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Jetour, divisão off-road da Chery, deve anunciar fábrica no Ceará e produzir SUVs 4×4 para competir com a linha Tank da GWM no Brasil

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 10/11/2025 às 14:57
Jetour terá fábrica no Ceará para produzir SUVs 4x4, lançar o Jetour T1 e competir com a linha Tank da GWM no mercado brasileiro.
Jetour terá fábrica no Ceará para produzir SUVs 4×4, lançar o Jetour T1 e competir com a linha Tank da GWM no mercado brasileiro.
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A Jetour, divisão de SUVs off-road da Chery, prepara fábrica no Ceará para montar SUVs 4×4 como o Jetour T1 e entrar na disputa direta com a linha Tank da GWM no Brasil.

A Jetour, divisão de SUVs off-road da Chery, se prepara para estruturar produção no Ceará com foco em modelos 4×4, posicionando a marca como novo player no segmento de utilitários esportivos robustos e tecnicamente mais voltados ao uso fora de estrada, em um mercado hoje pressionado pela presença da linha Tank da GWM no Brasil. Com a instalação planejada para o município de Horizonte e operação inicial em regime SKD, a Jetour deve combinar montagem local com importação de componentes, abrindo caminho para maior nacionalização à medida que o volume e a demanda justificarem investimentos adicionais.

Em paralelo, o movimento da Jetour ocorre em um contexto de expansão acelerada de fabricantes chinesas no país, com plantas compartilhadas, plataformas elétricas e híbridas e foco em SUVs de médio e grande porte. A mesma unidade de Horizonte está indicada para nacionalizar o Chevrolet Spark EUV, o que cria um polo automotivo emergente no Ceará e consolida o estado como porta de entrada logística para projetos voltados ao mercado brasileiro e, potencialmente, ao abastecimento de outros países da América Latina em uma segunda etapa de desenvolvimento industrial.

Jetour como divisão off-road da Chery e posicionamento no Brasil

Jetour terá fábrica no Ceará para produzir SUVs 4x4, lançar o Jetour T1 e competir com a linha Tank da GWM no mercado brasileiro.

A Jetour nasce dentro do guarda-chuva da Chery com uma proposta clara: atuar como marca de SUVs mais “raiz”, com foco em modelos 4×2 e 4×4 de porte médio e grande, aptos a enfrentar condições de uso mais severas que um utilitário urbano convencional.

Ao trazer a Jetour para o Brasil com estrutura fabril no Ceará, a Chery sinaliza que não pretende atuar apenas no segmento de crossovers urbanos, mas disputar espaço direto no nicho de off-road de imagem forte, hoje ocupado por produtos de outras marcas chinesas e tradicionais montadoras globais.

O lançamento oficial da Jetour no país está previsto para evento em São Paulo, onde serão detalhados os primeiros modelos, o cronograma de introdução e a estratégia comercial.

Ainda que a confirmação formal da montagem local seja aguardada para anúncios posteriores, a escolha de Horizonte como base produtiva indica um plano de longo prazo mais amplo do que apenas a importação de veículos prontos, especialmente em um cenário de câmbio volátil e necessidade de maior conteúdo local para ganhar competitividade.

Fábrica em Horizonte e operação em sistema SKD

Jetour terá fábrica no Ceará para produzir SUVs 4x4, lançar o Jetour T1 e competir com a linha Tank da GWM no mercado brasileiro.

A instalação da Jetour em Horizonte deve seguir o modelo SKD, em que os veículos chegam semidesmontados da China e são finalizados na linha local.

Esse formato permite acelerar o início da produção, reduzir custos logísticos em relação à importação completamente montada e preparar gradualmente o terreno para uma possível nacionalização de componentes, caso o volume e a política industrial favoreçam essa evolução.

O fato de a mesma planta estar vinculada à nacionalização de um modelo elétrico como o Spark EUV reforça o papel do Ceará como base de montagem flexível, capaz de receber diferentes projetos sob demanda.

