Em um mundo onde as cidades enfrentam desafios opostos — da superlotação à preservação de centros históricos — surgiram dois extremos que redefiniram o conceito de transporte urbano. De um lado, o colosso DAF Super CityTrain, com seus 32 metros de comprimento e 350 passageiros. Do outro, o minúsculo Tecnobus Gulliver U500, com apenas 5 metros e espaço para 10 pessoas, provando que a mobilidade pode ser grandiosa ou incrivelmente compacta.
No universo dos ônibus transportes urbanos, poucos contrastes são tão impressionantes quanto os extremos representados pelo DAF Super CityTrain e pelo Tecnobus Gulliver U500.
De um lado, um verdadeiro colosso sobre rodas com 32,2 metros de comprimento e capacidade para 350 passageiros. Do outro, um minúsculo e silencioso ônibus elétrico com pouco mais de 5 metros, projetado para circular em vielas estreitas onde carros mal passam.
Embora pertençam a mundos completamente distintos, ambos simbolizam respostas ousadas a desafios específicos de mobilidade urbana — e entraram para a história por suas dimensões incomuns.
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O gigante DAF Super CityTrain
O DAF Super CityTrain nasceu no fim da década de 1980, em Kinshasa, capital da então Zaire (atual República Democrática do Congo).
A cidade enfrentava um colapso no transporte público, e a solução encontrada foi criar um ônibus com capacidade de transporte equivalente à de um trem curto.
A ideia era simples e ousada: unir um cavalo-mecânico da DAF à frente e um enorme reboque de passageiros atrás, formando um conjunto articulado capaz de levar centenas de pessoas por viagem.
Com cerca de 32,2 metros de comprimento, 28 toneladas de peso e capacidade para até 350 passageiros, o Super CityTrain tornou-se o maior ônibus do mundo em operação regular.
A velocidade máxima era limitada a aproximadamente 41,8 km/h para garantir a segurança, já que controlar um veículo desse porte exigia habilidade especial. Por seu tamanho impressionante, o modelo entrou para o Guinness Book como o ônibus mais longo já construído e colocado em uso urbano regular.
Uma tentativa ousada de resolver a superlotação
A operação dos Super CityTrain acontecia principalmente em avenidas largas de Kinshasa, onde o espaço permitia manobras mais seguras. Foram construídas cerca de 45 unidades ao todo, montadas localmente pela empresa Chanimetal com chassis e componentes vindos da DAF.
No entanto, apesar do impacto inicial positivo, os gigantes logo enfrentaram problemas: peças difíceis de obter, custos altos de manutenção e desgaste acelerado devido ao peso extremo e às más condições do asfalto local.
Com o passar dos anos, Kinshasa voltou a apostar em veículos menores e mais ágeis, e os Super CityTrain foram sendo gradualmente aposentados.
Mesmo assim, eles permanecem na memória como uma das criações mais ousadas da história do transporte urbano — um exemplo de engenharia que impressionou o mundo e mostrou que soluções gigantescas podem surgir da necessidade.
O minúsculo Tecnobus Gulliver U500
Na outra ponta do espectro está o Tecnobus Gulliver U500, um dos menores ônibus do planeta. Desenvolvido na Itália na década de 1990, ele foi projetado para circular em centros urbanos históricos, onde ruas estreitas e curvas fechadas impedem a passagem de veículos maiores.
Com apenas 5,3 metros de comprimento e 2,2 metros de largura, o Gulliver U500 consegue entrar em vielas onde nem carros comuns passam com facilidade.
Totalmente elétrico, o pequeno micro-ônibus transporta entre 7 e 10 passageiros sentados, oferecendo uma alternativa silenciosa, leve e não poluente para deslocamentos curtos em áreas de grande fluxo turístico.
Ele opera com baterias substituíveis, podendo rodar por várias horas antes de recarregar, e exige pouco espaço para estacionar ou fazer manobras apertadas.
Uma solução para centros históricos europeus
O sucesso do Gulliver U500 se espalhou rapidamente por cidades italianas como Pisa, Siena, Veneza e Roma, que buscavam formas de preservar seus patrimônios históricos sem abrir mão da mobilidade pública.
Graças ao tamanho reduzido e ao funcionamento elétrico, o veículo tornou-se uma referência em microtransporte urbano sustentável e até hoje segue sendo utilizado em percursos curtos, muitas vezes substituindo táxis e vans em zonas onde o acesso de veículos convencionais é restrito.
O contraste com o Super CityTrain não poderia ser maior: enquanto um precisava de avenidas largas e pavimento reforçado para circular, o outro foi pensado para ruas onde até pedestres andam espremidos.
Cada um nasceu para resolver problemas opostos — um enfrentava superlotação extrema; o outro, o desafio da preservação histórica em áreas de difícil acesso.
Dois extremos que contam muito sobre as cidades
O DAF Super CityTrain e o Tecnobus Gulliver U500 representam dois extremos fascinantes da engenharia de transporte.
Um mostra até onde a tecnologia pode ir para mover massas de pessoas em contextos de crise.
O outro prova que às vezes o melhor caminho é reduzir o tamanho e o impacto para proteger espaços delicados. Ambos, à sua maneira, marcaram época e continuam lembrados como símbolos de inovação — um por sua escala colossal, o outro por sua delicadeza compacta.