1. Início
  2. / Automotivo
  3. / Lexus LFA: O supercarro que desafiou o céu e a terra, mas ninguém comprou. Por quê?
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Lexus LFA: O supercarro que desafiou o céu e a terra, mas ninguém comprou. Por quê?

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 30/08/2024 às 10:52
Supercarro, carro, japones, toyota
Foto: Reprodução MotorTrend

O supercarro japonês redefiniu a perfeição, mas foi ignorado pelo mercado. Saiba o porquê!

Em uma era em que a eficiência e a economia eram as forças motrizes da indústria automobilística japonesa, três visionários se uniram para criar um enigma automotivo que mudaria a percepção do mundo sobre os supercarros japoneses. O Lexus LFA, nascido no alvorecer dos anos 2000, foi a aposta ousada da Lexus, uma marca sinônimo de luxo e inovação, para se firmar em um território dominado por gigantes europeus. No entanto, apesar de sua grandeza, o LFA enfrentou um destino inesperado: foi considerado o melhor carro já fabricado, mas ninguém o comprou, de acordo com o vídeo do canal Turbo Lag.

O surgimento de uma lenda

O projeto do Lexus LFA começou como uma iniciativa secreta dentro da Toyota, empresa-mãe da Lexus, com o codinome P280. A missão era ambiciosa: criar um supercarro capaz de atingir 200 milhas por hora e competir com os ícones europeus. Liderado por Haruhiko Tanahashi, um engenheiro experiente que havia trabalhado em alguns dos carros mais amados da Toyota, o LFA foi desenvolvido com um foco implacável na perfeição. 

Foto: Supercar Nostalgia

A Toyota, conhecida por seus veículos confiáveis e eficientes como o Corolla e o Prius, decidiu mostrar ao mundo que também era capaz de criar uma obra-prima automotiva. E assim nasceu o LFA, um supercarro que prometia redefinir o conceito de dirigibilidade e desempenho.

A estrada para a perfeição

O desenvolvimento do LFA foi marcado por desafios e tragédias. Em 2007, a Toyota tomou a decisão de substituir o chassi de alumínio do LFA por fibra de carbono, um material revolucionário para a época, que exigia a criação de novas técnicas de fabricação. Cada motor V10 de 5.0 litros foi meticulosamente montado à mão, com cada unidade sendo assinada pelo engenheiro responsável. A produção foi limitada a apenas um carro por dia, garantindo que cada LFA fosse único e impecável.

No entanto, o caminho para a excelência teve seu preço. Um dos momentos mais sombrios da história do LFA foi a trágica morte de Hiromu Naruse, piloto de testes da Toyota, que perdeu a vida em um acidente enquanto testava uma edição especial do LFA no circuito de Nürburgring, na Alemanha.

O reconhecimento e a rejeição

Quando o LFA foi finalmente lançado, em 2010, ele foi saudado como um dos supercarros mais impressionantes já fabricados. Com um desempenho inigualável e um som de motor que mais parecia uma sinfonia, o LFA conquistou corações e mentes de jornalistas e entusiastas automotivos ao redor do mundo. Jeremy Clarkson, do famoso programa Top Gear, chegou a declarar que o LFA era o melhor carro que ele já havia dirigido.

Apesar de todo o reconhecimento e aclamação, o LFA enfrentou um problema inesperado: não vendeu. O preço elevado, na faixa de meio milhão de dólares, e o fato de carregar o emblema da Lexus, uma marca mais associada a carros de luxo do que a supercarros, afastaram muitos compradores em potencial. Mesmo com apenas 500 unidades produzidas, algumas ficaram encalhadas nas concessionárias.

O legado do LFA

Em dezembro de 2012, o último Lexus LFA saiu da linha de produção, encerrando uma década de desenvolvimento e dois anos de fabricação. Apesar de seu desempenho impecável e de ter redefinido as expectativas sobre o que um supercarro japonês poderia ser, o LFA nunca alcançou o sucesso comercial esperado. No entanto, seu legado permanece vivo, influenciando a engenharia automotiva e a filosofia de design da Lexus até hoje.

Foto: BlogAuto

O LFA é um lembrete de que, às vezes, a perfeição pode ser solitária. Mesmo sendo considerado por muitos o melhor carro já fabricado, ele nos mostra que nem sempre o melhor produto é o mais vendido. O LFA foi uma obra-prima que desafiou os céus e a terra, mas que, paradoxalmente, encontrou seu destino na indiferença do mercado.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x