Formação rara dentro da Caverna Temimina cria ducha natural impressionante. Trilha desafiadora, jardim suspenso e paisagens únicas atraem aventureiros ao Petar
No coração da Mata Atlântica de São Paulo, uma caverna esconde um espetáculo da natureza: um chuveiro natural de cerca de 10 metros de altura.
Localizado na Caverna Temimina, dentro do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), o fenômeno atrai aventureiros dispostos a enfrentar uma trilha difícil para ver de perto a queda-d’água formada dentro da rocha.
Caminho exigente até o núcleo Caboclos
O acesso ao chuveiro natural exige preparo. São 10 quilômetros de estrada até o início da trilha, seguido de mais 4,5 quilômetros a pé, no meio da floresta.
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A trilha é considerada difícil, com trechos escorregadios e áreas onde é preciso se apoiar em raízes para continuar o caminho.
A jornada completa leva cerca de oito horas, contando ida e volta. O esforço, no entanto, é compensado pela paisagem.
Segundo Alex Sandro Rodrigues, guia com mais de 20 anos de experiência no Petar, a visão do chuveiro ainda o surpreende. “É algo surreal, que mistura beleza e a força da água”, descreveu.
A formação do chuveiro dentro da caverna
O chuveiro natural da Caverna Temimina é resultado de um processo geológico raro. A água esculpe a rocha, criando passagens entre as pedras até encontrar a chamada zona vadosa, onde há espaço livre dentro da caverna. É nesse ponto que a água despenca do teto, formando a ducha que impressiona visitantes.
De acordo com a gestora do Petar pela Fundação Florestal, Juliana Conrado, a formação é um espeleotema — estrutura criada pela cristalização de minerais dissolvidos na água.
A caverna também possui uma área com dolinamento, ou seja, desabamento do teto, permitindo entrada de luz e a formação de um jardim suspenso no interior.
A experiência nas redes e o impacto no turismo
O casal César Akio Uehara Wataya e Josiane Ledis Wataya percorreu a trilha e registrou tudo nas redes sociais.
O conteúdo teve grande repercussão: mais de 3 milhões de visualizações. A publicação aumentou o interesse do público, e a trilha passou a receber mais visitantes.
César contou que, durante a caminhada, encontrou pegadas de onça e de anta. “Tem algumas partes que é preciso descer segurando em raízes de árvores, mas nada impossível”, lembrou. Eles acamparam no parque e consideraram a visita uma recompensa pelas dificuldades.
Segundo Alex, a média mensal de visitantes no local gira entre 60 e 70 pessoas, mas a popularização nas redes aumentou a curiosidade. “Muita gente foi lá para conhecer esse local e vale muito a pena”, disse César.
A visita é possível, mas o banho está proibido
Mesmo com aparência convidativa, o banho na ducha natural da caverna é proibido. A restrição existe para preservar a formação rochosa e garantir a segurança dos visitantes.
A informação foi confirmada por Juliana Conrado, da Fundação Florestal.
O ingresso para visitar o parque custa R$19 e pode ser adquirido pela internet. Apesar de estar dentro do estado de São Paulo, o local ainda é desconhecido para muitos moradores. “Foi um impacto bem interessante”, comentou César, sobre a reação do público ao descobrir o lugar.
Uma joia escondida na Mata Atlântica
Com sua trilha desafiadora e beleza impressionante, o chuveiro natural da Caverna Temimina se tornou um dos destaques do Petar.
A combinação de floresta, caverna, luz natural e uma queda d’água rara forma um cenário único, preservado em meio à Mata Atlântica do interior paulista.
Com informações de G1.