Leilão da ANEEL e CCEE garante 50 MW para localidades isoladas no Amazonas e no Pará com até 47% de desconto no preço da energia, impulsionando investimentos em usinas híbridas.
O Leilão para Suprimento aos Sistemas Isolados de 2025, realizado nesta sexta-feira (26) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), trouxe resultados além do esperado. Foram contratados 50 megawatts (MW) para atender cidades do Amazonas e do Pará que ainda não fazem parte do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A disputa foi marcada por intensa competitividade, e um dos lotes chamou atenção ao alcançar 46,89% de desconto em relação ao valor-teto. Na prática, isso significa que os consumidores pagarão menos na tarifa de energia, já que a remuneração prevista para os vencedores ficou bem abaixo do limite inicial estabelecido no edital.
Energias do Acre vence lote no Amazonas
No Lote 1, destinado ao Amazonas, a empresa Energias do Acre SPE Ltda. saiu vencedora. O projeto prevê 20,165 MW de potência por meio de cinco usinas híbridas que irão combinar geração solar e térmica a diesel. As unidades serão instaladas em Cabori, Camaruã, Limoeiro, Novo Remanso e Parauá.
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O investimento total estimado é de R$ 72,8 milhões. O desconto aplicado no leilão foi de 22,01%, resultando em uma receita fixa anual de R$ 17,5 milhões durante a vigência do contrato.
Consórcio garante projeto no Pará com grande redução de preço
O destaque do leilão, entretanto, ficou por conta do Lote 3, arrematado pelo Consórcio IFX-You.on – Sisol. O grupo apresentou proposta para uma usina híbrida de 30,1 MW em Jacareacanga, no Pará.
O projeto prevê R$ 240 milhões em investimentos e assegura uma receita fixa anual de R$ 48,2 milhões. O desconto de quase 47% foi considerado um dos pontos altos do certame, refletindo a forte disputa entre os participantes e a confiança no modelo híbrido de geração.
Prazos e ajustes do certame
Os empreendimentos vencedores terão até 20 de dezembro de 2027 para iniciar a operação. A ANEEL reforçou que os prazos são fundamentais para garantir segurança energética nas localidades que permanecem fora do SIN.
Vale destacar que, conforme anunciado em 22 de setembro, o Lote 2 não foi incluído no pregão. A decisão atendeu a um pedido do Ministério de Minas e Energia (MME). Esse lote atenderia cidades como Anamã, Anori, Caapiranga, Codajás e Coari, no Amazonas. Os demais lotes seguiram normalmente, assegurando a expansão da infraestrutura elétrica em regiões isoladas.


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