Já pensou em trabalhar na Espanha? Por lá, jornada é 4h menor que no Brasil e você ainda sai mais cedo no verão; país atraí brasileiros, mas nem tudo são flores

Espanha oferece um estilo de vida atraente, com jornadas de trabalho mais curtas e segurança nas ruas. Descubra como é viver em um dos destinos europeus mais desejados.

Você já pensou em largar tudo e se mudar para um país que valoriza tanto o lazer quanto o trabalho?

Pois é, a Espanha tem atraído cada vez mais brasileiros que buscam melhor qualidade de vida e condições de trabalho diferenciadas.

Porém, há muito mais por trás dessa mudança do que apenas belas praias e clima agradável.

A jornada de trabalho mais curta, com 40 horas semanais, contra as 44 horas do Brasil, é apenas o começo.

Além disso, durante o verão, os trabalhadores desfrutam de horários ainda mais flexíveis, permitindo-lhes sair mais cedo e aproveitar o sol.

Mas será que todo esse cenário realmente compensa os desafios de adaptação e os altos custos com moradia?

Brasileiros na Espanha: equilíbrio entre trabalho e lazer

De acordo com brasileiros que vivem na Espanha, o país tem sido um destino promissor.

Felipe Ormiga, que trabalha com turismo em Madri, destaca que a vida no país trouxe mais equilíbrio entre trabalho e lazer.

No entanto, ele e sua esposa, Renata Pinaffi, também enfrentaram obstáculos iniciais.

Apesar de a Espanha ser receptiva aos estrangeiros legalizados, o mercado de trabalho é rigoroso com quem tenta atuar sem documentos.

A multa para empresas que contratam funcionários irregulares pode chegar a 20 mil euros, o equivalente a mais de 120 mil reais, conforme informou Ormiga ao jornal Estadão.

Mercado de trabalho dinâmico e oportunidades em alta

No entanto, o mercado de trabalho espanhol é dinâmico, especialmente em setores como o turismo e a tecnologia, onde a demanda é constante.

Para os imigrantes legais, a oferta de empregos, principalmente nas áreas de serviços gerais e tecnologia, é ampla, como afirma o casal.

O turismo, em particular, tem sido uma válvula de escape para muitos brasileiros que buscam se inserir no mercado de trabalho espanhol.

Desafios de quem busca uma vida melhor na Espanha

Peterson Bruno, de 26 anos, compartilha uma experiência um pouco diferente.

Ele deixou Goiânia e hoje trabalha como soldador em Burgos, na Espanha, mas com residência em Portugal.

A cada 15 dias, ele cruza a fronteira para evitar problemas com documentação.

Peterson paga 351 euros por um quarto alugado, um valor elevado quando comparado ao custo de vida em Portugal, mas que ele compensa com os baixos preços de outros itens, como a alimentação.

Espanha e Brasil: uma comparação populacional e de mercado

A Espanha tem uma população de 47,6 milhões de habitantes, o que representa 23,4% da população do Brasil.

Essa discrepância populacional reflete-se também no mercado de trabalho, mais enxuto, porém com oportunidades atraentes para quem possui habilidades específicas, como soldadores, caldeiristas e serralheiros, que estão em alta demanda.

Apesar disso, os salários podem não ser tão elevados quanto em outros países da Europa Ocidental.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o salário mínimo espanhol é de cerca de 1.080 euros mensais, o equivalente a 6.548 reais.

Qualidade de vida na Espanha: segurança e educação em destaque

Outro fator que torna a Espanha um destino de destaque é a qualidade de vida.

Bruno menciona que se sente seguro ao andar pelas ruas com o celular à vista, uma tranquilidade difícil de encontrar no Brasil.

Além disso, as escolas públicas no país têm excelente reputação, muitas vezes com pontuações superiores às instituições privadas, o que atrai pais preocupados com a educação de seus filhos.

Histórias de superação e adaptação ao estilo de vida espanhol

Rosemary Moraes, de 58 anos, também viu sua vida mudar após se mudar para a Espanha em 2009.

Ela decidiu ficar no país mesmo após um relacionamento frustrado com um espanhol.

Começou como cuidadora de idosos e, com o tempo, regularizou sua situação.

Hoje, trabalha como gerente comercial em uma agência de imigração, a Espanha Fácil, onde está há oito anos.

Mas nem tudo são flores.

A adaptação às tradições espanholas, como a famosa siesta, pode ser desafiadora para os brasileiros.

“Das duas às cinco da tarde, tudo fecha”, brinca Moraes.

Essa pausa prolongada é uma das marcas registradas do estilo de vida local, permitindo que os trabalhadores descansem no meio do dia.

Outra tradição fortemente enraizada é o mês de agosto, quando muitas empresas fecham para férias.

Desafios de moradia e preconceito enfrentados por brasileiros

Os desafios com moradia e o preconceito também são uma realidade.

Moraes comenta que o estigma contra brasileiros ainda existe.

“Infelizmente, eles acham que toda brasileira é prostituta e todo homem é jogador de futebol”, revelou ao jornal Estadão.

Contudo, o transporte público eficiente e a infraestrutura robusta compensam esses problemas, tornando a locomoção no país muito mais acessível.

Custo de vida: vale a pena?

Ao considerar uma mudança para a Espanha, o custo de vida é um fator decisivo.

Embora os salários não sejam dos mais altos da Europa, o poder de compra é relativamente bom, especialmente para itens como alimentação e transporte.

O grande vilão, segundo os brasileiros, é o aluguel, que tende a ser caro em toda a Europa.

No entanto, quem consegue equilibrar esse custo com os salários disponíveis pode viver de forma tranquila e confortável, como destaca Pinaffi.

Vale a pena deixar o Brasil e tentar a vida na Espanha?

A questão que permanece é: com tantas vantagens e desafios, será que vale a pena para os brasileiros abandonar o Brasil e tentar a vida na Espanha?

O sonho de uma jornada de trabalho mais curta, maior qualidade de vida e um ambiente de trabalho mais flexível compensa os obstáculos encontrados no caminho? Deixe sua opinião nos comentários! Até a próxima!