Marino José Franz, produtor rural de Lucas do Rio Verde (MT), é uma das personalidades mais influentes do setor agronegócio e, em 2023 completará 60 anos. Em 2012, quando lançou seu primeiro projeto de US $115 milhões para construir uma usina de produção de etanol de milho, muitos o consideravam “louco”.
Mas sua visão foi comprovada com o tempo: hoje, a FS produz 1,4 bilhões de litros por ano de etanol de milho, até 2026, a quarta unidade estará em operação. Franz explica que para investir em Mato Grosso você precisa conhecer o Brasil e as demandas que existem no país.
O Estado tem uma grande área para uma população relativamente pequena – 3,5 milhões de habitantes – e é por isso que é tradicionalmente um exportador. Para ilustrar essa realidade, Franz compara com a zona leste da cidade de São Paulo, que tem 4,6 milhões de habitantes. Com seu lema “do louco ao visionário”, Marino José Franz têm mostrado que é possível ter sucesso mesmo diante dos desafios mais complexos.
A FS Agrisolutions, uma joint venture entre o milionário norte-americano Bruce Rastetter e Franz, ex-prefeito de Lucas (2005 a 2012), tem se destacado nos últimos anos por esforços para levar avanços tecnológicos à produção de etanol de milho. Recentemente, faturando cerca de R $6,6 bilhões no seu balancete do ano passado, essa empresa foi considerada a quarta maior produtora de etanol do país.
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Atualmente, os investimentos brasileiros no setor de etanol de milho somam R $30 bilhões e a previsão é que até 2030 sejam investidos mais de R $15 bilhões. A União Nacional do Etanol de Milho estima que em 2026 serão produzidas 75 milhões de toneladas do cereal com valor agregado. No ano passado, foram produzidos 4,39 bilhões de litros desse combustível.
O projeto da FS visa contribuir para essa crescente produção e iniciará suas atividades no próximo ano. De tal forma, também pretendem viabilizar o uso do querosene de milho no Brasil, trazendo assim um grande avanço na indústria aeronáutica nacional. Assim, a FS Agrisolutions vem sendo uma verdadeira revolução na exploração do etanol de milho no Brasil e contribui para a sustentabilidade ambiental do país.
O milho gigante, a tecnologia que mudou o mercado agrícola de Lucas do Rio Verde. Desde 1992, quando foi criada a Fundação Rio Verde, a busca por serviços e eventos tem se intensificado.
A tarefa da fundação é adaptar tecnologias à realidade local e isso ficou evidenciado no ano passado com um lucro de R $11 milhões. Esta quantia pode até dobrar até 2026 com investimentos em laboratórios de sementes.
A revolução está na produtividade. Se antes eram 50 sacas por hectare, hoje é possível chegar a 200 sacas por hectare. Isso impacta diretamente na economia do produtor, que consegue aumentar seu faturamento simplesmente por meio da adoção de tecnologia. O engenheiro agrônomo Rodrigo Marcelo Pasqualli destaca que hoje mais de 45% dos esforços da Fundação Rio Verde estão voltados para o milho, pois ele tem potencial genético que não pode ser desperdiçado.
A tecnologia foi fundamental neste processo, pois permitiu que os agricultores alcançassem grandes resultados e se tornassem mais competitivos no mercado. É com base nela que o milho gigante veio para mudar definitivamente o cenário agrícola de Lucas do Rio Verde.
O cereal milho, que antes era simplesmente armazenado a céu aberto, agora tem uma destinação mais rentável e lucrativa: a produção de etanol de milho.
De acordo com o engenheiro Pasqualli, isso se deve ao crescimento da demanda local por esse cereal na alimentação humana e animal. Porém, o principal legado dessa cultura é a chegada das usinas de etanol, pois elas oferecem às pessoas uma chance de gerar lucro a partir desse grão.
Além do etanol de milho, as usinas também produzem outros co produtos, como fibras altamente proteicas do milho e das leveduras usadas na fermentação, que são vendidas como DDG (Dried Distillers Grains – Grãos Secos de Destilaria) e o WDG (Wet Distillers Grains – Grãos Úmidos de Destilaria). Esses coprodutos são ideais para ração animal.
A empresa FS processou 3,3 milhões de toneladas de milho no ano passado, sendo 1,2 milhões destinados à produção dos coprodutos. Isso representou 19,5% da receita operacional. Segundo Franz, vice-presidente do conselho curador da fundação, “a curva de crescimento do milho nos próximos anos vai ser muito maior que a curva de crescimento da soja”.
Com um preço mínimo da saca do cereal em cerca de R $23 e preço de mercado em torno de R $60, o governo federal teve que fazer um cheque de R $2 bilhões no ano passado apenas para equalizar o preço mínimo desse grão. A empresa FS recolheu R $540 milhões em impostos estaduais e R $85 milhões do FETHAB (Fundo Estadual de Transporte e Habitação), resultando em benefícios para quem trabalha nessa área.
Portanto, é inegável que essa cultura do etanol de milho veio para mudar a vida dos produtores rurais brasileiros. Os benefícios dessa transformação já estão sendo sentidos pelas pessoas envolvidas nesse processo!