Para a Jetour, o sistema SKD oferece a vantagem de introduzir rapidamente sua gama de SUVs 4×4 no Brasil, enquanto avalia a resposta do mercado, ajusta portfólio e calibra investimentos futuros em ferramentaria, fornecedores regionais e linhas de produção mais integradas à cadeia local.

Portfólio de SUVs Jetour cotados para o mercado brasileiro

Entre os modelos mencionados no radar da Jetour para o Brasil, aparecem diferentes patamares de tamanho e configuração.

O Jetour G700 é o topo de linha, um SUV de grande porte com cerca de 5,2 metros de comprimento e quase 2,9 metros de entre eixos, pensado para entregar espaço volumoso e imagem de alto prestígio.

Esse perfil o coloca próximo de utilitários maiores, numa faixa em que a marca poderia disputar consumidores que hoje olham para modelos como o Haval H9, posicionado com motor a diesel em outras frentes do mercado.

Abaixo dele, ganham destaque os SUVs Jetour T1 e T2, cotados como opções mais prováveis para uma primeira fase de atuação no país.

O T1, com aproximadamente 4,7 metros de comprimento e 2,8 metros de entre eixos, tem proporções adequadas ao gosto do consumidor brasileiro de SUVs médios.

O T2, ligeiramente maior, alcança cerca de 4,78 metros, permitindo espaço interno mais generoso e visual ainda mais robusto.

Em ambos, a combinação de motores 1.5 e 2.0 turbo cria diferentes patamares de desempenho, com foco em torque para uso em estrada e trilhas leves.

Destaque para o Jetour T2 i-DM e a estratégia de eletrificação

Um dos modelos tecnicamente mais relevantes da gama é o Jetour T2 i-DM, híbrido plug-in que combina um motor 1.5 turbo a gasolina de 156 cv com uma transmissão automática dedicada e um sistema elétrico de dois motores, totalizando cerca de 165 kW de potência combinada, equivalente a aproximadamente 225 cv, e torque de 390 Nm.

Esse conjunto coloca o T2 i-DM em um patamar de desempenho competitivo, ao mesmo tempo em que alinha a Jetour à tendência de eletrificação progressiva no segmento de SUVs médios.

A presença de um híbrido plug-in com três motores evidencia que a estratégia da Jetour não se limita ao uso off-road tradicional, mas inclui soluções de eficiência energética e autonomia ampliada em ciclo misto.

No contexto brasileiro, um produto com essa arquitetura poderia atender tanto quem busca condução cotidiana com menor consumo quanto o público interessado em incursões fora de estrada, aproveitando o torque imediato dos motores elétricos em situações de baixa velocidade e terrenos mais exigentes.

Jetour T1 como provável porta de entrada para o Brasil

Na discussão sobre qual modelo deve estrear a operação comercial e, eventualmente, a montagem em SKD no Ceará, o Jetour T1 surge como candidato natural.

Em sua configuração 1.5 turbo, o modelo oferece cerca de 135 cv de potência e 290 Nm de torque, com câmbio DCT de 7 marchas e tração 4×2, formato adequado para uso urbano e rodoviário em pavimento regular.

Já a versão 2.0 turbo eleva o patamar, com cerca de 187 cv, 390 Nm de torque, câmbio automático de 8 marchas e tração 4×4, aproximando o T1 de um perfil mais genuinamente off-road.

Essa possibilidade de oferecer o mesmo modelo em configurações 4×2 e 4×4 cria uma escada de produtos interessante para a Jetour no Brasil, permitindo preços diferentes e públicos distintos dentro de um mesmo projeto de carroceria.

Do ponto de vista fabril, trabalhar com um produto modular nesse sentido pode simplificar a operação em Horizonte, concentrando esforços em um modelo principal enquanto se expande gradualmente o portfólio.

Concorrência direta com a linha Tank da GWM

A filosofia da Jetour dentro da Chery guarda paralelos claros com a marca Tank dentro do ecossistema da GWM. Ambas atuam como divisões focadas em SUVs robustos, com vocação fora de estrada, motores potentes e, em alguns casos, soluções híbridas avançadas.

