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Maior pepita de ouro da HISTÓRIA, pesando tanto quanto um homem adulto, marcou a história, mas foi vendida por um valor surpreendentemente baixo

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 19/11/2024 às 10:05
pepita de ouro
Foto: Reprodução

A maior pepita de ouro já encontrada: pesava o mesmo que um homem adulto e foi vendida por quase nada na época

Há exatos 150 anos, no dia 5 de fevereiro de 1869, dois mineiros da Cornualha mudaram o curso da história da corrida do ouro australiana ao encontrar o que seria, até hoje, a maior pepita de ouro já registrada.

Pesando impressionantes 78 kg e medindo 61 cm de comprimento, ela estava enterrada superficialmente nas raízes de uma árvore em Moliagul, no estado de Victoria, Austrália.

pepita, pepita de ouro

A descoberta da enorme pepita de ouro e o impacto financeiro

John Deason e Richard Oates, responsáveis pela descoberta, obtiveram menos de U$ 12.000 pela pepita de ouro, uma soma considerável para os padrões da época. No entanto, essa quantia representa hoje apenas uma fração ínfima do valor estimado da Welcome Stranger, que ultrapassaria U$ 2,3 milhões.

Para celebrar o legado, descendentes dos garimpeiros realizaram um evento no exato local da descoberta. A cerimônia incluiu uma peça temática com figurinos de época e a recriação de uma fotografia histórica. Suzie Deason, tataraneta de John Deason, esteve presente. Aos 38 anos, ela ainda vive na área, conectada às raízes dessa fascinante história.

Quando as pessoas ouvem meu sobrenome, elas sempre perguntam onde está o ouro ou se sou rica”, comenta Suzie com bom humor. “Infelizmente, não tenho nenhuma joia feita com o Welcome Stranger. A história é o que realmente nos foi deixado.”

pepita, pepita de ouro
Um monumento marca o local onde o Welcome Stranger foi encontrado

Moliagul: do ouro à tranquilidade

Na época do achado, Moliagul era uma cidade em plena efervescência. Com 11 pubs e uma constante movimentação de garimpeiros, o lugar respirava a esperança de riqueza. Hoje, a região se tornou um local pacato, dominado pela agricultura, sem hotéis, lojas ou a agitação de outrora.

No entanto, o espírito da corrida do ouro ainda persiste. Conhecida como parte do Triângulo Dourado, a área continua a atrair caçadores de tesouros movidos pela ambição de encontrar uma pepita de ouro igualmente valiosa. “As pessoas vêm até aqui, passam dias procurando ouro, na esperança de replicar a descoberta do meu tataravô. É como uma febre, quase uma obsessão”, explica Suzie.

A trajetória de perseverança de Deason e Oates

Nascido em Tresco, nas Ilhas Scilly, John Deason mudou-se para a Cornualha ainda jovem após perder o pai, que era pescador. Em Pendeen, ele conheceu Richard Oates, e ambos começaram a trabalhar nas minas de estanho.

Com a corrida do ouro na década de 1850, a dupla decidiu tentar a sorte na Austrália. Deason chegou ao estado de Victoria em 1853, e Oates se juntou a ele no ano seguinte. Foram anos de trabalho árduo como garimpeiros até que a sorte os encontrasse em Bulldog Gully, uma encosta de Moliagul.

Ao localizar a enorme pepita de ouro envolta em quartzo, Deason precisou de um pé de cabra para retirá-la do solo após seu equipamento quebrar. Levado a Dunolly, a cerca de 20 km de distância, o ouro foi pesado no London Chartered Bank, tornando-se instantaneamente um marco da história local.

Infelizmente, a pepita de ouro foi quebrada antes que pudesse ser fotografada ou moldada. Os relatos da época, como o publicado no Dunolly & Bet Bet Shire Express em 12 de fevereiro de 1869, destacaram o feito e a determinação dos mineiros.

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O especialista John Tully, com uma réplica da pepita de ouro, diz que o apelo do Welcome Stranger ainda ressoa hoje

O legado da Welcome Stranger

Embora o ouro tenha sido fundido rapidamente e enviado a Melbourne, com destino final no Banco da Inglaterra, o impacto histórico da descoberta permanece vivo. Hoje, uma réplica da pepita de ouro está exposta no Museu Dunolly, enquanto desenhos baseados em memórias de testemunhas perpetuam sua imagem.

A Welcome Stranger não simboliza apenas riqueza material, mas também a força de vontade e a sorte extraordinária que marcaram a corrida do ouro.

Suzie Deason reflete: “Essa história é um lembrete de que a sorte pode sorrir para qualquer um, mas o ouro que encontramos nos sonhos é sempre o mais valioso.”

E assim, Moliagul, mesmo em sua serenidade atual, permanece como um local onde o passado ainda brilha – tanto nos livros de história quanto no coração de quem acredita que sempre há algo precioso à espera, mesmo que enterrado profundamente na imaginação.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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