Zimbábue viveu hiperinflação tão extrema que precisou imprimir notas de 100 trilhões de dólares, símbolo mundial de uma economia em colapso.
Poucos países na história moderna viveram uma crise inflacionária tão devastadora quanto o Zimbábue. A hiperinflação que atingiu o país africano no final dos anos 2000 ficou marcada por uma cena surreal: a emissão de notas de 100 trilhões de dólares zimbabuanos, um valor impensável que se tornou símbolo de uma economia em colapso.
O episódio chocou o mundo, virou exemplo em manuais de economia e até hoje é lembrado como uma das maiores tragédias financeiras da história recente. Mas o que levou um país inteiro a viver essa situação, e como uma nota com tantos zeros se transformou em relíquia?
O início da hiperinflação
A crise começou a se desenhar no final da década de 1990, quando o Zimbábue enfrentava graves problemas políticos e sociais. O governo de Robert Mugabe adotou uma série de medidas que geraram instabilidade:
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- A reforma agrária forçada, que confiscou fazendas de produtores brancos sem planejamento, derrubou a produção agrícola e causou fuga de capitais.
- A queda nas exportações, especialmente de tabaco, reduziu drasticamente a entrada de divisas estrangeiras.
- A guerra no Congo, financiada pelo governo zimbabuano, aumentou os gastos públicos.
Para cobrir o déficit, o Banco Central passou a imprimir moeda em ritmo acelerado, corroendo rapidamente o poder de compra da população.
A escalada dos preços com a nota de 100 trilhões de dólares zimbabuanos
Entre 2007 e 2008, os preços passaram a subir em ritmo alucinante. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que, em novembro de 2008, a inflação mensal atingiu a marca de 79,6 bilhões por cento. Isso significa que, em média, os preços dobravam a cada 24 horas.
Na prática:
- Um pão que custava 2 bilhões de dólares zimbabuanos de manhã podia custar 4 bilhões no final do dia.
- Trabalhadores recebiam seus salários e corriam ao mercado, porque no dia seguinte o dinheiro já não comprava mais nada.
- As pessoas começaram a usar carrinhos de mão cheios de cédulas para fazer compras básicas.
A nota de 100 trilhões de dólares
Diante do caos, o Reserve Bank of Zimbabwe lançou sucessivas notas com valores cada vez mais altos: primeiro milhões, depois bilhões, até chegar ao pico de 100 trilhões de dólares zimbabuanos em 2008.
Essa cédula, considerada a de maior denominação já emitida na história mundial, valia na prática apenas alguns dólares americanos no câmbio paralelo. Ou seja, mesmo com tantos zeros, não tinha poder real de compra.
A nota virou símbolo internacional da hiperinflação. Hoje, circula apenas como item de colecionador, vendida em sites como eBay por valores entre US$ 50 e US$ 200 — ironicamente, mais do que ela comprava quando estava em circulação.
O colapso da moeda
A situação ficou insustentável. Em 2009, o Zimbábue simplesmente abandonou sua moeda nacional e autorizou o uso do dólar americano, do rand sul-africano e até de outras moedas estrangeiras no comércio interno.
Isso estabilizou a economia temporariamente, já que os preços passaram a ser cotados em moedas fortes. Mas também deixou o país sem política monetária própria, dependente de divisas externas para funcionar.
As consequências sociais
A hiperinflação não foi apenas um desastre financeiro. Ela trouxe efeitos profundos para a população:
- Escassez de alimentos – com a agricultura desestruturada, supermercados ficaram vazios e a fome se espalhou.
- Colapso dos serviços públicos – hospitais, escolas e transportes foram abandonados pela falta de recursos.
- Emigração em massa – milhões de zimbabuanos fugiram para países vizinhos, como África do Sul e Botsuana, em busca de sobrevivência.
- Perda total da poupança – famílias inteiras viram economias de décadas se evaporarem em semanas.
A hiperinflação destruiu não apenas o dinheiro, mas a confiança na própria estrutura econômica e no governo.
Lições do caso zimbabuano
Economistas do mundo inteiro citam o episódio como exemplo extremo do que pode acontecer quando há:
- Emissão descontrolada de moeda sem lastro,
- Políticas econômicas desorganizadas,
- Perda de credibilidade internacional.
A lição mais clara é que a confiança no valor da moeda é um ativo tão importante quanto qualquer reserva material. Quando ela se perde, nenhum número de zeros impressos consegue resgatar o poder de compra.
O Zimbábue depois da hiperinflação
Após o abandono da moeda nacional, o país viveu anos de relativa estabilidade, mas sem crescimento robusto. Em 2019, o governo tentou reintroduzir o dólar zimbabuano (ZWL), mas o trauma da população com a hiperinflação fez com que muitos continuassem preferindo usar dólares americanos.
Até hoje, a confiança plena nunca foi restaurada. O episódio das notas de 100 trilhões segue como um alerta permanente para autoridades monetárias em todo o mundo.
O Zimbábue entrou para a história ao imprimir a maior nota já vista, mas não como símbolo de riqueza — e sim de colapso econômico. A nota de 100 trilhões de dólares é o retrato de um país que perdeu o controle da própria moeda e mergulhou em uma das mais graves hiperinflações já registradas.
Para os cidadãos, ficou a lembrança amarga de salários sem valor, supermercados vazios e um futuro hipotecado pela má gestão.
E você, leitor: o que faria se o dinheiro que recebe hoje perdesse metade do valor já amanhã? Estaria preparado para viver em um país onde até 100 trilhões não compram nem um pão?
O Brasil nos anos 80 passou praticamente pelas mesmas situações, uma inflamação galopante de 2500 por cento ao ano e o governo era de direita, mas temos que entender que o plano real foi elaborado pelo governo de direita, é interessante manter a estabilidade da moeda para conter a infração.
Engano seu, governo era PSD partido social Democrático, Presidente da época era o Sarney, depois veio o Collor de Melo que com seu governo pegou a poupança de muitos brasileiros. O Brasil só começou a melhorar quando o Collor sofreu o impeachment e Itamar Franco assumiu, deu uma melhorada na economia e fez o plano real bater de frente com o Dólar, mas o nosso atual governo foi contra o plano real, daí depois do Itamar o Fernando Henrique aproveitou as plantações de Itamar Franco e manteve o Brasil crescendo no primeiro governo dele, o Fernando Henrique como de centro, hj descrito como centrão, daí veio o Lula que no primeiro mandando fez um bom governo, o segundo deixou a desejar, colocou a Dilma no lugar e daí sabe o restante da história. Mas o Sarney era do centrão de hj em dia, ficava literalmente em cima do muro pra escolher um lado.
O centrão no Brasil é a proteína que transporta o câncer chamado esquerda no país. Eles vão sempre pro lado que paga ou favorece mais.
A diferença é que à época da super inflação em 80, os governos não desapropriaram terras e nem abandonaram o serviço social. E o governo de centro foi quem roubou as cadernetas de poupança. Já os governos de esquerda estão corroendo o poder de compra da população com taxas e sobretaxas, cerco tributário ao contribuinte sufocando a população, e aumentando de forma bilionária os gastos com a máquina pública.
Graças a Deus vivo no país abençoado e estabilizado. Prefiro não imaginar o pior.
Alta de preços é um veneno criado pela extrema direita
Alta de preços é “criada”? Seu conhecimento em economia deve ser o mesmo do Haddad: zero. Ao menos leia a reportagem completa para entender o que causou essa alta e a inflação desgovernada. Faça um paralelo com nossa política atual e verá que nossa realidade não está tão distante do que ocorreu com o Zimbábue se continuarmos neste caminho atual.