Índia testa míssil capaz de atingir a China em qualquer ponto do território. Agni-5, míssil balístico de longo alcance, eleva tensão entre as duas maiores potências da Ásia em meio a disputas geopolíticas.
A Índia testa míssil capaz de atingir a China e coloca em evidência a crescente corrida armamentista na Ásia. O equipamento, batizado de Agni-5, pode transportar ogivas nucleares e alcançar qualquer ponto do território chinês, segundo informações oficiais divulgadas pelo governo indiano nesta quarta-feira.
O lançamento foi realizado no estado de Odisha, no leste do país, e, de acordo com as autoridades, o teste “validou todos os parâmetros técnicos e operacionais”. O anúncio ocorre em um cenário delicado, marcado por confrontos anteriores na fronteira e por disputas de influência no sul da Ásia.
O que é o míssil Agni-5
O Agni-5 é um míssil balístico de alcance intermediário, capaz de percorrer mais de 5.000 quilômetros. Desenvolvido pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento em Defesa (DRDO), ele pode carregar ogivas nucleares, tornando-se uma peça central na estratégia militar indiana.
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Diferente de versões anteriores da série Agni, o novo modelo foi projetado para ampliar o poder de dissuasão da Índia contra rivais estratégicos como China e Paquistão. O sistema utiliza combustível sólido, o que permite maior mobilidade e rapidez em lançamentos, além de reduzir custos de manutenção.
Por que o teste preocupa a China
Segundo o jornal britânico The Guardian, a realização do disparo acontece em um momento de relações instáveis entre Índia e China. Em 2020, confrontos violentos na fronteira himalaia deixaram mortos de ambos os lados, deteriorando ainda mais a relação bilateral.
Com um alcance que cobre integralmente o território chinês, o míssil envia uma mensagem política clara. O teste é interpretado por analistas como uma forma de reafirmar a autonomia indiana em questões de defesa e de pressionar Pequim em disputas regionais.
Impacto regional e relação com o Paquistão
Além da rivalidade com a China, a Índia mantém tensões históricas com o Paquistão, também potência nuclear. Em maio deste ano, militantes mataram 26 pessoas na Caxemira administrada por Nova Déli, episódio que quase levou os dois países à beira de uma guerra.
O Agni-5, portanto, não se limita a equilibrar forças com Pequim, mas também reforça a posição indiana frente a Islamabad. A presença de três países armados nuclearmente no mesmo eixo geográfico aumenta o risco de escalada militar.
Pressões externas: Estados Unidos e petróleo russo
Enquanto amplia sua capacidade bélica, a Índia enfrenta pressões diplomáticas de Washington. O governo americano exige que Nova Déli reduza a importação de petróleo russo, vital para a economia indiana em meio à guerra na Ucrânia.
Os EUA chegaram a ameaçar dobrar tarifas de importação sobre petróleo indiano de 25% para 50% caso o país não diversifique seus fornecedores. Esse cenário coloca Nova Déli em uma encruzilhada entre preservar sua soberania energética e manter o alinhamento com a aliança Quad, da qual fazem parte Estados Unidos, Japão e Austrália.
Próximos passos diplomáticos
Apesar da demonstração de força militar, Índia e China buscam algum nível de aproximação. O primeiro-ministro Narendra Modi se encontrou recentemente com Xi Jinping em cúpula na Rússia e deve visitar Pequim para a reunião da Organização de Cooperação de Xangai ainda este mês.
Essa diplomacia paralela mostra como Nova Déli tenta equilibrar a dissuasão militar com o diálogo político, numa estratégia de contenção de riscos.
O teste do míssil Agni-5 marca um novo capítulo na disputa de poder entre Índia e China, reforçando a corrida armamentista e pressionando a balança geopolítica asiática. O recado é claro: a Índia quer se posicionar como ator central na segurança regional, mesmo diante de tensões múltiplas.
E você, acha que o novo míssil fortalece a segurança da Índia ou aumenta o risco de instabilidade na Ásia? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto esse cenário.