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Sanções americanas dão efeito contrário: Índia fortalece posição no BRICS, enfrenta ameaça de tarifa de 100% dos EUA e defende comércio multilateral

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 28/09/2025 às 23:20
Sanções dos EUA fortalecem Índia no BRICS, agora com 10 membros. País enfrenta ameaça de tarifa de 100% e defende comércio multilateral.
Sanções dos EUA fortalecem Índia no BRICS, agora com 10 membros. País enfrenta ameaça de tarifa de 100% e defende comércio multilateral.
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Apesar da proximidade histórica com Washington por rivalizar com a China, Índia aproveita sanções de Trump e ganha protagonismo no BRICS em expansão.

A Índia sempre foi vista como um dos países do BRICS com maior proximidade estratégica dos Estados Unidos, especialmente por conta da rivalidade histórica com a China.

Entretanto, as sanções e barreiras impostas pelo presidente norte-americano acabaram gerando o efeito contrário ao esperado: em vez de enfraquecer a influência chinesa, fortaleceram a posição da Índia dentro do grupo econômico.

Foi nesse contexto que Nova Délhi aproveitou a reunião de chanceleres do BRICS, realizada na sexta-feira à margem da Assembleia Geral da ONU, para defender o multilateralismo e cobrar respeito ao direito internacional, em um recado claro à política protecionista de Washington.

Recado indireto a Washington

O ministro das Relações Exteriores indiano, S. Jaishankar, não mencionou diretamente os Estados Unidos, mas deixou o alvo evidente.

Ele ressaltou que o aumento do protecionismo, da volatilidade tarifária e das barreiras não tarifárias está afetando os fluxos comerciais globais, e pediu que o BRICS reforce sua defesa do sistema multilateral.

Segundo ele, em um mundo turbulento, o bloco deve reafirmar o compromisso com o diálogo, a diplomacia, a construção da paz e a adesão ao direito internacional. Sob a presidência indiana, que Jaishankar assumiu, as prioridades incluem segurança alimentar e energética, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

O posicionamento acontece no momento em que o presidente norte-americano ataca com frequência a legitimidade do BRICS e demonstra hostilidade a organizações internacionais como a ONU, a União Europeia e a Otan.

Ele também tem minimizado os efeitos das mudanças climáticas e ordenado ações militares contra embarcações na América do Sul e no Caribe, alegando combate ao narcotráfico.

Expansão do BRICS e ameaça percebida pelos EUA

O BRICS, que começou com quatro integrantes, hoje reúne dez membros plenos: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Além disso, dez países atuam como parceiros e outros dez já solicitaram adesão formal, com uma dúzia manifestando interesse em integrar o bloco.

Essa expansão incomoda os Estados Unidos, que veem no fortalecimento do BRICS uma ameaça à primazia econômica americana e, principalmente, ao papel do dólar como moeda de reserva global. Apesar de a Índia ter deixado claro que não apoia a desdolarização, o presidente norte-americano reagiu com ameaças, prometendo tarifas de até 100% caso o grupo avance na criação de uma nova moeda ou apoie alternativas ao dólar.

Em uma publicação feita após sua vitória eleitoral de 2024, ele afirmou que não permitirá que o BRICS reduza a influência da moeda americana e alertou que, caso isso aconteça, os países do bloco “se despedirão” do acesso ao mercado norte-americano.

Agenda paralela: IBSA e encontros bilaterais

Jaishankar também coordenou, paralelamente, a reunião ministerial do IBSA — formado por Índia, Brasil e África do Sul — que defendeu uma reforma transformadora do Conselho de Segurança da ONU. O grupo também discutiu exercícios marítimos conjuntos, o Fundo de Confiança e o fortalecimento do comércio entre seus integrantes.

Além disso, o chanceler indiano se reuniu com diversos colegas estrangeiros, incluindo o ministro russo Sergei Lavrov, consolidando a estratégia de ampliar o diálogo diplomático enquanto cresce a pressão externa contra o bloco.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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