Descoberta arqueológica na Europa revela objetos forjados com ferro vindo de meteoritos há mais de três mil anos
Durante escavações recentes em sítios arqueológicos da Europa Central, arqueólogos descobriram que diversos artefatos da Idade do Bronze foram confeccionados com metais de origem extraterrestre.
A pesquisa foi conduzida por cientistas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva. Eles demonstraram que o ferro presente em algumas joias e armas antigas não veio da Terra.
Por meio de análises químicas e isotópicas realizadas em laboratório, foi possível identificar a assinatura característica de meteoritos ricos em níquel e cobalto.
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Embora esse tipo de descoberta já tivesse ocorrido isoladamente no passado, os novos dados indicam um padrão mais amplo de uso do ferro meteórico entre 1.300 e 800 a.C.
O estudo foi publicado em 5 de junho de 2025 e analisou cerca de 3.400 objetos. Desses, 18 foram confirmados como feitos com ferro de origem espacial.
Essas relíquias incluem pulseiras, pontas de lança e punhais cerimoniais. Pesquisadores encontraram esses itens principalmente em regiões da atual Alemanha, Áustria e República Tcheca.
Tecnologia avançada muito antes da siderurgia terrestre
Sociedades da Idade do Bronze já dominavam métodos rudimentares para moldar metais extremamente duros, e esses achados provam isso, mesmo antes do desenvolvimento da siderurgia.
Os pesquisadores moldaram os fragmentos de meteoritos, mesmo muito resistentes, utilizando técnicas de aquecimento e martelamento.
Isso ocorreu em temperaturas mais baixas que as usadas na fundição.
Essas civilizações demonstraram domínio técnico impressionante. Mesmo sem conhecer a origem exata do ferro, povos antigos valorizavam o material por sua aparência brilhante e resistência.
Como resultado, as pessoas associavam o ferro meteórico a itens de prestígio e a práticas espirituais.
A valorização desse metal reforçava sua importância nos rituais e na cultura.
Isso também contribuiu para que o ferro dos meteoritos se tornasse símbolo de poder e conexão divina entre o céu e a Terra.
Origem confirmada por alta concentração de níquel e cobalto
Para confirmar a origem extraterrestre, os pesquisadores se basearam em padrões químicos bem definidos. O ferro dos meteoritos contém altos teores de níquel e cobalto, acima de 5%.
Os pesquisadores encontraram essa composição em todos os 18 objetos analisados. Os fragmentos se originaram de meteoritos metálicos que caíram milhares de anos antes de seu uso.
Não há dúvidas sobre a origem celestial dos objetos descobertos.
Os dados reforçam que os antigos europeus coletavam fragmentos de meteoritos logo após sua queda. Em seguida, os integravam aos costumes e práticas sociais.
A coleta não era aleatória. Exigia conhecimento visual, técnica apurada e manejo cuidadoso do material, o que reforça o grau de sofisticação da época.
Distribuição geográfica sugere rede de trocas e influência cultural
Outro aspecto importante do estudo é a ampla distribuição dos artefatos. Pesquisadores encontraram a maioria na Europa Central, mas também registraram descobertas semelhantes no Oriente Médio e no Norte da África.
Isso sugere que existia uma rede de trocas ou intercâmbio cultural entre os povos, mesmo em períodos tão distantes no tempo.
O ferro meteórico pode ter viajado centenas de quilômetros até chegar a comunidades mais afastadas. Seu valor simbólico transcendeu fronteiras geográficas.
Essas peças eram, provavelmente, oferecidas a líderes tribais ou usadas em rituais. O “metal dos céus” fortalecia crenças espirituais e justificava a criação de práticas religiosas.
As joias e armas feitas com ferro do espaço simbolizavam a união entre céu e Terra. Isso reforçava a autoridade de sacerdotes e guerreiros em suas comunidades.
Estudo reforça importância do cruzamento entre arqueologia e ciência moderna
O estudo mostra, portanto, como a ciência moderna pode, além de tudo, ajudar a recontar partes esquecidas da história humana. Técnicas como espectrometria de massa e fluorescência de raios-X, por exemplo, foram essenciais nesse processo.
Com isso, essas ferramentas permitiram identificar, com grande precisão, a origem dos materiais. Antes, no entanto, alguns arqueólogos pensavam que os objetos representavam, de certo modo, uma evolução prematura da metalurgia.
Agora, por causa dos novos dados, ficou claro que o segredo, na verdade, vinha do céu. Assim, a confirmação científica coloca os meteoritos, definitivamente, como protagonistas na história da tecnologia antiga.
Desse modo, a descoberta reforça, inclusive, a importância da colaboração entre arqueologia, ciência dos materiais e astronomia. Ela permite, nesse contexto, reconstruir rotas comerciais, tradições e habilidades técnicas.