Justiça do Rio suspende instalação de usinas termelétricas flutuantes (UTEs) da Karpowership, na Baía de Sepetiba, por falta de documentação sobre impactos ambientais
A primeira chegada dos quatro navios usinas flutuantes a gás natural da Karpowershi, chamados powerships, que seriam instalados na zona portuária da Baía de Sepetiba, ocorreu no último sábado, 23 de julho, no porto de Itaguaí (RJ). Porém nem tudo são flores, e a Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão imediata da instalação e operação das usinas termelétricas flutuantes (UTEs). À decisão cabe recurso.
Os testes de comissionamento das linhas de transmissão já estão praticamente finalizados, ou seja, com a presença dos navios, a expectativa da empresa turca Karpoweship é que a operação dos 560 MW (o suficiente para abastecer 2 milhões de pessoas) inicie nos próximos dias.
Os detalhes do projeto foram focados no meio ambiente tendo em vista que o combustível dos navios, fornecidos por uma Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação, tem 40% de gás natural, diminuindo a quantidade de diesel ou carvão.
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Além disso, os motores das usinas flutuantes a gás natural também possuem eficiência energética e, em razão de o projeto obter a duração de apenas 44 meses, as estruturas são de fácil mobilidade.
Suspensão das termelétricas flutuantes
Na decisão, a juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, Georgia Vasconcellos da Cruz, questiona deliberação da Comissão Estadual de Controle Ambiental que dispensou a empresa de apresentação de estudos ambientais para obtenção de licenças junto ao Inea, órgão ambiental fluminense.
“O caso também serve de alerta para os riscos de investimento em termelétricas movidas a combustíveis fósseis — com alto impacto socioambiental, energia cara e risco de judicialização”, avalia Juliano Bueno de Araújo, diretor técnico do Observatório do Petróleo e Gás.
“O Brasil precisa de tarifas de energia baixa e limpa. Infelizmente, a condução da política energética brasileira está caminhando para uma aceleração excessiva de uma matriz energética fóssil e cara, tornando nossa tarifa uma das mais caras do mundo”, comenta Juliano.
“O projeto cumpriu todos os trâmites do órgão ambiental e todos os estudos de impacto ambiental necessários foram entregues. A companhia reforça que o projeto tem baixo impacto ambiental, especialmente quando comparado a outras térmicas, é de rápida mobilização e desmobilização e utiliza gás natural para geração de energia, mais limpo e considerado combustível da transição energética”, diz a Karpowershi.
“O projeto ficará alocado em região portuária, própria para este tipo de operação, e próximo à subestação de Furnas, facilitando sua conexão ao sistema”, completa a empresa.
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