Nova análise indica que Israel pode possuir até 300 ogivas nucleares, triplicando estimativas anteriores e elevando o risco de uma corrida armamentista no Oriente Médio.
Enquanto o Oriente Médio mergulha em uma escalada militar entre Israel e Irã, um dado chama a atenção: Israel pode ter até 300 armas nucleares — três vezes mais que o número amplamente aceito até agora.
Número de ogivas é muito maior que se pensava
O número mais aceito por analistas e governos era de cerca de 90 ogivas nucleares.
No entanto, uma nova análise com base em dados de código aberto indica que Israel pode possuir entre 200 e 300 ogivas.
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Essa estimativa vem da análise do estoque de plutônio de Israel, imagens de satélite da instalação nuclear de Dimona e da capacidade produtiva do país.
Desde o final dos anos 1960, Israel pode ter acumulado entre 750 e 1.110 quilos de plutônio separado.
Com essa quantidade, seria possível construir de 187 a 277 ogivas nucleares, dependendo do tipo e do tamanho da arma. Especialistas apontam que o número real pode estar mais próximo do teto da estimativa.
Ambiguidade nuclear e ataques preventivos
Israel nunca reconheceu oficialmente ter armas nucleares. Também não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Em vez disso, mantém sua política de “ambiguidade nuclear”, recusando-se a confirmar ou negar.
Mesmo assim, Israel mantém um padrão de ações preventivas contra possíveis ameaças nucleares na região.
Foi assim com o ataque ao reator do Iraque em 1981, ao da Síria em 2007 e, mais recentemente, com o Irã.
No dia 13 de junho de 2025, Israel lançou a Operação Leão Ascendente, um ataque aéreo e com mísseis contra instalações nucleares iranianas.
O objetivo declarado foi impedir o avanço do programa atômico do Irã.
Apoio dos EUA e tensão crescente
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou a operação como necessária para evitar “um segundo Holocausto”. Já o ex-presidente americano Donald Trump apoiou abertamente a ação.
Trump declarou que o Irã está a apenas “semanas” de produzir uma bomba nuclear. Ele ainda alertou que a região corre risco de uma guerra nuclear se o Irã não for detido.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã já tem urânio enriquecido suficiente para construir até nove armas nucleares em um mês.
O governo iraniano nega que busque armas atômicas, mas a confiança internacional em suas intenções pacíficas vem caindo.
Resposta do Irã e início de confronto direto
Após os bombardeios israelenses, o Irã respondeu com uma série de mísseis e drones contra Tel Aviv e Haifa.
Muitos foram interceptados pelos sistemas de defesa de Israel, mas alguns atingiram alvos civis e militares, aumentando ainda mais a tensão.
Esse cenário torna o arsenal nuclear de Israel ainda mais relevante, especialmente diante da possibilidade de novos confrontos.
Tríade nuclear: terra, ar e mar
Analistas afirmam que Israel possui agora uma tríade nuclear completa — ou seja, a capacidade de lançar ogivas por terra, ar e mar. Isso aumenta significativamente o poder de dissuasão do país.
No ar, caças F-15, F-16 e F-35 foram adaptados para transportar bombas nucleares. Esses aviões permitem ataques rápidos e flexíveis contra alvos regionais e distantes.
Em terra, os mísseis balísticos Jericho III compõem a base do arsenal. Eles têm alcance de até 6.500 km, suficiente para atingir alvos em várias partes do mundo.
No mar, submarinos da classe Dolphin operam armados com mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares. Fabricados na Alemanha, esses submarinos patrulham o Mediterrâneo e, segundo relatos, também podem operar no Mar Arábico.
Opção Sansão e capacidade de segundo ataque
A existência da tríade garante que Israel mantenha a chamada “capacidade de segundo ataque”. Isso significa que, mesmo que o país sofra um ataque nuclear e perca parte de suas bases, ainda conseguiria retaliar com força total.
Essa política é conhecida como “Opção Sansão” e está baseada na lógica de que, se Israel for destruído, retaliará de forma devastadora. O objetivo é dissuadir qualquer tentativa de ataque nuclear contra o país.
História secreta do programa nuclear
O programa nuclear israelense teve início nos anos 1950, com ajuda da França.
O reator de Dimona começou a operar no fim da década de 1960. Os EUA descobriram o projeto nos anos 1960, mas não impediram o avanço.
Em 1969, um acordo secreto entre o presidente Richard Nixon e a então primeira-ministra Golda Meir selou o entendimento: Israel manteria seu arsenal oculto, desde que não realizasse testes nem anunciasse sua existência.
A primeira revelação pública veio em 1986, quando o técnico Mordechai Vanunu divulgou fotos e informações para a imprensa. Ele afirmou que Israel poderia fabricar até 12 bombas por ano. A estimativa atual coincide com esse número.
Preocupações com nova corrida armamentista
Hoje, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI), existem mais de 12 mil armas nucleares no mundo.
A maioria está nas mãos de grandes potências. No Oriente Médio, apenas Israel possui um arsenal funcional.
O avanço do Irã pode levar outros países da região, como Arábia Saudita, Turquia e Egito, a buscar suas próprias bombas. Isso abriria caminho para uma corrida armamentista regional, com efeitos imprevisíveis.
Diplomacia ou confronto
Alguns especialistas e líderes internacionais alertam que ataques não resolverão o problema.
O jornal britânico The Guardian escreveu em editorial: “Não se pode escapar do perigo nuclear bombardeando”.
O apelo é por diplomacia urgente, com negociações firmes e verificações independentes. Mas, por enquanto, a realidade no campo militar fala mais alto. Israel e Irã se preparam para novos embates.
Com informações de interestingengineering.