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JBS é a maior processadora de carne do planeta e domina a produção bovina, de frango e é a segunda maior em suínos, com presença global em mais de 20 países

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 05/10/2025 às 14:20
JBS é a maior processadora de carne do planeta e investe em carne de laboratório no Brasil com seu Biotech Innovation Center, além de tentar listagem na Bolsa de Nova York
JBS é a maior processadora de carne do planeta e investe em carne de laboratório no Brasil com seu Biotech Innovation Center, além de tentar listagem na Bolsa de Nova York
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Com presença em mais de 20 países, a maior processadora de carne do planeta lidera bovinos e frango e é a segunda em suínos, apoiada por aquisições, marcas fortes e escala global

A maior processadora de carne do planeta nasceu como um pequeno açougue em Anápolis (GO) e se transformou em um grupo que emprega mais de 280 mil pessoas e abastece mercados nos cinco continentes. Líder em carne bovina e de frango, e segunda em suínos, a JBS combina estratégia de aquisições, portfólio multiproteína e marcas populares para sustentar sua hegemonia.

Em 2024, a empresa reportou R$ 417 bilhões de receita líquida, consolidando o status de gigante do agronegócio brasileiro. A expansão segue ativa: operações em mais de 20 países, investimentos em novas plantas e um braço de inovação em biotecnologia voltado à proteína cultivada mostram a aposta em escala e tecnologia — ao mesmo tempo em que controversas ambientais e de governança mantêm a companhia sob holofotes.

Quem é a JBS e onde ela atua

JBS é a maior processadora de carne do planeta e domina a produção bovina, de frango e é a segunda maior em suínos, com presença global em mais de 20 países

A trajetória começa em 1953, com a Casa de Carnes Mineira, de José Batista Sobrinho, e evolui para um conglomerado multiproteína com atuação global.

Hoje, a maior processadora de carne do planeta opera unidades na América, Europa, Oceania e Ásia, conectando fazendas, frigoríficos e centros de distribuição a redes varejistas e food service.

Esse alcance se apoia em uma estrutura descentralizada por países e proteínas, o que melhora a alocação de capital e dilui riscos regionais.

O resultado é uma capacidade rara de reagir a ciclos de preço do gado, do frango e do suíno, redirecionando volumes para mercados com melhor rentabilidade.

Como a JBS virou líder global

O salto de escala veio com aquisições estratégicas dentro e fora do Brasil. No exterior, a compra da Pilgrim’s Pride (EUA) e da Tasman Group (Austrália) ampliou a participação em aves e bovinos.

No país, a Seara (2013) consolidou a presença em aves, suínos e processados, dando músculo à estratégia multiproteína.

Essa expansão inorgânica foi combinada com ganhos operacionais: padronização de processos, logística internacional e contratos com grandes redes, que garantem previsibilidade de demanda.

Em termos de volume e receita, a empresa assumiu a dianteira do setor, mantendo-se como referência para concorrentes globais.

Portfólio e marcas: do in natura ao valor agregado

A JBS atua em bovina, aves, suína e ovina, além de processados e alimentos prontos. No Brasil, marcas como Friboi, Seara e Swift ancoram a presença no varejo e no digital.

O mix evoluiu de cortes in natura para itens de maior valor agregado, estratégia que reduz volatilidade e melhora margens.

Para clientes industriais e food service, a escala global permite padronização de especificações, rastreabilidade e oferta contínua, um diferencial para grandes cadeias que exigem regularidade e certificações sanitárias.

Receita, investimentos e presença global

Com R$ 417 bilhões de receita líquida em 2024, a companhia reforçou caixa para ampliar capacidade e modernizar plantas.

Entre os movimentos recentes, a empresa anunciou a maior planta de bovinos da América Latina em Campo Grande (MS) e um investimento de US$ 70 milhões no Paraguai em frango (2025).

A listagem em Nova York foi planejada para fortalecer a estrutura de capital e acelerar a diversificação, ampliando acesso a investidores internacionais.

Esse avanço financeiro e geográfico consolida a maior processadora de carne do planeta em um patamar de previsibilidade incomum no setor, ainda que sujeita a ciclos de oferta de gado nos EUA e a mudanças tarifárias em mercados-chave.

Sustentabilidade e inovação: metas e frentes tecnológicas

No Biotech Innovation Center (Florianópolis), a empresa pesquisa proteína cultivada e tecnologias de processamento.

Em paralelo, mantém metas de desmatamento zero para fornecedores diretos e indiretos em biomas brasileiros, com uso de rastreabilidade e soluções digitais para monitoramento.

É um campo em disputa: organizações da sociedade civil questionam metas e prazos, enquanto a companhia destaca esforços em cadeia limpa, bem-estar animal e redução de emissões.

A transição para produtos de maior valor agregado e iniciativas de P&D sustentam a tese de longo prazo em inovação.

Comparativos: como a JBS se posiciona frente aos rivais

Em escala global, a Tyson Foods é o principal contraponto, sobretudo na América do Norte.

A JBS supera a rival em receita e cobertura geográfica, após aquisições que incluíram ativos da própria Tyson no Brasil e no México (2014).

Com Cargill, disputa frentes do agronegócio e processamento; com Marfrig e Minerva, mede forças em bovinos na América do Sul; e com a BRF, divide o tabuleiro de aves e suínos no Brasil.

A vantagem competitiva da JBS está na multiproteína e na diversificação geográfica, que amortecem choques de oferta e preço.

O desafio é sustentar margens em ciclos adversos, como o de gado nos EUA, e responder a pressões regulatórias e reputacionais em vários países.

Controvérsias e riscos sob escrutínio

A companhia enfrenta críticas ambientais ligadas ao risco de desmatamento na cadeia de fornecimento, com multas e relatórios de ONGs mantendo a pressão por rastreabilidade plena.

No campo jurídico e regulatório, ações nos EUA e no Brasil trataram de alegações concorrenciais, trabalhistas e de governança, e a empresa fechou acordos em alguns processos.

Esses pontos reforçam a necessidade de transparência e governança reforçada.

Para investidores e parceiros comerciais, o teste é de execução: entregar metas ambientais, aprimorar compliance, auditar fornecedores indiretos e manter comunicação pública consistente sobre avanços e não conformidades.

O que observar nos próximos trimestres

Para quem acompanha a maior processadora de carne do planeta, três vetores devem guiar o curto e médio prazo:

(1) Ciclo pecuário nos EUA e spreads em bovinos; (2) comércio internacional, com tarifas e acordos impactando volumes e preços; (3) ESG e rastreabilidade, especialmente no Norte do Brasil, onde o risco de imagem e de acesso a mercados é mais sensível.

No lado da estratégia, ganhos em valor agregado, execução em P&D e expansão seletiva em geografias com custo competitivo devem blindar margens e manter a liderança frente a Tyson, Cargill, Marfrig, Minerva e BRF.

A JBS ocupa o topo como a maior processadora de carne do planeta, amparada por escala, multiproteína e marcas fortes, e desafiada por ESG, ciclos e regulação. Agora, queremos ouvir quem vive isso no dia a dia: produtores e fornecedores, as exigências de rastreabilidade estão mudando a relação comercial? compradores e varejistas, a entrega e o padrão de qualidade se mantêm estáveis em diferentes países?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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