No Brasil, isso significa que a entrada da Jetour com produção no Ceará tende a criar uma disputa direta com o Tank 300 e outros modelos 4×4 da concorrente chinesa, especialmente nas faixas de preço e tamanho em que o consumidor busca combinação de conforto, tecnologia e desempenho em trilhas.

O Tank 300, por exemplo, é um híbrido plug-in importado com comprimento em torno de 4,76 metros e potência próxima de 394 cv, o que mostra como a concorrência opera em níveis de desempenho elevados.

Ao alinhar o Jetour T2 i-DM e versões mais fortes do T1 a esse cenário, a Jetour tenta posicionar seus SUVs como alternativas de proposta semelhante, porém produzidas ou montadas em território nacional, argumento que pode ganhar peso em temas como disponibilidade, prazos de entrega e estrutura de pós-venda.

Papel do Ceará na estratégia automotiva chinesa no Brasil

A escolha do Ceará como base de operação para a Jetour reforça o movimento de descentralização da indústria automotiva, historicamente concentrada em estados do Sudeste e Sul.

Ao instalar uma estrutura em Horizonte, os projetos ligados à Jetour e a outros modelos montados na região aproveitam vantagens logísticas de proximidade com portos, acesso a rotas internacionais e possibilidade de atender tanto o Norte e Nordeste quanto mercados externos pela via marítima.

Para a economia local, a presença de uma marca como a Jetour tende a gerar efeitos em cadeia, indo além da montagem de veículos.

Fornecedores de peças, empresas de logística, serviços de engenharia e mão de obra especializada podem ser gradualmente atraídos para o entorno da planta.

Mesmo em uma fase inicial operando em SKD, o simples fato de a Jetour planejar produção no Ceará sinaliza novas oportunidades de qualificação profissional e de diversificação da base industrial do estado.

O que observar nos próximos anúncios da Jetour

Os próximos passos da Jetour devem esclarecer pontos cruciais para o entendimento completo da operação.

Entre eles, estão a confirmação oficial do início da montagem em Horizonte, a definição do mix de modelos e versões que serão oferecidos ao público brasileiro e o calendário de avanço da operação de SKD para níveis maiores de nacionalização.

Outro aspecto importante será a estratégia de preços e posicionamento face a rivais diretas, como a linha Tank da GWM e outros SUVs médios e grandes com foco em robustez e tecnologia.

Também será relevante acompanhar como a Jetour pretende estruturar rede de concessionárias, assistência técnica e oferta de peças, já que a percepção de confiabilidade de um novo fabricante passa, em grande medida, pela experiência de pós-venda.

No caso de modelos híbridos plug-in como o T2 i-DM, a clareza em relação à garantia de componentes elétricos, disponibilidade de manutenção e atualizações de software será um diferencial competitivo adicional no segmento.

Jetour muda o jogo no off-road com produção no Ceará?

A decisão da Jetour de preparar produção de SUVs 4×4 no Ceará insere mais um competidor de peso na disputa pelo segmento off-road e pelos consumidores que buscam utilitários esportivos de porte médio e grande com vocação real fora de estrada.

A combinação entre operação em sistema SKD, portfólio com modelos como T1, T2 e G700 e a presença de opções híbridas plug-in coloca a marca em sintonia com as principais tendências técnicas do mercado e amplia a densidade da concorrência com a linha Tank da GWM e outros rivais já estabelecidos.

Do ponto de vista industrial e regional, a chegada da Jetour reforça o papel do Nordeste na nova geografia da indústria automotiva ligada às montadoras chinesas, ao mesmo tempo em que oferece ao consumidor brasileiro mais alternativas de produtos com foco em robustez, tecnologia e diferentes níveis de eletrificação.

Diante desse cenário, fica a pergunta para você que acompanha o setor: a entrada da Jetour com fábrica no Ceará tem potencial para mudar sua percepção sobre SUVs off-road chineses no Brasil ou você ainda vê mais riscos do que oportunidades nessa nova concorrente da linha Tank da GWM?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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