Governo brasileiro anuncia investimento de R$ 112,9 bilhões na indústria de defesa, visando fortalecer a soberania nacional e impulsionar a competitividade internacional. Com foco em satélites, radares e foguetes, a Missão 6 da Nova Indústria Brasil promete revolucionar o setor e posicionar o país como líder em tecnologias estratégicas.
No cenário global atual, a autonomia tecnológica e a capacidade de defesa tornaram-se essenciais para a soberania de qualquer nação. Países que dominam tecnologias avançadas não apenas garantem sua segurança, mas também ampliam sua influência geopolítica e econômica.
Nesse contexto, o Brasil dá um passo significativo para consolidar sua posição no cenário internacional.
Investimento histórico na indústria de defesa
Em uma cerimônia no Palácio do Planalto no último dia 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um robusto investimento de R$ 112,9 bilhões na indústria nacional de defesa.
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A iniciativa, parte do programa Nova Indústria Brasil (NIB), visa ampliar o domínio brasileiro em áreas estratégicas como radares, satélites e foguetes, reforçando a soberania e a capacidade tecnológica do país.
De acordo com o governo, R$ 79,8 bilhões virão de investimentos públicos, enquanto R$ 33,1 bilhões serão aportados pelo setor privado.
Além disso, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Defesa destinará R$ 31,4 bilhões para projetos emblemáticos, incluindo:
- Caça Gripen;
- Cargueiro KC-390;
- Viaturas blindadas;
- Fragatas e submarinos.
Indústria de defesa impulsiona inovação e tecnologia
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a relevância da indústria de defesa para o avanço tecnológico do país.
“A indústria da defesa é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, que também podem ser aplicadas em serviços para o nosso dia a dia, como o GPS e os drones”, afirmou Alckmin.
Ele ressaltou que a Missão 6 da NIB impulsionará investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI), fortalecendo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Crescimento expressivo nas exportações de defesa
Nos últimos anos, as exportações brasileiras de produtos de defesa registraram um crescimento significativo.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,8 bilhão em produtos do setor, um aumento de 22% em relação a 2023.
No ano anterior, as exportações somaram US$ 1,5 bilhão, um expressivo crescimento de 123% em comparação a 2022.
Conforme o governo federal, os R$ 33,1 bilhões de investimento privado serão direcionados principalmente para:
- Setores aeroespacial e de defesa: R$ 23,7 bilhões;
- Setor nuclear: R$ 8,6 bilhões;
- Setores de segurança e outros: R$ 787 milhões.
Durante o evento, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram um contrato com a Embraer para fomentar projetos de inovação no setor.
Desenvolvimento de tecnologias estratégicas
A Finep também está investindo em projetos estratégicos, como:
- Reator multipropósito brasileiro;
- Desenvolvimento de um foguete de decolagem para veículos hipersônicos.
Até o momento, foram aplicados R$ 4,2 bilhões, com previsão de mais R$ 331 milhões em investimentos futuros.
Além disso, o BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões, e o BNDES projeta um adicional de R$ 20 bilhões em apoio até 2026.
Metas ambiciosas para o setor de defesa
A Missão 6 da NIB estabelece metas ambiciosas para o domínio de tecnologias críticas de defesa. O objetivo é alcançar 55% de domínio até 2026 e 75% até 2033.
Atualmente, o Brasil domina 42,7% dessas tecnologias, abrangendo 39 projetos estratégicos de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
As áreas prioritárias incluem satélites, veículos lançadores e radares, setores selecionados com base na capacidade local existente, potencial de exportação de alta tecnologia e geração de empregos qualificados.
Impacto econômico e fortalecimento da soberania nacional
No total, a indústria brasileira já conta com R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados. Desse montante:
- R$ 1,1 trilhão são recursos públicos, incluindo o Plano Mais Produção (P+P), o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica;
- O setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões para fortalecer a produção nacional nos próximos anos.
Segundo o governo, os investimentos reafirmam o compromisso com o fortalecimento da soberania nacional e o desenvolvimento tecnológico.
A iniciativa não apenas posiciona o Brasil como um player relevante no cenário global de defesa, mas também impulsiona a economia, gera empregos qualificados e promove inovação em setores estratégicos.