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Maior mina de ouro de estado brasileiro vai para as mãos de multinacional estrangeira em venda milionária

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/06/2025 às 21:24
Multinacional compra maior mina de ouro de Goiás em acordo milionário; mercado e futuro de Crixás são impactados pela mudança de controle.
Multinacional compra maior mina de ouro de Goiás em acordo milionário; mercado e futuro de Crixás são impactados pela mudança de controle.
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Venda bilionária da maior mina de ouro em Goiás movimenta o mercado mineral, atrai investidores internacionais e gera expectativas econômicas e sociais para o futuro da região de Crixás, impulsionando discussões sobre mineração e desenvolvimento sustentável.

A maior mina de ouro em operação em Goiás, a Mineração Serra Grande (MSG), situada em Crixás, no norte do estado, foi adquirida pela multinacional canadense Aura Minerals por cerca de US$ 76 milhões, conforme comunicado oficial divulgado em 2 de junho de 2025.

O valor da transação ainda pode sofrer ajustes relacionados ao capital de giro no momento do fechamento do negócio.

Segundo a Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, a Mineração Serra Grande é considerada o principal empreendimento aurífero em atividade no estado e um dos mais relevantes do Brasil.

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Venda da maior mina de ouro de Goiás

O acordo, anunciado pela então controladora sul-africana AngloGold Ashanti, está condicionado à aprovação de órgãos regulatórios, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

A expectativa é que a transferência de controle da maior mina de ouro de Goiás seja concluída até o terceiro trimestre de 2025.

Com a aquisição, a Aura Minerals passa a integrar ao seu portfólio um ativo estratégico, que reforça sua presença no setor mineral brasileiro.

A mina, situada em uma das regiões mais tradicionais da mineração no Brasil, possui uma estrutura composta por três minas subterrâneas – Mina III, Mina Nova e Palmeiras –, além de uma mina a céu aberto chamada Open Pit Corpo V.

Conta ainda com uma planta metalúrgica dedicada, com capacidade para processar anualmente até 1,5 milhão de toneladas de minério, o que permite o aproveitamento integral da produção extraída nas unidades operacionais.

Estrutura e histórico da mineração Serra Grande

O histórico da Mineração Serra Grande remonta à década de 1970, quando foram realizados os primeiros mapeamentos detalhados da área, seguidos pela implantação de um programa de perfuração de diamante entre 1973 e 1976.

Em 1986, teve início a atividade de lavra na Mina III, marcando a consolidação do empreendimento.

Três anos depois, em 1989, foi inaugurada a planta metalúrgica, que possibilitou o avanço da industrialização do ouro extraído em Crixás.

A produção da mina atingiu seu ápice em 2006, quando chegou a 193 mil onças de ouro, refletindo a relevância nacional e internacional do empreendimento.

Naquele período, a AngloGold Ashanti detinha 50% do capital da mina, adquirindo posteriormente a fatia restante do Kinross Group em 2012 e tornando-se a única proprietária até a recente venda para a Aura Minerals.

Segundo informações de dezembro de 2024, a produção anual da MSG somou aproximadamente 80 mil onças de ouro.

O local mantém uma reserva mineral estimada em 0,37 milhão de onças, sinalizando o potencial de exploração para os próximos anos.

Multinacional compra maior mina de ouro de Goiás em acordo milionário; mercado e futuro de Crixás são impactados pela mudança de controle.
Multinacional compra maior mina de ouro de Goiás em acordo milionário; mercado e futuro de Crixás são impactados pela mudança de controle.

Detalhes do negócio bilionário

A negociação pela maior mina de ouro de Goiás prevê ainda o pagamento, pela Aura Minerals, de um royalty de 3% sobre os retornos líquidos de fundição relacionados ao atual recurso mineral da MSG, incluindo toda a reserva confirmada até o momento.

Além disso, a transação determina que a AngloGold Ashanti continuará responsável pela descaracterização da barragem de Serra Grande, cuja conclusão está prevista para os próximos meses, atendendo às exigências legais e ambientais vigentes.

Outro ponto relevante da operação é que algumas subsidiárias da MSG, responsáveis por ativos não ligados diretamente à extração ou às reservas minerais, serão segregadas e não farão parte da transferência para a nova controladora.

A Aura Minerals destacou, em nota oficial, que o foco da aquisição está nos ativos operacionais e reservas auríferas da maior mina de ouro de Goiás, alinhando-se à sua estratégia de crescimento sustentável no mercado global.

Impacto da mineração em Goiás e no Brasil

O setor mineral brasileiro é um dos mais tradicionais e estratégicos para a economia nacional, com destaque para o estado de Goiás, que figura entre os principais produtores de ouro do país.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em 2024 o Brasil produziu mais de 90 toneladas de ouro, movimentando bilhões em receitas de exportação e geração de empregos.

Crixás, em particular, se consolidou como polo de mineração e desenvolvimento econômico, atraindo investimentos e ampliando oportunidades para a população local e regional.

A venda da maior mina de ouro de Goiás também reflete um movimento de internacionalização e concentração no setor, tendência observada em diversas partes do mundo, especialmente em países com elevado potencial mineral.

Grandes multinacionais buscam ampliar seus ativos no Brasil, de olho tanto na estabilidade do setor quanto na perspectiva de valorização do ouro em cenários econômicos globais incertos.

Segundo especialistas, a aquisição pode representar ganhos de eficiência, incremento de tecnologia e novos investimentos na infraestrutura da maior mina de ouro de Goiás.

O impacto sobre a economia local é significativo: além da geração de centenas de empregos diretos e indiretos, há expectativa de aumento da arrecadação municipal, melhorias nos serviços públicos e desenvolvimento de projetos sociais financiados pelas empresas envolvidas.

Compromissos ambientais e sociais

A atividade mineradora em Goiás, especialmente em Crixás, é regulada por normas rigorosas que visam garantir o uso sustentável dos recursos naturais e a segurança das comunidades próximas.

Tanto a AngloGold Ashanti quanto a Aura Minerals asseguraram, em seus comunicados, o compromisso com o cumprimento integral das obrigações ambientais, trabalhistas e regulatórias.

Entre as medidas adotadas, destaca-se a descaracterização de barragens e o monitoramento constante das operações para evitar impactos negativos à população e ao meio ambiente.

A trajetória da mineração Serra Grande ilustra a evolução do setor mineral brasileiro, desde o início das atividades na década de 1970 até a consolidação como maior mina de ouro de Goiás.

A chegada da Aura Minerals, com investimentos previstos e ampliação das operações, promete impulsionar ainda mais o setor nos próximos anos, reforçando a posição de Goiás como protagonista na produção de ouro no Brasil.

Diante dessa movimentação bilionária no mercado mineral e das mudanças que envolvem a maior mina de ouro de Goiás, fica a questão: de que forma essa transação poderá transformar o futuro econômico e social da região de Crixás nos próximos anos?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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