em links recebidos por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens que prometam consulta ou saque rápido.
O Banco Central não entra em contato para confirmar dados pessoais, senhas ou códigos.
A verificação de valores e a solicitação de devolução devem ser realizadas exclusivamente pelos canais oficiais do SVR e do gov.br, com login próprio e autenticação segura.
Qualquer abordagem fora desses ambientes deve ser tratada como tentativa de fraude.
Passos práticos, sem sair de casa
Na prática, o caminho reúne poucas etapas.
Primeiro, acesse sua conta gov.br com nível prata ou ouro.
Em seguida, ative a verificação em duas etapas e confirme a chave Pix CPF em seu banco.
Por fim, entre no SVR, faça a consulta e, havendo valores, solicite a devolução ou habilite o resgate automático.
O crédito cai diretamente na conta associada à chave Pix informada, sem necessidade de deslocamento a agências.
Quem ainda não sacou
Apesar dos avanços, segue represado um contingente amplo de titulares que não iniciaram o processo.
São dezenas de milhões de CPFs e CNPJs com saldos residuais — em muitos casos, quantias pequenas decorrentes de tarifas cobradas a maior, contas inativas, consórcios encerrados, estornos ou sobras de operações antigas.
A recomendação do Banco Central é consultar periodicamente o SVR, já que novas instituições podem incluir valores ao longo do tempo.
Você já conferiu se seu CPF ou CNPJ aparece no SVR e considerou habilitar o resgate automático para não deixar dinheiro parado no sistema?