Itaipu anuncia implantação de usina solar flutuante no Paraguai. O projeto inovador reforça a integração entre energia solar e hidrelétrica!
A Itaipu Binacional deu um passo significativo na diversificação de sua matriz energética ao autorizar a implantação de uma usina solar flutuante em seu reservatório. O projeto, assinado na última quinta-feira (13) pelos diretores-gerais da companhia, Enio Verri (Brasil) e Justo Zacarias Irún (Paraguai), visa avaliar o potencial da energia solar integrada à geração hidrelétrica.
Detalhes da usina solar flutuante
A usina solar será instalada no lado paraguaio do reservatório da Itaipu, ocupando uma área entre 7 e 10 mil metros quadrados.
Com aproximadamente 2.000 painéis fotovoltaicos, a estrutura terá capacidade de geração de 1 MWp (Megawatt-pico), o suficiente para abastecer cerca de 650 residências.
O projeto será concluído em 150 dias, seguido por mais 180 dias de assistência técnica, treinamento e monitoramento.
O investimento total na usina solar será de US$ 854,5 mil, financiado por um consórcio formado pelas empresas Sunlution (Brasil) e Luxacril (Paraguai).
A proposta vencedora do processo licitatório apresentou um desconto de 11,72% em relação ao valor inicialmente previsto, reforçando a viabilidade econômica da iniciativa.
Integração hidrelétrica e solar: uma solução sustentável
A iniciativa da Itaipu traz vantagens significativas ao utilizar espaços já existentes, evitando desmatamento e ocupação de novas áreas terrestres.
Além disso, a instalação dos painéis solares sobre a superfície da água ajuda a reduzir a evaporação, manter a qualidade do ecossistema aquático e diminuir a proliferação de algas.
Segundo Enio Verri, a adoção dessa tecnologia faz parte da transição energética, buscando maximizar o aproveitamento das infraestruturas existentes.
“O Brasil é o maior produtor de energia hidrelétrica do mundo e, agora, estamos integrando essa estrutura com a geração solar. Em pouco tempo, essa tecnologia poderá estar disponível para toda a sociedade”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu.
O monitoramento dos impactos ambientais será um dos focos do projeto, conforme destacado pelo engenheiro Márcio Massakiti, da assessoria brasileira da Itaipu.
“Sabemos que a usina solar flutuante pode contribuir para a preservação dos recursos hídricos e reduzir as emissões de carbono. Agora, teremos dados concretos para validar esses benefícios e apoiar futuras expansões”, explicou.
Perspectivas para a expansão da energia solar flutuante
Estudos indicam que a utilização de apenas 10% da superfície do reservatório da Itaipu poderia gerar até 14.000 MWp, o que equivale à capacidade total da usina hidrelétrica.
Isso abre caminho para a ampliação da geração de energia solar flutuante, transformando a região em um polo de inovação no setor elétrico.
O projeto da Itaipu pode se tornar um modelo para outras usinas hidrelétricas na América Latina, incentivando a integração de diferentes fontes renováveis.
Além disso, ao otimizar a infraestrutura já existente, a iniciativa contribui para a redução de impactos ambientais e o fortalecimento da segurança energética da região.
Com a crescente demanda por energia limpa e a necessidade de reduzir as emissões de carbono, projetos como esse reforçam o papel de Itaipu como líder em sustentabilidade e inovação.
Se bem-sucedido, esse modelo híbrido de geração elétrica pode revolucionar o setor energético, consolidando a integração entre energia hidrelétrica e solar como uma solução viável para o futuro.