Em 2023, o comércio entre China e América Latina atingiu US$ 480 bilhões, com o Brasil como principal parceiro, destacando-se em exportações de soja e outros produtos.
Em 2023, o intercâmbio comercial entre a China e os países da América Latina atingiu um marco histórico, ultrapassando os US$ 480 bilhões, conforme estimativas baseadas em dados da Administração Aduaneira da República Popular da China (AGA).
Esse valor contrasta significativamente com os cerca de US$ 14 bilhões registrados em 2000, conforme a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). No ano em que comemoramos 50 anos de relações comerciais com o país asiático, o Brasil se destaca como o principal parceiro comercial da China na América Latina.
Comércio entre Brasil e China em 2023
Em 2023, o comércio bilateral entre Brasil e China totalizou US$ 181 bilhões, dos quais US$ 122 bilhões representaram as exportações brasileiras, resultando em um superávit comercial de US$ 63 bilhões.
-
Sérgio Sacani fala sobre aprovação do Ibama à Petrobras e alerta: Sem novas descobertas, gasolina pode chegar a R$ 20 — a Margem Equatorial pode salvar o Brasil do apagão energético
-
Dólar despenca na Argentina após suposta intervenção dos EUA: entenda o que está por trás da queda
-
Importação de carne da Argentina divide setor nos EUA: governo busca reduzir inflação, criadores temem prejuízo
-
Neymar mira o Nordeste brasileiro e lidera megaprojeto para criar paraíso de luxo com 28 empreendimentos ao longo de 100 km de praia, com previsão de retorno bilionário
Essa relação comercial está em constante ascensão, evidenciando um cenário de oportunidades e progresso mútuo, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) referentes ao primeiro trimestre de 2024.
As importações brasileiras da China cresceram em média 12,7%, atingindo a marca de US$ 14 bilhões, enquanto as exportações para o país asiático também aumentaram, totalizando US$ 23 bilhões, representando um aumento médio de 9,8%. Esses números refletem um aumento nas transações comerciais e um equilíbrio favorável para o Brasil, com um superávit de 5,5% em relação à China.
Principais Produtos Exportados pelo Brasil para a China
A soja lidera as exportações, representando 35,4% das exportações brasileiras para a China. Além do grão dourado, produtos como minério de ferro (20,2%), carne bovina congelada (8,82%) e polpa de celulose (3,36%) também se destacam entre os principais itens exportados, segundo dados do Observatório de Complexidade Econômica (OEC).
A relação comercial entre os dois países continua a crescer, com 15 acordos comerciais bilaterais avaliados em cerca de US$ 10 bilhões (R$ 51 bilhões).
Balança Comercial do Brasil em 2024
Segundo dados da balança comercial divulgados em abril pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, o comércio exterior brasileiro registrou superávit de US$ 19,08 bilhões no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 15,61 bilhões).
O resultado é reflexo de exportações de US$ 78,27 bilhões no trimestre, contra importações de US$ 59,19 bilhões, totalizando US$ 137,47 bilhões de corrente de comércio no período. Em comparação ao primeiro trimestre de 2023, as exportações cresceram 3,2% e a corrente de comércio foi 1,0% maior. Já as importações caíram 1,8%.
Setores em Destaque
No recorte por setores e produtos exportados, o destaque foi para a indústria extrativista, com crescimento de US$ 3,22 bilhões (18,7%) no primeiro trimestre de 2024 em relação a 2023. Nas importações, o destaque foi para a agropecuária, com crescimento de US$ 0,07 bilhões (5,6%).
Em março, apesar do crescimento trimestral, houve recuos em relação a março de 2023. As exportações somaram US$ 28 bilhões em março de 2024, contra US$ 32,83 bilhões no ano passado (queda de 14,8%). Já as importações tiveram queda de 7,1%, totalizando US$ 20,5 bilhões em 2024 contra US$ 22,07 bilhões em 2023.
A corrente de comércio em março de 2024 somou US$ 48,5 bilhões (-11,7%), e o superávit ficou em US$ 7,5 bilhões (-30%).
Previsões para 2024
Segundo a Secex, a estimativa para a balança comercial em 2024 aponta um crescimento de 1,9% na corrente de comércio, alcançando US$ 592 bilhões.
Também houve aumento na expectativa em relação às importações, cuja previsão agora é de US$ 259 bilhões (7,6%). Já as expectativas para as exportações recuaram 2,1%, estando agora em US$ 333 bilhões. A redução nas expectativas de exportações, junto com o possível aumento das importações, diminuiu a previsão de saldo comercial para este ano, que agora está em US$ 74 bilhões.
Por outro lado, a queda dos preços das mercadorias exportadas acelerou no mês de março, contribuindo para a perspectiva de diminuição do valor previsto para as vendas externas. Além disso, a demanda mundial apresenta lento crescimento e há menor disponibilidade interna de bens agrícolas para exportação.
O Que a China Mais Compra do Brasil?
A China é a principal compradora de diversos produtos brasileiros, com destaque para a soja, minério de ferro, carne bovina congelada e polpa de celulose.
A soja é o principal item, representando 35,4% das exportações brasileiras para a China. Este grão é essencial para a produção de ração animal na China, que é o maior produtor mundial de suínos e aves.
Por Que a China Compra Tanto do Brasil?
A China compra tanto do Brasil devido à alta qualidade e competitividade dos produtos brasileiros, além da complementaridade econômica entre os dois países.
O Brasil possui vastas áreas agrícolas e grandes reservas de recursos naturais, o que permite atender à crescente demanda chinesa por alimentos e matérias-primas.
Como é o Comércio entre Brasil e China?
O comércio entre Brasil e China é caracterizado por uma relação de interdependência e complementaridade.
O Brasil exporta principalmente commodities agrícolas e minerais, enquanto a China exporta produtos manufaturados e tecnológicos para o Brasil. Esta relação beneficia ambos os países, proporcionando crescimento econômico e desenvolvimento industrial.
Qual é o País que o Brasil Mais Exporta?
A China é o país que mais compra do Brasil, consolidando-se como o principal destino das exportações brasileiras. A demanda chinesa por commodities brasileiras tem sido um fator crucial para o superávit comercial do Brasil e para a balança comercial positiva entre os dois países.
O Que a China é Dona no Brasil?
A China tem investido significativamente no Brasil, adquirindo participações em diversos setores estratégicos, como energia, infraestrutura e agronegócio. Empresas chinesas possuem ativos importantes no Brasil, incluindo usinas hidrelétricas, linhas de transmissão de energia e grandes áreas agrícolas.
A dependência comercial tem seu risco, assim como a dependência do gás russo vivida pela Europa.
A diversificação dos parceiros comerciais é uma estratégia de suma importância num mundo cuja economia está cada vez mais globalizada e sua geopolítica cada vez mais instável.