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Linha ferroviária de volta? Nada disso! Prefeitura decreta que estação virará sede da gestão municipal

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 27/10/2024 às 12:59
Antiga estação de Bauru pode virar sede da prefeitura, resgatando a história da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em projeto ousado.
Antiga estação de Bauru pode virar sede da prefeitura, resgatando a história da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em projeto ousado.
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Abandonada há mais de 20 anos, a estação ferroviária, um símbolo da história ferroviária brasileira, pode se tornar a nova sede da prefeitura.

Por mais de duas décadas, a antiga estação ferroviária de Bauru, símbolo da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, permaneceu sem receber passageiros, imersa em abandono e degradação.

Agora, a prefeita Suéllen Rosim (PSD) apresenta um plano ousado: revitalizar o espaço e transformá-lo na nova sede administrativa da prefeitura.

A proposta marca um possível recomeço para um prédio com grande valor histórico, que antes fazia parte de um dos sistemas ferroviários mais emblemáticos do país.

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De acordo com a prefeita, a transformação do espaço em sede administrativa não é apenas uma questão de valor histórico, mas uma estratégia de gestão para reduzir custos e aumentar a circulação de pessoas no entorno.

“O prédio, com seus três andares, poderá acomodar as principais secretarias municipais, o que ajudará a cortar despesas com aluguéis e a revitalizar a área,” explicou Suéllen em uma de suas postagens.

Com isso, espera-se um impacto positivo para a economia local e para a segurança da região.

Segundo a Folha de S. Paulo, o edifício, hoje deteriorado e tomado por entulhos, vagões abandonados e pichações, está localizado em uma área central e importante da cidade.

O espaço, que no passado já foi palco de um alto fluxo de passageiros e atividades comerciais, pode, mais uma vez, gerar movimentação econômica caso o projeto avance como planejado.

Prefeitura prevê parcerias e estudos para viabilização

A ideia de transformar o espaço começou a ganhar força logo após Suéllen assumir o mandato em 2021.

Um núcleo de estudos e concessões foi criado para avaliar o destino da estação ferroviária da Noroeste, com propostas que iam desde um centro de compras até a possibilidade de concessões privadas para aproveitamento da área.

Em um levantamento feito à época, o custo para adaptar o edifício para um uso administrativo foi estimado em mais de R$ 30 milhões, valor atualizado hoje para aproximadamente R$ 34,3 milhões, segundo índices do IPCA.

Em entrevista, a prefeita destacou que a ideia de revitalização amadureceu com o tempo e que, para tornar o projeto viável, foram feitas parcerias e estudos sobre outras iniciativas de preservação histórica.

Um exemplo foi o projeto de recuperação do pátio ferroviário de Campinas, visitado por Suéllen e sua equipe para buscar inspirações e analisar a viabilidade do projeto.

Interesse internacional e reativação de transporte

Durante uma visita de empresários chineses no início de 2024, novas ideias foram discutidas, incluindo a possibilidade de retomar o uso dos trilhos para transporte urbano.

A proposta é que, ao revitalizar a estação, também se possa implantar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na cidade, aumentando a conexão da região central com outras áreas.

Embora a ideia ainda dependa de estudos e investimentos, a visita abriu portas para parcerias internacionais, fortalecendo as expectativas de transformar a estação não só em um centro administrativo, mas em um novo ponto de mobilidade urbana.

História e simbolismo da ferrovia: o “Trem da Morte”

A história da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil está profundamente entrelaçada com o desenvolvimento de Bauru.

Conectando Bauru a Corumbá (MS), a ferrovia era conhecida como “Trem da Morte” devido à alta incidência de acidentes e ao transporte de pessoas doentes ao longo de sua rota.

A linha brasileira fazia parte de uma rota que se estendia até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde acidentes e problemas operacionais eram comuns.

A partir dos anos 1960, a ferrovia enfrentou um declínio nos investimentos, resultando no fechamento gradual de estações.

Atualmente, segundo a Folha de S. Paulo, das 122 estações que compunham a linha, cerca de 80 foram demolidas ou estão abandonadas, em avançado estado de deterioração.

Impactos na cidade e futuro do projeto

Com a promessa de revitalização, a prefeita e sua equipe esperam que o projeto contribua para recuperar a importância histórica e econômica de Bauru, transformando a estação ferroviária em um marco da administração municipal e um ponto de desenvolvimento urbano.

Contudo, o projeto da prefeitura não está isento de desafios, já que ainda precisa de um plano sólido para atrair o financiamento necessário e consolidar parcerias, além de depender de aprovação junto aos órgãos de preservação do patrimônio histórico.

Em suas redes sociais, Suéllen destacou que deseja avançar rapidamente com o projeto, afirmando que a nova sede da prefeitura será “um divisor de águas” para a cidade, trazendo de volta o movimento e o respeito por um espaço antes vital para a população.

Na sua opinião, a estação ferroviária deveria ser reativada ou a prefeitura está certa em utilizar o local como sede municipal? Deixe sua resposta nos comentários! Até a próxima, leitor!

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João Carlos
João Carlos
29/10/2024 12:48

Recordo que a empresa RUMO TRANSPORTES FERROVIÁRIOS vem restaurando suas vias abandonadas, com o intuito de revitalizar o transporte na região. Quem sabe, se interesse também por essa Estação.
Melhorando os meios de transporte coletivo com trens modernos e eficientes a levar também passageiros para os variados destinos no Estado SP e além deste, com segurança, conforto, economia de custos operacionais e com tempo de viagens mitigando o excesso da utilização de rodovias e acidentes. A economia atingiria inúmeros setores, como vidas preservadas, diminuição das despesas hospitalares, do consumo de combustíveis e emissões dos gases do efeito-estufa na atmosfera, etc.

Milton Souza
Milton Souza
29/10/2024 10:21

Investir no local,é obrigadar quem é o dono do lugar a limpar ou manter ,a desculpa é revitalizar, ou seja gastar dinheiro público,se duvidar vai virar estacionamento particular tbm,resumindo o povo só vai pagar a conta.

Joabe Evangelista de Souza
Joabe Evangelista de Souza
29/10/2024 09:44

Um povo que não liga para sua história; terá um futuro sem memória!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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