Abandonada há mais de 20 anos, a estação ferroviária, um símbolo da história ferroviária brasileira, pode se tornar a nova sede da prefeitura.
Por mais de duas décadas, a antiga estação ferroviária de Bauru, símbolo da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, permaneceu sem receber passageiros, imersa em abandono e degradação.
Agora, a prefeita Suéllen Rosim (PSD) apresenta um plano ousado: revitalizar o espaço e transformá-lo na nova sede administrativa da prefeitura.
A proposta marca um possível recomeço para um prédio com grande valor histórico, que antes fazia parte de um dos sistemas ferroviários mais emblemáticos do país.
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De acordo com a prefeita, a transformação do espaço em sede administrativa não é apenas uma questão de valor histórico, mas uma estratégia de gestão para reduzir custos e aumentar a circulação de pessoas no entorno.
“O prédio, com seus três andares, poderá acomodar as principais secretarias municipais, o que ajudará a cortar despesas com aluguéis e a revitalizar a área,” explicou Suéllen em uma de suas postagens.
Com isso, espera-se um impacto positivo para a economia local e para a segurança da região.
Segundo a Folha de S. Paulo, o edifício, hoje deteriorado e tomado por entulhos, vagões abandonados e pichações, está localizado em uma área central e importante da cidade.
O espaço, que no passado já foi palco de um alto fluxo de passageiros e atividades comerciais, pode, mais uma vez, gerar movimentação econômica caso o projeto avance como planejado.
Prefeitura prevê parcerias e estudos para viabilização
A ideia de transformar o espaço começou a ganhar força logo após Suéllen assumir o mandato em 2021.
Um núcleo de estudos e concessões foi criado para avaliar o destino da estação ferroviária da Noroeste, com propostas que iam desde um centro de compras até a possibilidade de concessões privadas para aproveitamento da área.
Em um levantamento feito à época, o custo para adaptar o edifício para um uso administrativo foi estimado em mais de R$ 30 milhões, valor atualizado hoje para aproximadamente R$ 34,3 milhões, segundo índices do IPCA.
Em entrevista, a prefeita destacou que a ideia de revitalização amadureceu com o tempo e que, para tornar o projeto viável, foram feitas parcerias e estudos sobre outras iniciativas de preservação histórica.
Um exemplo foi o projeto de recuperação do pátio ferroviário de Campinas, visitado por Suéllen e sua equipe para buscar inspirações e analisar a viabilidade do projeto.
Interesse internacional e reativação de transporte
Durante uma visita de empresários chineses no início de 2024, novas ideias foram discutidas, incluindo a possibilidade de retomar o uso dos trilhos para transporte urbano.
A proposta é que, ao revitalizar a estação, também se possa implantar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na cidade, aumentando a conexão da região central com outras áreas.
Embora a ideia ainda dependa de estudos e investimentos, a visita abriu portas para parcerias internacionais, fortalecendo as expectativas de transformar a estação não só em um centro administrativo, mas em um novo ponto de mobilidade urbana.
História e simbolismo da ferrovia: o “Trem da Morte”
A história da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil está profundamente entrelaçada com o desenvolvimento de Bauru.
Conectando Bauru a Corumbá (MS), a ferrovia era conhecida como “Trem da Morte” devido à alta incidência de acidentes e ao transporte de pessoas doentes ao longo de sua rota.
A linha brasileira fazia parte de uma rota que se estendia até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde acidentes e problemas operacionais eram comuns.
A partir dos anos 1960, a ferrovia enfrentou um declínio nos investimentos, resultando no fechamento gradual de estações.
Atualmente, segundo a Folha de S. Paulo, das 122 estações que compunham a linha, cerca de 80 foram demolidas ou estão abandonadas, em avançado estado de deterioração.
Impactos na cidade e futuro do projeto
Com a promessa de revitalização, a prefeita e sua equipe esperam que o projeto contribua para recuperar a importância histórica e econômica de Bauru, transformando a estação ferroviária em um marco da administração municipal e um ponto de desenvolvimento urbano.
Contudo, o projeto da prefeitura não está isento de desafios, já que ainda precisa de um plano sólido para atrair o financiamento necessário e consolidar parcerias, além de depender de aprovação junto aos órgãos de preservação do patrimônio histórico.
Em suas redes sociais, Suéllen destacou que deseja avançar rapidamente com o projeto, afirmando que a nova sede da prefeitura será “um divisor de águas” para a cidade, trazendo de volta o movimento e o respeito por um espaço antes vital para a população.
Na sua opinião, a estação ferroviária deveria ser reativada ou a prefeitura está certa em utilizar o local como sede municipal? Deixe sua resposta nos comentários! Até a próxima, leitor!