Venda milionária é anulada após irregularidades no pagamento inicial apresentado pela ONG vencedora
Em julho de 2025, os Correios cancelaram a venda de um imóvel avaliado em R$ 280 milhões, porque a ONG vencedora apresentou um cheque sem fundos como pagamento inicial, conforme determinação do então presidente Fabiano Silva. Além disso, a decisão interrompeu um processo que avançava rapidamente para a transferência definitiva da área.
O imóvel corresponde ao antigo espaço da UNICORREIOS, situado no Setor de Clubes Esportivos Norte, região valorizada de Brasília. Embora o terreno tivesse 212 mil metros quadrados, apenas a ONG CPM Intercab participou da disputa, o que reduziu o valor final em relação à avaliação original de R$ 322 milhões. Por isso, o processo chamou atenção desde o início.
Auditoria interna aponta falhas e revela riscos administrativos
A auditoria avançou imediatamente após a homologação. Conforme relatório divulgado naquele mesmo julho, a ONG não possuía capital social compatível, o que levantou preocupação interna. Além disso, o dirigente da entidade, Jorge Luiz Almeida da Silveira, conhecido como Pai Jorge de Oxossi, recebeu auxílio emergencial durante a pandemia, segundo dados oficiais usados pela área de compliance.
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A Diretoria de Administração avaliou o processo como regular, embora a área técnica tenha reforçado os alertas. Mesmo assim, Fabiano Silva suspendeu a venda de forma preventiva, porque aguardava uma avaliação formal do Conselho de Administração, que não ocorreu. Dessa maneira, o caso evoluiu para revisão completa do certame.
Cheque inválido leva à anulação e expõe vínculo com empresa investigada
Em setembro de 2025, a CPM Intercab comunicou desistência e pediu devolução de valores. Porém, o edital exigia depósito de R$ 500 mil à vista, o que não aconteceu. O cheque apresentado estava em nome de “M Gorete F Alves Ltda.”, embora a Receita Federal tenha confirmado que o CNPJ informado não existe. Assim, a gerência financeira constatou a irregularidade imediatamente.
Além disso, o número usado no documento é semelhante ao de outra empresa da empresária Maria Gorete Ferreira Alves, investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por golpes relacionados à negociação de terras. O advogado dela afirmou que comentará apenas após acessar os autos. Por isso, o cancelamento se tornou inevitável.
Líder religioso mantém interesse e questiona a comunicação sobre o cancelamento
Mesmo após o encerramento do processo, Pai Jorge garantiu que não desistiu da compra. Ele afirmou que não recebeu informações sobre o cheque sem fundos e que apenas foi informado sobre o cancelamento geral das vendas de imóveis. Além disso, declarou que possui ativos em negociação para disputar o terreno novamente, caso o imóvel retorne ao mercado.
Essa postura alimentou novas discussões internas, porque o interesse permaneceu mesmo diante das irregularidades documentais registradas pela auditoria.
Correios reforçam transparência, adotam novas medidas e confirmam nova licitação
Os Correios afirmaram que o pagamento por cheque estava previsto no edital, embora tenham acatado todas as recomendações de compliance. Assim, a estatal informou que uma nova licitação será aberta, depois que a anulação for concluída. Além disso, a empresa reforçou controles internos e procedimentos de verificação documental para evitar situações semelhantes.
A estatal também destacou que ampliou o rigor técnico exigido em transações envolvendo grandes ativos imobiliários, já que processos desse porte exigem auditorias mais profundas e comunicação mais clara com todas as partes envolvidas. Por isso, a nova disputa ocorrerá sob regras reforçadas.
Diante das dúvidas, dos apontamentos internos e da repercussão nacional, surge a pergunta inevitável: como a nova disputa pelo valioso terreno da UNICORREIOS irá se desenvolver quando o próximo edital finalmente chegar ao público?


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