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Lula pode anunciar retorno triunfal das obras de Angra 3 após mais de 40 ANOS de paralisação

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/12/2024 às 11:05
Angra 3 já custou R$ 12 bilhões e ainda precisa de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Vale a pena continuar com o projeto polêmico? (Imagem: reprodução/ IA)
Angra 3 já custou R$ 12 bilhões e ainda precisa de mais R$ 23 bilhões para ser concluída. Vale a pena continuar com o projeto polêmico? (Imagem: reprodução/ IA)

Após décadas de paralisação e escândalos, a retomada de Angra 3 promete marcar o setor nuclear brasileiro. Lula lidera articulação que pode transformar o cenário energético do país. Será que o investimento bilionário valerá a pena?

O setor nuclear brasileiro pode estar prestes a vivenciar um momento histórico.

Após mais de quatro décadas de interrupções, escândalos e incertezas, a conclusão da Usina Nuclear Angra 3 parece finalmente ganhar um novo fôlego. Mas o que há por trás dessa obra monumental?

Entre cifras bilionárias e articulações políticas, o anúncio esperado esta terça-feira (10) promete reacender o debate sobre a importância da energia nuclear no país.

De acordo com informações obtidas pelo setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve oficializar a retomada das obras de Angra 3, um empreendimento que começou em 1981 e enfrentou paralisações sucessivas.

De acordo com o site Petronotícias, fontes próximas ao governo indicam que o anúncio será feito após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Essa decisão é fruto de meses de negociações que envolveram não apenas Lula, mas também o ministro Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Uma obra marcada por paralisações e corrupção

A construção de Angra 3 carrega um histórico conturbado. Desde que foi iniciada, há mais de 40 anos, a usina sofreu com altos custos, falta de planejamento e denúncias de corrupção.

Um dos episódios mais críticos veio à tona durante a Operação Lava Jato, que revelou um esquema envolvendo empresas, empresários e políticos ligados ao projeto.

Até o momento, a obra consumiu cerca de R$ 8 bilhões e chegou a um avanço físico de 65%. Contudo, para ser finalizada, será necessário um investimento adicional de aproximadamente R$ 20 bilhões.

Esse montante deverá ser custeado em grande parte pelos consumidores, através da tarifa de comercialização de energia.

Tarifa de Angra 3 é viável?

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elaborou um estudo em setembro propondo uma tarifa de comercialização de R$ 653,31 por megawatt-hora (MWh) para a usina.

Segundo a Eletronuclear, esse valor é inferior ao custo de operação de outras térmicas, medido pelos Custos Variáveis Unitários (CVU).

A tarifa foi apresentada ao Ministério de Minas e Energia, à Eletronuclear e ao CNPE, que deverá aprovar a proposta na reunião desta terça-feira.

Conforme o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, o próximo passo será a realização de uma licitação internacional para selecionar o consórcio responsável por finalizar a obra.

Esse processo deve ocorrer no primeiro semestre de 2025, com a assinatura do contrato prevista para o segundo semestre do mesmo ano. A entrega da usina está estimada para o início de 2031.

Energia nuclear no Brasil: necessidade ou aposta arriscada?

A reativação de Angra 3 reacende o debate sobre o papel da energia nuclear em um país com vastos recursos hidrelétricos e em crescimento no setor de energias renováveis.

Segundo o ministro Alexandre Silveira, “em um país continental como o Brasil, não há energia limpa e renovável sem essa fonte energética”.

A declaração reflete o esforço do governo em diversificar a matriz energética, mesmo diante das críticas e dúvidas sobre os custos e os impactos ambientais desse tipo de projeto.

A decisão de retomar Angra 3 representa uma aposta ousada em um setor que, embora estratégico, ainda enfrenta resistência de diversos segmentos da sociedade.

Será que o Brasil está pronto para arcar com os desafios financeiros e operacionais dessa empreitada? De todo modo, constata-se que a retomada de Angra 3 simboliza tanto um marco quanto um desafio para o setor energético brasileiro.

A promessa de geração de energia nuclear em grande escala traz consigo um custo elevado, que será sentido pelos consumidores ao longo das próximas décadas.

Enquanto o governo se prepara para dar luz verde ao projeto, muitos ainda se perguntam se os benefícios compensarão os gastos.

E você, acredita que o Brasil deve continuar investindo em energia nuclear, mesmo com os altos custos e polêmicas envolvidas?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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